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Salão do Automóvel

16 de setembro de 2009

Em sua 63° edição, feira do setor automotivo abre suas portas esta semana em Frankfurt, em busca de soluções para a crise. O próprio evento não escapou ileso: a feira deste ano é um terço menor do que a do ano passado.

Presença da BMW em FrankfurtFoto: BMW

Mais de 750 expositores provenientes de 30 países mostrarão, entre 17 e 27 de setembro, os mais novos modelos, tendências e tecnologias do setor automotivo no 63° Salão do Automóvel de Frankfurt (IAA). Com o spot "A vida toda gira em torno do automóvel", a Associação da Indústria Automotiva Alemã (VDA) faz propaganda da feira, que também não foi poupada pela dura crise econômica.

Neste ano, o número de expositores encolheu um terço, como também a área ocupada pelos estandes na IAA. Não é à toa que a principal pergunta que ocupa os expositores é como a indústria automotiva pode sair da crise.

Balanços divergentes

Wissmann, da VDA, se diz confiante na indústria alemãFoto: iaa.de

O presidente da VDA, Matthias Wissmann, mostra-se autoconfiante e afirma que "nós continuamos a ser a principal feira de mobilidade. O 'verde' é o nosso ponto forte. Nós fazemos isso no momento certo, ou seja, no momento em que o fundo do poço dessa forte crise – que nos atinge desde o colapso do [banco] Lehman Brothers – foi alcançado. Mostramos saídas para a crise. Assim, possivelmente, damos um sinal de retomada para muitos mercados. E fazemos a IAA tão interessante quanto ela sempre foi – em tempos declaradamente difíceis".

A tese de Wissmann é apoiada pelo fato de cem estreias mundiais estarem sendo mostradas em Frankfurt – um importante termômetro para medir a qualidade de uma feira. A metade dos lançamentos vem de fabricantes alemães.

Até o momento, o balanço da crise por parte de montadoras alemãs é distinto. Os fabricantes de carros pequenos e de médio porte, como a Volkswagen ou a Opel, muito se beneficiaram do bônus estatal para incentivar a compra de carros novos. Por outro lado, os fabricantes de carros da classe superior, como Mercedes ou BMW, tiveram que aguentar grandes perdas.

Automóveis "Made in Germany"

Com o fim do bônus estatal, especialistas do setor automotivo preveem tempos difíceis no mercado alemão para alguns fabricantes, principalmente do segmento de carros pequenos e compactos.

Segundo Wissmann, a pergunta decisiva é se, paralelamente, haverá uma estabilização das exportações. "Se houver, então esse é um sinal decisivo para 2010. Pois uma coisa é certa: três de quatro automóveis produzidos pela indústria alemã são destinados à exportação."

Carro do tipo Smart elétrico em exposição no Salão do Automóvel de FrankfurtFoto: AP

Segundo números atuais, o mercado de exportação está se recuperando. Em agosto, em relação ao mesmo período do ano anterior, as encomendas do exterior diminuíram somente 3%. Isso ainda não é motivo de euforia, pois o setor enfrenta uma reorganização tardia. O setor sofre de excesso de capacidade produtiva – e, nessa mudança, a crise econômica funciona como um catalisador.

A VDA afirma que as montadoras locais estão muito bem preparadas para esse processo. Por esse ponto de vista, Wissmann observa, por exemplo, os investimentos árabes na indústria automotiva alemã. "Nesses investimentos fica clara a confiança na força tecnológica, na riqueza inovadora de fabricantes e fornecedores alemães".

Recentemente, isso também passou a valer para a performance ambiental dos automóveis "Made in Germany". Segundo dados do Departamento Federal de Transportes Motorizados (KBA), tratando-se de novos licenciamentos, os fabricantes alemães apresentaram, em nove de cada dez carros licenciados, emissões menores de CO2 do que carros importados.

Motores econômicos e propulsões alternativas

Neste ano, no Salão do Automóvel de Frankfurt, motores econômicos e sistemas alternativos de propulsão estão entre os principais temas da feira.

Nesse contexto, além dos novos motores, fabricantes e fornecedores se ocupam também de novos problemas. Um motor elétrico, por exemplo, pode ser bom para o meio ambiente, mas não produz calor suficiente para aquecer o espaço interno do automóvel – um tema muito importante em países de inverno rigoroso. Além disso, as baterias ainda ocupam muito espaço no carro.

Mercedes Blue Zero E-Cell, carro-conceito da montadora alemãFoto: AP

Em Frankfurt, diversos fabricantes trouxeram engenhosas soluções para tais problemas, mas, em termos de carros elétricos, novidades espetaculares não estão sendo esperadas nos próximos dias.

O emprego cotidiano de carros elétricos ainda é coisa do futuro, da mesma forma que os automóveis com propulsão a hidrogênio. Isso não fará, todavia, que a paixão pelos automóveis diminua. 750 mil visitantes estão sendo esperados na feira automotiva – não chega a ser um recorde, mas em tempos de crise, é melhor do que nada.

Autor: Henrik Böhme / Carlos Albuquerque

Revisão: Alexandre Schossler

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