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Salão de Frankfurt mostra que carro autônomo está mais próximo

Henrik Böhme (mas)19 de setembro de 2013

Em meio às novidades mais tradicionais, feira alemã indica que automóveis inteligentes, que cada vez mais auxiliam o motorista, já são tendência e podem mudar as bases do setor. Empresas de tecnologia ganham espaço.

Inovações podem trazer grandes mudanças no setorFoto: Daimler AG

Dieter Zetsche, presidente da Daimler, adora uma grande entrada em cena. E no Salão do Automóvel de Frankfurt deste ano, que vai até o próximo domingo (22/09), ele teve o seu momento. Sentou-se no banco de trás de um Mercedes Classe-S, que vagarosamente foi sendo conduzido ao palco do evento. O detalhe, aos poucos percebido público: faltava o motorista.

S500 Intelligent Drive é o nome do carro inteligente da Daimler. No verão europeu, percorreu uma rota de 100 quilômetros de maneira totalmente autônoma, sem motorista. O veículo, repleto de sensores, está constantemente conectado à internet – é como um smartphone sobre quatro rodas.

Para muitos especialistas, o carro inteligente será a grande novidade do mercado e não desperta o interesse apenas das grandes montadoras. A ex-líder da telefonia móvel Nokia, as fornecedoras Bosch e a Delphi e o gigante da internet Google farejam um lugar. Californianos já fizeram experimentos com Toyotas e também poderiam entrar na disputa para o desenvolvimento de carros autônomos.

"Até o momento, o Google se mostrou interessado, o que pode impulsionar a indústria", diz Stefan Bratzel, diretor do centro automotivo da Universidade de Ciências Aplicadas de Bergisch Gladbach. "Acredito que a mobilidade autônoma será um dos grandes temas da indústria nos próximos cinco a dez anos, algo que pode mudar as bases do setor."

A indústria automobilística está em alerta e quer se preparar para mudanças. Especialmente porque muito dos sistemas de assistência já estão em uso, como o de navegação e sensores de estacionamento e chuva. Outro grande impulso, afirma Heinz-Jakob Neusser, chefe de desenvolvimento da Wolkswagen, são os carros elétricos.

A chanceler Angela Merkel na abertura do evento em FrankfurtFoto: Reuters

Hoje, segundo ele, os sistemas de rede estão incluídos nos carros elétricos e deverão também ter lugar nos veículos convencionais. "Essa é uma medida que otimiza o fluxo do tráfego", completa. "É um tema com o qual todos os fabricantes de automóveis têm que lidar."

Novas alianças

Como a pressão da concorrência é grande, alianças estão sendo formadas. O fornecedor alemão Continental, por exemplo, que se tornou grande na indústria como fabricante de pneus, busca, há algum tempo, novas oportunidades de negócios. Eles fizeram uma parceria com a Crisco, especialista em sistemas de redes, e anunciaram um acordo de colaboração com a IBM.

Elmar Degenhart, presidente da Continental, aponta quatro grandes razões para a aliança. Uma é que, a cada ano, um milhão e meio de carros são colocados nas ruas, algo com o que a companhia não pode arcar sozinha. Outra é a necessidade de levar a internet para dentro do carro.

O carro que escanea o que está ao seu redor será em breve uma realidadeFoto: Continental

Além disso, afirma, o meio ambiente será beneficiado, pois com melhores informações os carros podem ser mais eficientes, por exemplo, em termos de emissão de CO2. O último ponto é ajudar a manter as pessoas mais velhas em movimento. "O idoso usando o carro por cinco ou dez anos a mais terá uma grande melhoria em sua qualidade de vida", explica.

Um veículo teste da Continental já rodou cerca de 50 mil quilômetros nos Estados Unidos, sem motorista ou acidentes. Até os alemães, normalmente resistentes a essas tecnologias, parecem abertos à autocondução. Pesquisas do maior fornecedor automotivo do mundo, a Bosch, mostraram aprovação de metade dos entrevistados. A empresa também desenvolve novos sistemas de assistências para a direção automotiva independente.

Michael Fausten, chefe de projetos da Bosch, vê seu desenvolvimento em duas etapas. O primeiro é a automatização da condução – mas ainda sob supervisão do condutor. "O segundo passo vai dar ao motorista a liberdade de fazer outras coisas, como ler e-mails, com o carro em movimento", explicou. Para o engenheiro, isso não é mais um sonho futuro. A primeira fase deve acontecer nos próximos anos, prevê. A segunda, em uma década.

A Bosch desenvolve seu projeto em Stuttgart e na sede da empresa em Palo Alto, no famoso Vale do Silício, na Califórnia. Em breve, pode ser que as grandes notícias do setor automobilístico passem a vir de um novo endereço.

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