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Samarco pagará R$ 4,4 bilhões até 2018 por Mariana

2 de março de 2016

Valor será usado para compensar prejuízos sociais, ambientais e econômicos causados pelo rompimento da barragem de dejetos. Dilma afirma que acerto é um marco histórico.

Brasilien Minenunglück in Mariana
Foto: Sam Cowie

Quase quatro meses depois da tragédia em Mariana, a mineradora Samarco, joint venture das mineradoras brasileira Vale e anglo-australiana BHP, fechou nesta quarta-feira (02/03) um acordo bilionário para reparações e compensações pelos danos causados pelo rompimento da barragem de dejetos.

O acordo fechado com governo federal e os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo estabelece o pagamento inicial de 4,4 bilhões de reais até 2018. Esse valor será usado na recuperação da Bacia do Rio Doce e para compensar prejuízos sociais, ambientais e econômicos da tragédia. Caso a Samarco não honre o acordo, o montante deverá ser pago pela Vale e BHP.

O dinheiro será usado por uma fundação, formada por especialistas indicados pela mineradora, que desenvolverá 38 projetos voltados para a recuperação ambiental e socioeconômica dos municípios atingidos, indenização e assistência à população.

O valor previsto é parcial e, após os três anos iniciais, novos cálculos determinarão o volume de dinheiro que deverá ser empregado a partir de 2018. Entre 2019 e 2021, os pagamentos devem ficar entre 800 milhões de reais e 1,6 bilhão de reais, prevê o acordo.

Ao todo, o acordo para os próximos dez anos está estimado inicialmente em 20 bilhões de reais. A empresa deverá ainda aplicar mais 4,1 bilhões de reais em ações compensatórias em um prazo de 15 anos.

"Hoje, menos de quatro meses depois do desastre, e apesar do sofrimento que ainda abala a região, saudamos esse acordo como um marco no processo de reparação dos danos e de recuperação do Rio Doce e da vida que sempre existiu em torno dele. Estamos fazendo história com este acordo", afirmou a presidente Dilma Rousseff, que participou da assinatura do documento.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o acordo firmado entre o governo e a mineradora é "para ninguém esquecer do problema".

Além de Dilma, os governadores de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do Espírito Santo, Paulo Hartung, participaram da assinatura do acordo que contou também com a presença dos presidentes da Samarco, Roberto Lúcio Nunes de Carvalho, da Vale, Murilo Ferreira, e da BHP, Andrew Mackenzie.

O rompimento da barragem da Samarco em Mariana é considerado a pior tragédia ambiental do Brasil. No dia 5 de novembro, 32 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de mineração foram despejados no Rio Doce e devastaram o distrito de Bento Rodrigues, 17 pessoas morreram no desastre e duas continuam desaparecidas.

A lama foi levada pelo rio até o oceano, destruindo e prejudicando o abastecimento de água pelos municípios onde passava. Quase quatro meses depois da tragédia, os rejeitos continuam causando impactos ambientais graves no rio Doce e no Atlântico.

CN/rtr/abr/ots

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