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SAP: de Walldorf à Wall Street

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A SAP começou modestamente em 1972. E transformou-se na terceira maior empresa de software do mundo.

Sede da empresa, em WalldorfFoto: AP

Você já ouviu falar em Walldorf? A cidade de 14 mil habitantes no Estado de Baden-Württemberg só é conhecida internacionalmente pela SAP, sigla de Sistemas, Aplicações e Produtos para Processamento de Dados, o que – convenhamos – é um tanto longo para o nome de uma firma.

Como cresceu o gigante

Quando cinco engenheiros que trabalhavam na IBM decidiram largar seus empregos em 1972 para fundar uma empresa, ninguém podia imaginar que ela se transformaria no gigante que é hoje. A razão do sucesso foi apostar num segmento até então pouco explorado, onde havia muito a fazer: o software empresarial, ferramenta imprescindível na era da informática e no limiar do e-commerce e do B2B.

Hoje, seus softwares funcionam em 67.500 instalações em 120 países e a SAP tem mais de 20 mil clientes e 12 milhões de usuários. Sua clientela inclui mais da metade das 500 maiores empresas do mundo – Air France, BMW, Bosch, Burger King, Heineken, Honda, Nestlé, Siemens e Texaco, entre outras.

Além da matriz em Walldorf, a SAP desenvolve seus produtos em mais três cidades alemãs, Berlim, Karlsruhe e Saarbrücken. No exterior tem laboratórios de desenvolvimento em Palo Alto (EUA), Tóquio, Bangalore (Índia) e Sophia Antipolis (França).

Lucro recorde

SAP é sinônimo de "inovação, sucesso e criatividade há mais de 30 anos", diz o site alemão da empresa, ressaltando um dos segredos de seu êxito: o fato de produzir soluções empresariais sob medida, conforme as necessidades do cliente. "Devemos nosso sucesso à alta qualidade dos nossos produtos, bem como à longa experiência e ao know-how dos nossos 29 mil funcionários." Mais de 8 mil deles trabalham no desenvolvimento de softwares.

O sucesso reverteu-se num lucro recorde de 1,1 bilhão de euros em 2003 – quase o dobro do ano anterior. "Os clientes estão dispostos novamente a investir em software", disse o porta-voz da diretoria Henning Kagermann na quinta-feira (22) em Frankfurt, ao apresentar o balancete.

Ação à prova de tempestades

O resultado é tanto mais brilhante tendo-se em conta a crise que afetou as empresas do ramo e de tecnologia em geral no início do novo milênio. O lucro operacional atingiu 1,9 bilhão de euros, superando as expectativas dos analistas.

Quando outros valores de tecnologia despencam nas bolsas, a ação da SAP continua sendo uma âncora segura para os acionistas. Tendo aberto seu capital em 1988, passando a ter suas ações negociadas na bolsa de Frankfurt, a empresa de Walldorf deu o grande salto para Nova York em 1998, quando elas foram listadas também na Wall Street – condição imprescindível para quem quer ampliar seus negócios nos EUA.

Soluções flexíveis

Visando atingir um maior número de clientes, a SAP foi ampliando seu portfólio de soluções para garantir uma conexão empresarial perfeita entre funcionários e departamentos da própria empresa, clientes, parceiros, independentemente do horário e local de trabalho. Seu forte é a flexibilidade, fundamental para fazer frente às contínuas mudanças nos processos empresariais.

Tendo lançado em 1997 novas soluções para o gerenciamento do relacionamento com clientes (CRM), gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM) e inteligência de negócios (BI), a SAP deu outro importante passo dois anos depois, ao lançar o mySAP.com, uma plataforma integrada de e-business.

Brasil e futuro

Presente no Brasil com uma subsidiária desde 1995, a SAP já conseguiu formar uma cartela de 500 clientes no país, onde oferece, entre outras coisas, a "Business Suite", uma de suas famílias de soluções e plataforma de aplicação e integração.

O êxito de seus softwares e soluções sem dúvida contribuiu para que muitas empresas dessem o grande salto da informatização. Os planos da empresa alemã para o futuro são aumentar o faturamento com licenças de software, contratar mais 1500 funcionários em 2004 e adaptar-se ao desejo dos clientes de fecharem contratos menores.