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Saiba o que é a febre chikungunya

28 de março de 2023

Conheça as características da doença causada por dois tipos de mosquito e com sintomas semelhantes aos da dengue.

Mosquitos
Mosquito é o transmissor do vírus que causa a febre chikungunya Foto: Robin Loznak/ZUMA/picture alliance

Causada por um vírus, a febre chikungunya é transmitida pela picada de fêmeas dos mosquitos Aedes albopictus e Aedes aegypti – os mesmos transmissores da febre amarela e da dengue, respectivamente.

Segundo o Ministério da Saúde, grávidas infectadas com o vírus chikungunya também podem transmiti-lo durante o parto, o que pode provocar infecção grave no recém-nascido.

A febre chikungunya é originária da África e foi descoberta no início da década de 1950 na Tanzânia. Desde o final de 2013, ela tem se espalhado rapidamente pela América Latina. No Brasil, o primeiro caso foi registrado em 2010, mas o paciente havia se infectado no exterior. Em 2014, foram registrados os primeiros casos de transmissão interna da doença no país, indicando que o vírus havia chegado ao território brasileiro.

Sintomas da doença

Tanto a chikungunya como a dengue têm sintomas clinicamente parecidos: febre alta, dor de cabeça, dores nos músculos, manchas vermelhas na pele, náusea, fadiga, além de dores fortes nas articulações, principalmente nos pés e nas mãos.

"A chikungunya afeta as articulações e a pele, causando dores muito intensas nos músculos e nas articulações e pequenas manchas vermelhas pelo corpo", descreve o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Mas, ao contrário da dengue, a febre chikungunya não é hemorrágica. As dores intensas nas articulações, porém, podem durar meses. Em aproximadamente 30% dos casos, ela não apresenta sintomas. Após a infecção, o corpo cria anticorpos, ficando dessa maneira imune ao vírus. Casos fatais da doença são raros, mas em idosos com outras doenças crônicas ela pode contribuir como causa de morte.

"Pessoas mais velhas ou com predisposição a doenças genéticas articulares podem desenvolver doenças crônicas após a chikungunya", diz Grinbaum.

Grupo de risco

Crianças pequenas, pessoas com mais de 65 anos, gestantes e pacientes com comorbidades, como diabetes, fazem parte do grupo de risco da chikungunya, segundo o Ministério da Saúde.

Entre as doenças reumatológicas crônicas desencadeadas após a infecção por chikungunya, está a artrite reumatoide. Também já foi descrito o aparecimento de depressão, doença de Parkinson e síndrome de Guillain-Barré.

O período de incubação do vírus varia de 2 a 10 dias, podendo chegar a até 12 dias. Não há vacina ou medicamentos virais para tratar a febre chikungunya. Assim, a única maneira de evitar a sua propagação é o combate ao mosquito transmissor, eliminando focos e evitando o acumulo de água parada.

Registro no Brasil desde 2014

O vírus causador da doença foi registrado pela primeira vez no Brasil em 2014, no Nordeste. Atualmente, o agente infeccioso e o seu vetor, a fêmea do mosquito Aedes, circula por todo o país. "Todas as regiões estão suscetíveis a um surto de chikungunya, uma vez que o mosquito Aedes circula por todo o país", explica Grinbaum.

Nos casos leves, o infectologista alerta que os sintomas da chikungunya podem ser parecidos com os de dengue, influenza e covid-19. "Todas essas doenças são parecidas nos casos mais leves: o infectado terá febre, dor muscular, fadiga etc.", explica Grinbaum.

Já nos casos graves de influenza e covid-19, diferentemente da chikungunya e da dengue, o paciente tem o pulmão afetado. "Tanto a influenza como a covid são causadas por vírus que atacam o sistema respiratório e têm uma predileção pelos pulmões. Esses pacientes apresentam sintomas como tosse seca, falta de ar e saturação baixa", explica o infectologista.

Nos casos em que os sintomas são fortes, o profissional orienta que o paciente procure um hospital. "Diferentemente da covid, dificilmente se tem uma lotação de UTI durante um surto de chikungunya, mas, caso as dores musculares e articulares persistam após a infecção, o paciente precisará de um acompanhamento com um infectologista e reumatologista", diz Grinbaum.

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