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Salário básico contribui para bem-estar na Finlândia

9 de fevereiro de 2019

Resultado preliminar de experimento mostra que pagamento incondicional a cidadãos não estimula emprego, porém tem impactos positivos na saúde. Modelo inédito foi testado por dois anos no país.

Jovem observa anúncios de empregos na Finlândia
Jovem observa anúncios de empregos na FinlândiaFoto: picture alliance/dpa/M. Bjorkman

Uma renda básica incondicional testada na Finlândia não estimulou o emprego entre os beneficiários que participaram do experimento, mas contribuiu para aumentar a qualidade de vida, revelou nesta sexta-feira (08/02) um estudo preliminar divulgado pelo governo do país, que testou o modelo durante dois anos.

"Embora provavelmente o modelo de renda básico não seja adotado, o experimento foi muito bem-sucedido", afirmou a ministra finlandesa de Saúde e Assuntos Soaciais, Pirkko Mattila. "O experimento nos permitiu explorar formas mais flexíveis para aceitar um emprego e descobrir como incentivos financeiros afetam a aceitação de ofertas de trabalho", ressaltou.

A agência de segurança social do país (Kela) disse que ainda não é possível tirar conclusões definitivas sobre o experimento. O teste, porém, mostrou que os beneficiários pareciam menos estressados e mais saudáveis e confiantes no futuro do que o grupo de 5 mil pessoas que recebia o tradicional benefício social pago a desempregados.

No experimento finlandês, o valor da renda básica não era suficiente para viver e bem menor do que o benefício social pago a desempregados, que chega a aproximadamente mil euros mensais. No modelo testado, por dois anos, um grupo aleatório de 2 mil pessoas desempregadas entre 25 e 58 anos de idade receberam mensalmente 560 euros, sem exigência de procurar ou aceitar emprego. Todos os destinatários que aceitaram um emprego continuaram recebendo os 560 euros mensais.

O estudo mostrou que ambos os grupos, o dos que receberam renda básica e o dos com benefício social para desempregados, trabalharam aproximadamente o mesmo número de dias.

"A renda básica pode ter um efeito positivo no bem-estar do beneficiário, embora a curto prazo não aumente as perspectivas de emprego da pessoa", disse Minna Ylikanno, pesquisadora da Kela.

Para Ohto Kannianien, economista que conduziu a pesquisa, o pouco impacto no emprego não foi uma surpresa, pois entre os desempregados há muitos que têm baixa qualificação ou problemas de saúde. O pesquisador destaca, porém, que 44% dos participantes do experimento abriram o próprio negócio, contra 43% do grupo que recebiam seguro desemprego.

Ao buscar maneiras de reformar o sistema previdenciário, a Finlândia decidiu experimentar um modelo de renda básica para testar se uma renda garantida incentiva as pessoas a aceitarem um trabalho remunerado para suavizar as lacunas no sistema de previdência social. 

Críticos da renda básica afirmam que a medida reduz os incentivos para os beneficiários procurarem emprego. Já os defensores dizem que o modelo incentiva novos empreendimentos devido à garantia do dinheiro no fim do mês e também encoraja a busca por novas oportunidades de trabalho.

A Finlândia foi o primeiro país do mundo a testar a implantação de uma renda básica universal em nível nacional. A ideia tem defensores também em outros países. No início de 2016, por exemplo, um referendo na Suíça rejeitou uma proposta semelhante, que previa o pagamento mensal de 2.500 francos suíços a todos os seus cidadãos.

CN/rtr/ap/afp/dpa

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