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Santos prorroga cessar-fogo com as Farc até fim do ano

14 de outubro de 2016

Presidente da Colômbia estende trégua com os rebeldes até o dia 31 de dezembro, mas espera chegar a consenso com opositores do acordo de paz já nos próximos dias. "O tempo conspira contra a paz e a vida", afirma.

Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia
Foto: picture-alliance/AP Photo/F. Vergara

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou nesta quinta-feira (13/10) que decidiu prorrogar até 31 de dezembro o cessar-fogo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), mas disse esperar chegar a um novo acordo de paz antes dessa data.

"Que fique claro: isto não é um ultimato ou uma data limite, mas espero que todo esse processo para obter um novo acordo [de paz] termine muito antes disso, porque, como me disse uma estudante hoje, o tempo conspira contra a paz e a vida", disse Santos, em pronunciamento em cadeia nacional.

O presidente afirmou que adotou a medida atendendo a um pedido de um grupo de estudantes com o qual se reuniu nesta quarta-feira na Casa de Nariño, sede do governo.

A trégua começou em 29 de agosto e vigorou até 2 de outubro, dia que a população do país rejeitou o acordo de paz em referendo. Dois dias depois, Santos decidiu prorrogar o cessar-fogo até 31 de outubro.

"Terminar para sempre a violência"

O pacto havia sido assinado entre governo e Farc no dia 26 de setembro, após mais de cinco anos de negociações, e indicava o fim de um conflito armado iniciado há 52 anos e que deixou 220 mil mortos.

Mas a rejeição popular impediu Santos de implementar o acordo e o levou a buscar consenso com a oposição política, liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, para salvar o pacto. A oposição exige que os líderes rebeldes sejam condenados a no mínimo cinco anos de prisão por crimes cometidos em meio ao conflito no país e que não possam mais ocupar cargos públicos.

Até o momento, as conversações entre governo e opositores do acordo não chegaram a resultado algum, mas Santos, que, na semana passada, ganhou o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços para pôr fim ao conflito, espera chegar a um consenso nos próximos dias.

"Vamos conseguir terminar para sempre a violência, o retorno dos deslocados [internos] a seus lares, a oportunidade de que, como todos reconhecem, com um país em paz e progresso, o desenvolvimento e o emprego cheguem a todos os colombianos", disse Santos. "Não podemos perder essa oportunidade."

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu que se alcance logo uma solução para a situação atual devido à "vulnerabilidade do cessar-fogo".

LPF/efe/rtr/lusa

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