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Samsung faz acordo judicial em caso de suborno com Petrobras

24 de novembro de 2019

Construtora de navios do grupo pagou milhões a intermediário brasileiro para subornar chefes da Petrobras. Justiça dos EUA determina pagamento de US$ 75 milhões, a serem divididos entre cofres americanos e brasileiros.

Letreiro da Petrobras
Foto: Imago Images/Fotoarena/B. Rocha

Uma subsidiária do grupo Samsung concordou em pagar 75,4 milhões de dólares num acordo judicial com os Estados Unidos, num caso de suborno de funcionários da brasileira Petrobras, informou neste domingo (24/11) o governo americano.

A Samsung Heavy Industries, construtora de navios do grupo sul-coreano Samsung, com escritório em território americano, chegou a acordo com o Departamento de Justiça dos EUA para encerrar um caso de subornos milionários investigado no estado da Virgínia. Como parte do pacto, a metade da quantia paga pela subsidiária da Samsung se destina aos cofres dos EUA, enquanto a outra parte será paga às autoridades brasileiras pelo envolvimento de funcionários da empresa petrolífera Petrobras.

"A Samsung Heavy Industries pagou milhões de dólares a um intermediário brasileiro, sabendo que o dinheiro seria usado para subornar os executivos-chefes da Petrobras e para conseguir um lucrativo contrato de construção naval", consta de uma declaração do vice-procurador-geral Brian Benczkowski. Ele frisa que o acordo obtido representa os esforços do Departamento de Justiça contra conspirações com ramificações internacionais, em conjunto com agentes estrangeiros.

De acordo com Washington, a Samsung Heavy Industries fez pagamentos a um intermediário no Brasil, entre 2007 e 2013, apesar de saber que parte do dinheiro seria usado para subornar funcionários da Petrobras, controlada pelo Estado brasileiro, para obter vantagens comerciais.

Os subornos também serviram para a semiestatal assinar um contrato para fretar um navio de perfuração de petróleo bruto que a Samsung Heavy Industries ia vender a uma empresa com sede em Houston, Texas, dedicada à extração de petróleo.

Com a entrada da Petrobras no contrato, foi permitido que a construtora de navios sul-coreana executasse a venda da embarcação. A empresa brasileira tem estado há vários anos envolvida num ambicioso programa de venda de ativos, a fim de reverter a grave crise econômica decorrente de escândalos de corrupção como o Lava Jato, e a queda substancial nos preços do petróleo.

AV/lusa,ots

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