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Samarco admite risco de rompimento de mais duas barragens

17 de novembro de 2015

Mineradora reconhece que Santarém e Germano, que estão perto da estrutura que se rompeu, também podem arrebentar. Governo de Minas Gerais decreta situação de emergência na área do Rio Doce.

Foto: Reuters/R. Moraes

A mineradora Samarco reconheceu nesta terça-feira (17/11) haver risco de rompimento de duas outras barragens, as de Santarém e Germano, localizadas nas proximidades da que se rompeu em 5 de novembro, em Mariana, Minas Gerais. O governo do estado decretou situação de emergência na área do Rio Doce.

O diretor de operações e infraestrutura da Samarco, Kléber Terra, admitiu a possibilidade de ruptura das barragens durante entrevista coletiva realizada em Mariana. Segundo ele, o fator de segurança da barragem de Santarém é de 1,37, numa escala de 0 a 2. Na de Germano, Terra informou que o índice no dique Selinha, que é uma das estruturas, é de 1,22, indicando uma maior probabilidade de ruptura.

Terra ressaltou que estão sendo feitas obras emergenciais para reforçar as duas barragens. Os trabalhos, segundo ele, devem durar cerca de 45 dias na barragem de Germano. Na de Santarém, os reparos devem estar terminados dentro de 90 dias.

De acordo com uma norma que classifica a estabilidade de uma estrutura, citada pelos executivos da Samarco, construções em condição normal de operação devem ter o fator de segurança mínimo de 1,5. Em condições adversas, pode ser admitido o fator de segurança 1,3, segundo o gerente-geral de projetos estruturais da Samarco, Germano Lopes. De acordo com ele, o índice 1 indica que a construção está no limite de equilíbrio.

Situação de emergência

O governo de Minas Gerais decretou nesta terça-feira situação de emergência na área da Bacia do Rio Doce afetada pelo rompimento das barragens da Samarco em Bento Rodrigues, Mariana, no dia 5. A medida vai vigorar durante 180 dias, afetando 202 cidades mineiras.

Também fazem parte da bacia outros 26 municípios do Espírito Santo. Desde o dia 5, quando houve o rompimento da barragem, uma onda de lama percorre o Rio Doce, impedindo a captação de água e prejudicando o ecossistema da região.

Na situação de emergência, os municípios podem, por exemplo, realizar compras sem licitação. A determinação também facilita o deslocamento de bombeiros, policiais militares e funcionários da defesa civil para regiões afetadas, segundo informou o governo de Minas Gerais.

MD/abr/efe

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