Salário mínimo deve barrar redução da economia informal
4 de fevereiro de 2015O mercado de trabalho aquecido e o crescimento econômico – que deve ter desempenho baixo, mas positivo – devem frear a expansão da economia informal na Alemanha. Em contraste, o aumento das contribuições sociais e a introdução do salário mínimo de 8,50 euros por hora (cerca de 25 reais) servem como incentivo a esse tipo de trabalho.
Esse é o prognóstico apresentado pelo especialista em economia informal, Friedrich Schneider, da Universidade de Linz, e pelo Instituto para Pesquisa Econômica de Tübingen. Eles calculam que a economia informal será responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, a mesma percentagem de 2014.
Entende-se como economia informal o trabalho clandestino ou ilegal, como atividades temporárias irregulares e aquelas que tenham como objetivo reduzir gastos com impostos e seguro social.
Conjuntura favorável
O estudo aponta que, considerando apenas a previsão conjuntural e a situação favorável do mercado de trabalho, a economia informal deveria encolher cerca de 1,3 bilhões de euros neste ano. No entanto, um ligeiro aumento nas contribuições para a segurança social e a introdução do salário mínimo tendem a ter o efeito contrário, de reforço à economia informal.
Os pesquisadores preveem que, em 2015, a economia informal aumente devido à maior contribuição para o seguro para cuidados na velhice (Pflegeversicherung). Por outro lado, a contribuição para a aposentadoria foi reduzida de 18,9% para 18,7%, amortecendo o incremento do trabalho irregular.
Levando em conta a influência dos fatores que incentivam e inibem a economia informal, o estudo conclui que ela sofrerá "um ligeiro aumento de 200 milhões de euros".
Em comparação com outros países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o volume da economia informal na Alemanha fica num nível intermediário, semelhante ao da França e ao dos países escandinavos. Os autores do estudo preveem, no entanto, que em 2015 a economia paralela encolha na maioria dos membros da OCDE.
Os países do sul da Europa – Grécia, Itália, Portugal e Espanha – continuam no topo da lista, com a economia informal variando entre 18% e 22% do PIB.