Salários de altos executivos alemães subiram 11% em 2005
17 de outubro de 2006![](https://static.dw.com/image/1112330_800.webp)
Ao contrário da maior parte dos empregados das empresas alemãs, os altos executivos puderam comemorar aumentos salariais muito acima da inflação em 2005. No ano passado, o salário anual médio de um executivo alemão do alto escalão foi de 1,7 milhão de euros, aumento de 11% em relação a 2004, levando em conta as 30 empresas que compõem o índice DAX da bolsa de Frankfurt. A inflação no ano passado foi de 2,1% na Alemanha.
Os valores foram divulgados nesta terça-feira (17/10) pela Associação Alemã de Proteção aos Acionistas (DSW). Os maiores salários entre as 30 empresas consideradas são pagos pelo Deutsche Bank e pela empresa de software SAP. No outro extremo estão a Lufthansa e o banco Postbank.
Maiores salários
O maior salário é o do presidente do Deutsche Bank, Josef Ackermann, cujos vencimentos chegaram a 8,4 milhões de euros em 2005. O segundo colocado na lista da DSW é o ex-presidente da DaimlerChrysler, Jürgen Schremmp, que recebeu 5,2 milhões de euros. Em média, os presidentes das 30 empresas do DAX receberam 3 milhões de euros em 2005, valor também 11% maior do que o de 2004.
Na comparação com os demais países da Europa, a Alemanha está entre os quatros países que pagam os salários mais altos para seus executivos. "Os presidentes das empresas não podem mais dizer que são mal remunerados", avaliou o diretor-geral da DSW, Ulrich Hocker. Ele calcula que, em 2006, os salários dos executivos voltem a subir devido aos crescentes lucros das empresas alemãs.
Obrigatoriedade
No ano passado, em apenas sete das empresas listadas no DAX houve queda nos salários dos executivos. A maior, de 23%, foi registrada na rede varejista Metro. Já o maior aumento salarial foi dado pelo banco Commerzbank: 176% em um ano, ainda assim abaixo da valorização das ações, que foi de 216%.
Já no caso da empresa de turismo TUI, os salários dos executivos subiram 26% em 2005, mesmo a empresa tendo registrado prejuízo de 23% no período.
Sete das 30 empresas do DAX não divulgaram os valores pagos aos seus executivos, entre elas a Henkel e a Basf. A partir do próximo ano, todas serão obrigadas a fazê-lo, a não ser que 75% dos acionistas da empresa concordem que a divulgação não é necessária.
As elevações nos vencimentos das maiores empresas alemãs geraram controvérsia na Alemanha no caso da Siemens. Devido à dramática situação da antiga unidade de celulares da empresa na Alemanha, vendida para a taiuanesa BenQ, o alto escalão da Siemens adiou por um ano um aumento de 30% no seu salário. Durante esse período, o dinheiro será destinado a um fundo de ajuda aos ex-funcionários da Siemens ameaçados de perder o emprego na BenQ Mobile.