Após cinco anos, fenômeno parece estar de volta. Ele interfere nas características climáticas de várias regiões do planeta, podendo levar tempestades à América Latina e seca ao Sudeste Asiático.
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O serviço meteorológico australiano confirmou nesta terça-feira (12/05) que o fenômeno "El Niño" está de volta. Registrado pela última vez há cinco anos, ele interfere nas características climáticas de várias regiões do planeta, especialmente no Sudeste Asiático e na América Latina.
Os efeitos são variados, podendo ir de chuva à seca, de acordo com a região. Ele pode, também, fazer com que uma estação do ano fique mais quente do que o normal. Entenda como funciona o fenômeno e suas consequências.
O que é exatamente o "El Niño"?
O "El Niño" é uma anomalia climática do Pacífico Sul: em intervalos regulares, as variações normais do tempo sofrem alterações. O fenômeno ocorre entre a costa oeste da América Latina e o Sudeste Asiático, mas seus efeitos podem ser sentidos em todo o mundo. Várias vezes, ele levou a desastres naturais.
Normalmente, águas quentes superficiais fluem, a partir da América Latina, em direção ao oriente. Enquanto águas geladas viajam no sentido contrário, nas profundezas do oceano. Nos anos em que o "El Niño" foi registrado, essas correntes ficaram mais fracas e, algumas vezes, chegaram a mudar de direção.
O fenômeno fez também com que a temperatura da água superficial da costa da Austrália e da Indonésia ficasse vários graus mais baixa, enquanto na América Latina ela aumentou. A última vez que o "El Niño" ocorreu foi entre 2009 e 2010. Ele costuma durar cerca de um ano.
Quais são os impactos no meio ambiente?
Corais, plâncton e algas morrem nas águas quentes da América Latina. Peixes migram, devido à falta de alimentos, o que acaba afetando a indústria pesqueira regional.
O aquecimento considerável da água também leva a áreas de baixa pressão na costa oeste da América Latina. Isso pode desencadear chuvas torrenciais e, como consequência, deslizamentos e enchentes.
Do outro lado do Pacífico – sobretudo na Indonésia e no norte da Austrália – acontece o contrário: secas, colheitas fracas e um risco maior de incêndios florestais. Durante o "El Niño", o fenômeno das monções, que geralmente leva à região a necessária chuva, pode chegar mais tarde ou simplesmente sequer acontecer.
Quais são as causas do fenômeno?
Pesquisadores não sabem ao certo. Mas há indicações de que não seja causado por influência humana e que ele já exista há séculos. O que suspeita-se é que o efeito estufa possa fazer com que o "El Niño" ocorra mais frequentemente e de forma mais intensa.
De onde vem o nome "El Niño"?
As variações climáticas tendem a ser sentidas com mais força no período de Natal. Por isso, pescadores peruanos, os mais afetados pelo fenômeno devido à redução no número de peixes, resolveram chamá-lo de "El Niño", termo espanhol que, quando grafado em letra maiúscula, se refere ao menino Jesus.
Com que frequência ocorre o "El Niño"
Um estudo do centro alemão de pesquisas oceânicas Geomar, baseado em estimativas, aponta que o "El Niño" pode se tornar mais comum.
Até o ano de 2100, afirma o instituto, correntes de ar podem perder força e mudar de direção rumo a leste, o que levaria a um efeito "El Niño" permanente. Isso seria resultado do aquecimento global, mas seria pouco sentido de fato no clima.
Há, porém, evidências conflitantes. Dados coletados entre 1979 e 2013 sugerem que houve uma intensificação geral da circulação de ar, o que poderia agir, na verdade, contra o ciclo do "El Niño".
Natureza do Ano de 2015
Todos os anos, instituições alemãs elegem animais e plantas que necessitam de proteção e atenção especiais. Apresentamos aqui alguns nomeados para 2015.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Schmitt
Beleza voadora
Esta borboleta da família Lycaenidae é um animal especialmente belo, afirmou o júri que a escolheu para Inseto do Ano de 2015. O macho é colorido, enquanto que a fêmea é marrom, com pequenos pontos. Essa espécie convive em simbiose com formigas: a lagarta provê uma substância doce para as formigas, que por sua vez retribuem afastando os predadores.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Schmitt
Ameaçado apesar da blindagem
O cagado de carapaça estriada é o Réptil do Ano de 2015. Na Alemanha, o animal habita a região de Brandemburgo. Os motivos de sua escassez são a captura para o comércio e sobretudo a redução do habitat natural. Para a sobrevivência da única tartaruga da Europa Central, águas paradas e ensolaradas são fundamentais porque o animal tem que permanecer longos períodos imerso para conseguir alimentos.
Foto: picture-alliance/dpa/Robert Schlesinger
Mais atenção
O Acer Campestre geralmente cresce como arbusto ou árvore de baixo porte nas margens das florestas. No meio das matas, esta espécie não tem muitas chances, pois não consegue se impor diante de árvores maiores. É uma planta que não costuma chamar a atenção, e por isso o prêmio Árvore do Ano de 2015 foi dado a ela.
Foto: A. Roloff
A amante das árvores camuflada
A Catocala Nupta é a Borboleta do Ano de 2015. Normalmente ela está camuflada, mas quando se sente ameaçada abre completamente suas asas, expondo as listras vermelhas para assustar seus predadores. Contudo, o verdadeiro perigo para essa espécie é a escassez das folhas de álamo e salgueiro, seus principais alimentos.
Foto: picture-alliance/dpa/BUND
Um coral que cresce em árvores
Normalmente asssocia-se os corais a recifes e o mar. No entanto, o ganhador da categoria Fungo do Ano 2015 não vive embaixo d'água. Este curioso exemplar é composto por inúmeros troncos em forma de pequenos cálices, e por isso é conhecido na Alemanha como Coral-taça. A espécie habita em geral troncos de árvores mortas, cada vez mais usadas para aquecimento.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Theiß
Um vencedor tímido
Que levou o título de Pássaro do Ano 2015 foi o Açor. Apesar de ser avistada muito raramente, esta espécie de ave de rapina ainda sofre muito com a ação humana. Por isso, sua caça é proibida desde os anos 70.
Foto: picture-alliance/dpa/Jens Wolf
Para chorar e curar
A cebola certamente não é o vegetal mais prazeroso de se cortar, mas ela é muito conhecida por ter propriedades de cura. Por isso foi eleita a Planta Medicinal do Ano de 2015. Ela ajuda, por exemplo, no combate a resfriados e inflamações de ouvido. Além disso, pode reduzir o efeito de inflamações decorrentes de picadas de insetos.
Foto: Fotolia/xalanx
Mais do que uma simples erva
A Erva de São João ou Hipérico também é chamada de "bálsamo para as almas perturbadas". As flores desse pequeno arbusto de cerca de um metro de altura são comumente receitadas como antidepressivo ou calmante fitoterápico. Além disso, investiga-se a aplicação da erva em tratamentos de câncer e do mal de Alzheimer. Devido a esse excelente desempenho, ela é a Planta Terapêutica do Ano de 2015.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Hummel
Um selvagem e tranquilo rio de montanha
As duas cabeceiras que formam o rio Argen nascem na região do Oberallgäu, no estado da Baviera, sul da Alemanha. O rio corre 90 quilômetros, até o Lago de Constança, passando por vales profundos, montanhas íngremes, encostas, florestas aluviais, pântanos e prados úmidos. Anfíbios, como sapos de barriga amarela e salamandras, também fazem parte da Paisagem Fluvial do Ano de 2015.
Foto: imago/MiS
Pequeno caracol, grande desempenho
Assim como o Pássaro do Ano, o caracol Oxylus cellarius também é raramente visto. Esse molusco habita cavernas naturais, minas ou falésias. Os caracóis são uma entre as diversas espécies de animais que necessitam de abrigos protegidos e sem o perigo de congelamento. Para 2015, ele conquistou o título de Animal das Cavernas do Ano.
Foto: K. Bogon
Uma flor esférica sem folhas e com longas hastes
Na maior parte do tempo, a flor Mordida do Diabo apresenta uma saturada tonalidade violeta, azul-clara ou as vezes até mesmo rosada. A planta de nome Succisa pratensis foi eleita a Flor do Ano de 2015 e pode ser encontrada na Europa, em pântanos e florestas úmidas. Além de ser bela, ela também pode ser utilizada para fazer chás que ajudam na limpeza do sangue ou atuam contra a tosse.
Cerca de 60 espécies de orquídeas crescem na Alemanha, e a orquídea encarnada é uma delas. Com cerca de 80 centímetros de altura e muito vistosa, a Orquídea do Ano está infelizmente perdendo espaço. Isso acontece porque os seus ambientes naturais, como prados alagados e pântanos, estão ameaçados.
As Nações Unidas já nomearam 2015 como o Ano Internacional do Solo. E um representante dessa categoria também foi escolhido: o Solo do Ano é o Pseudogley, um tipo de solo encharcado que protege contra a erosão e enchentes. Ele também filtra substâncias tóxicas da água da chuva e armazena grandes quantidades de água potável.