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Saída da Grécia do euro poderia levar a recessão mundial

17 de outubro de 2012

Estudo do Instituto Prognos avalia que prejuízo para a economia internacional chegaria a 17,2 trilhões de euros até 2020, caso onda de desconfiança financeira viesse a atingir também Portugal, Espanha e Itália.

Foto: picture-alliance/dpa

A eventual saída da Grécia da zona do euro poderia causar uma grave recessão mundial, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (17/10) pelo Instituto Prognos a pedido da Fundação Bertelsmann.

O documento afirma que a situação se tornaria "dramática" com o efeito dominó sobre as economias de Portugal, Itália e Espanha, em consequência da perda de confiança dos investidores.

Pelos cálculos do instituto, as 42 principais economias do planeta acumulariam perdas em crescimento estimadas em 674 bilhões de euros até 2020 – a Alemanha sozinha arcaria com 73 bilhões. Considerando também a saída de Espanha e Itália da moeda comum, a perda em crescimento poderia chegar a 17,2 trilhões de euros no mesmo período.

A falência do Estado grego isoladamente, entretanto, seria "suportável" para a economia mundial, indica o estudo. Essa posição já havia sido defendida pelo ministro da Economia da Alemanha, Philipp Rössler.

Para a Grécia, o retorno à antiga moeda, dracma, custaria caro: o país teria perdas de 164 bilhões de euros até o ano de 2020, de acordo com os cálculos.

Nesse cenário, tanto investidores públicos quanto privados teriam que abrir mão de 60% de seus créditos em relação a Atenas e, com isso, a nova moeda corrente da Grécia seria desvalorizada em 50% em relação ao euro.

Ajuda à Grécia

Merkel e Samaras durante visita da chanceler federal alemã a Atenas em outubroFoto: Reuters

A Grécia aguarda pela próxima parcela de ajuda, no valor de 31,5 bilhões de euros, de seus credores internacionais. Para que a parcela seja liberada, o país aguarda o aval da troica formada por União Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

A troica terminou sua missão em Atenas nesta quarta-feira e vai decidir nos próximos dias sobre a continuação da ajuda financeira ao país. As negociações serão retomadas na próxima segunda-feira.

Para receber a nova parcela de ajuda, Eurogrupo e FMI precisam decidir se concedem aos gregos mais tempo para o país alcançar as metas de austeridade e apresentar um plano para cobrir o rombo financeiro de até 30 bilhões de euros.

O principal ponto de discussão são as reformas no mercado de trabalho grego - questão que enfrenta discordâncias mesmo dentro da coalizão do governo do primeiro-ministro Antonis Samaras.

O sindicato dos trabalhadores gregos são contra novas medidas de austeridade. Nesta quinta-feira, funcionários públicos, bancos, correios e ferroviários farão uma greve de 24 horas. Atrasos consideráveis são esperados no transporte público, no tráfego aéreo e marítimo, segundo os sindicatos GSEE e ADEDY.

FC/rtr/dpa/dapd
Revisão: Francis França

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