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CatástrofeÁfrica

Saldo de mortos em tragédia na Etiópia pode chegar a 500

Publicado 23 de julho de 2024Última atualização 25 de julho de 2024

Deslizamentos subsequentes de terra soterraram equipes de resgate e famílias que buscavam sobreviventes e desaparecidos. ONU contabiliza pelo menos 257 vítimas, mas número pode dobrar.

Área em que houve o deslizamento de terra, em área rural na Etiópia, e uma multidão em busca de desaparecidos
Segundo deslizamento foi o mais trágico e levou a vida de quem foi prestar socorro aos primeiros atingidosFoto: Gofa Zone Government Communication Affairs Department

Pelo menos 257 pessoas morreram em deslizamentos de terra na Etiópia no início da semana, e o saldo de vítimas pode quase dobrar, afirmou nesta quinta-feira (25/07) o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Enucah).

A tragédia aconteceu numa área rural, montanhosa e isolada no distrito de Gofa, sul do país e distante mais de 450 quilômetros da capital etíope, Adis Abeba. 

Fortes chuvas provocaram um primeiro deslizamento de terra no domingo (21/07). Na manhã do dia seguinte, moradores e a polícia se reuniram no local para tentar salvar as vítimas do primeiro deslizamento. Foi então que um segundo deslizamento aconteceu, e as pessoas que estavam ali morreram, informou Kassahun Abayneh, porta-voz do distrito de Gofa.

Meskir Mitku, administrador-geral do distrito, afirmou à emissora estatal etíope que mulheres, crianças e policiais locais estão entre os mortos. "O número de mortos aumentou depois que as pessoas que vieram resgatar também ficaram presas", lamentou.

Em relatório, o Enucah afirma que o saldo de vítimas deve subir "para até 500", segundo informações de autoridades locais.

Dagmawi Ayele, funcionário do distrito de Gofa, disse que até então 226 corpos foram recuperados, e que as buscas por outros 20 seguiam. "Aproximar-se do local está muito perigoso", afirmou ele, acrescentando que a chuva continuava a cair na região nesta quinta-feira.

"Ainda estamos cavando"

Imagens publicadas pela administração local mostravam pessoas desenterrando corpos com pás e com as mãos, carregando corpos em macas improvisadas, alguns embrulhados em plástico.

"Inicialmente, quatro famílias foram afetadas pelo deslizamento de terra e, posteriormente, as famílias da área foram mobilizadas para salvar vidas", disse à AFP Firaol Bekele, diretor na Comissão Etíope de Gestão de Risco de Desastres.

"Estamos em forte solidariedade com o povo e o governo da Etiópia, à medida que os esforços de resgate continuam para encontrar desaparecidos e ajudar os deslocados", disse o presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, na rede social X.

O chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que é etíope, disse que uma equipe da OMS foi enviada para apoiar os afetados pela tragédia.

A Etiópia, segundo país mais populoso da África, com cerca de 120 milhões de pessoas, é altamente vulnerável a catástrofes climáticas, incluindo inundações e secas.

"À medida que a região continua a enfrentar os duros impactos das mudanças climáticas, pedimos a todos que se mantenham vigilantes e sigam protocolos de segurança para proteger vidas e prevenir futuras tragédias", disse Workneh Gebeyehu, secretário executivo da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, bloco comercial regional.

sf/ra (Reuters, AFP)

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