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Salão do automóvel na China traz novos conceitos de energia limpa

23 de abril de 2012

Apesar da competitividade e da grande variedade de marcas, muitas montadoras estrangeiras apostam na China como grande compradora. O país, no entanto, pede mais investimentos em energia limpa.

Foto: AP

O Salão do Automóvel de Pequim, aberto nesta segunda-feira (23/4), apresenta as novidades do setor automobilístico, com destaque para os veículos de energia limpa. É desta maneira que as montadoras tentam convencer os chineses a trocar seus utilitários esportivos, que consomem muito, por opções mais limpas, no entanto mais caras.

Para analistas, a pressa em mostrar a tecnologia verde no Salão Auto China 2012 não consegue esconder o fato de que a Ásia ainda irá demorar algum tempo para adotar motores alternativos.

A feira chinesa mostra 120 modelos de marcas nacionais e internacionais, e também muitos novos conceitos de veículos movidos com novas fontes de energia. Toyota, BMW, Honda, Mercedes e BYD, por exemplo, anunciaram carros elétricos ou híbridos, como parte de um total de 88 veículos de energia nova exibidos na mostra, que termina no dia 2 de maio.

Segundo Namrita Chow, analista da pesquisa de percepção da IHS Global, "quase todas as montadoras internacionais anunciaram planos de veículos elétricos na China. Mas quase todas são céticas quanto ao volume das vendas".

Lento crescimento

A feira acontece num momento em que o mercado de automóveis na China começou a desacelerar, após uma década de crescimento contínuo. Os dias em que as vendas de carros podiam crescer até 46% - como aconteceu em 2009 - já passaram, dizem executivos e analistas. A maioria vê uma queda de 7 a 8% nas vendas nesta década.

"Nunca houve tantas marcas e produtos na China, e isso está tornando o mercado mais competitivo e difícil para todos", disse Li Shufu, presidente da Zhejiang Geely Holding Group e da Volvo da Suécia, adquirida pela Geely em 2010.

Mesmo as previsões conservadoras do mercado chinês preveem o crescimento de 30 milhões de veículos vendidos por ano até 2020. No ano passado, foram 18 milhões. Alguns até apostam que o volume de vendas possa atingir 40 milhões.

As montadoras locais da China, como a Chongqing Changan Automobile e a BYD, sofreram uma queda nos lucros devido à decisão do governo de acabar com incentivos à compra de automóveis durante a crise econômica mundial em 2008.

Muitos executivos vêm a Pequim pensando na China como um grande mercado. Seiji Kuraishi, diretor da Honda na China, disse que "a maioria das marcas globais vêm para a China em hordas, isso porque o país se tornou a número 1 do mundo e sua demanda para automóveis ainda está crescendo".

Montadoras estrangeiras sofrem pressão para produção massiva de veículos limposFoto: picture-alliance/dpa

A dependência do petróleo

A China se comprometeu a investir mais de 14 bilhões de dólares para desenvolver tecnologia e infraestrutura para veículos de energia limpa, em uma tentativa de ter mais de 5 milhões destes veículos em circulação até 2020.

Ao mesmo tempo, Pequim pressiona as montadoras estrangeiras a investirem na energia limpa em cooperação com joint-ventures chinesas. O governo também lançou projetos em todo o país e tem investido grandes somas em pesquisa para tentar promover o uso de carros elétricos ou híbridos.

Em Shenzhen, por exemplo, as autoridades subsidiam metade do preço de um veículo de energia limpa. Pequim investiu 54 milhões de dólares para desenvolver baterias elétricas ao longo dos últimos dez anos. Apesar disso, as vendas têm sido decepcionantes.

"Desde 2009, foram vendidos na China 6,7 mil veículos elétricos. Mas os planos do governo são levar meio milhão de carros com motores elétricos às ruas da China até 2015", observa Axel Krieger, da empresa de consultoria McKinsey em Pequim.

KR/rtr/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer

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