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Schalke: azar com latinos

Daniel Martínez (jba)5 de janeiro de 2009

O brasileiro Zé Roberto não voltou das férias, o uruguaio Gustavo Varela foi dispensado e seu compatriota Carlos Grossmüller deve seguir o mesmo caminho: o Schalke não tem tido sorte com jogadores da América Latina.

O brasileiro Zé Roberto (e), que não se reapresentou ao Schalke após as fériasFoto: AP

O Schalke é o clube alemão com o maior número de jogadores latino-americanos, mas eles estão em baixa em Gelsenkirchen. Dos nove que faziam parte da equipe no final do primeiro turno da Bundesliga – contando com o atacante brasileiro-panamenho-alemão Kevin Kuranyi –, um já deixou a equipe e dois têm sua saída anunciada.

O meio-campo uruguaio Gustavo Varela, que tinha contrato até o final da temporada, voltou para casa no final de dezembro. Já o meia brasileiro Zé Roberto não apareceu para o primeiro treino de 2009, no último sábado (03/01), e já anunciou que não volta para a Alemanha. O outro nome nessa lista é o do também uruguaio Carlos Grossmüller, que foi "rebaixado" para a equipe B do clube.

Mesmo assim, do total de 27 jogadores, quase um terço são latino-americanos. Completam a lista Marcelo Bordón e Rafinha, do Brasil; Vicente Sánchez, do Uruguai; Carlos Zambrano e Jefferson Farfán, do Peru.

Embora Bordón seja um dos pilares defensivos da equipe, líder indiscutível entre seus companheiros e capitão, sua atitude e rendimento nem sempre impecáveis ao longo de quase cinco anos não ajudam muito a melhorar o balanço dos latino-americanos, que se dividem em dois grupos: os que, de alguma forma, justificaram sua contratação e os que não conseguiram nem mesmo ser percebidos.

Os que sim

Farfán: contratação caraFoto: picture-alliance/ dpa

Bordón é o primeiro do grupo dos que deram certo, seguido do caso peculiar de Kevin Kuranyi, nascido no Brasil e ex-integrante da seleção alemã, da qual foi expulso depois de ter deixado um estádio durante um jogo devido à frustração por não ter sido relacionado pelo técnico Joachim Löw.

Kuranyi, ex-companheiro de Bordón no Stuttgart, clube no qual os dois atuavam antes de chegar ao Schalke, é uma figura que divide a torcida: é amado e odiado. Mas como é o principal artilheiro da equipe, é respeitado por todos. No entanto, o atacante e, em especial, seus representantes, consideram que chegou a hora de buscar novos horizontes.

Rafinha é outro dos poucos que se impôs. Chegou ao Schalke em 2005, aos 19 anos, e conseguiu garantir não somente sua posição na lateral-direita como também uma vaga na seleção brasileira. Atuou na Copa América de 2007 e nos Jogos Olímpicos de 2008, ainda que esta participação tenha sido contra as ordens do clube (saiu sem autorização, abandonando a pré-temporada), o que deixou, na torcida, feridas profundas e que ainda não foram completamente curadas.

O último que fez valer sua contratação – quase por obrigação devido ao alto valor pago – foi o peruano Jefferson Farfán, proveniente do PSV Eindhoven, que teria recebido 14 milhões de euros na transação. Mas, com apenas cinco gols ao longo da primeira parte da temporada, Farfán é considerado por muitos uma grande frustração, que ainda não rendeu o dinheiro que custou.

Os que não

Grossmüller: perto da dispensaFoto: picture-alliance/dpa

Carlos Zambrano, do Peru, encabeça a lista dos que não aprovaram. A promoção do zagueiro de 19 anos das divisões inferiores ao grupo profissional só aconteceu no papel, já que ele ainda não estreou. Tampouco parece que isso acontecerá num futuro próximo, pois o Schalke conta com uma lista de luxo na reserva.

Em seguida vem Zé Roberto, ex-Botafogo, conhecido na Alemanha como Zé Roberto 2º para diferenciá-lo de seu homônimo do Bayern de Munique. Ele chegou à Alemanha em janeiro de 2008 como uma das grandes contratações do inverno europeu. No entanto, até dezembro, não teve a oportunidade de mostrar as qualidades que convenceram os diretores do Schalke a contratá-lo. Em férias no Brasil, Zé Roberto anunciou que não voltará à Alemanha em 2009.

Os demais são os uruguaios Carlos Grossmüller e Vicente Sánchez, que juntamente com Gustavo Varela são representados por Paco Casal, um habilidoso empresário que tem em seu portifólio as ex-estrelas David Trezeguet e Álvaro Recoba. E em quem o Schalke confia apesar de estrondosos fracassos.

Varela, que já não faz parte da equipe, esteve a ponto de abandonar o Schalke no último verão europeu, depois de seis anos de permanência. Pouco antes de iniciar o campeonato, teve seu contrato renovado. Agora, deve vestir uma nova camisa na sua terra natal, o Uruguai, para onde deverá regressar também seu conterrâneo Grossmüller.

Grossmüller tinha o respaldo do ex-treinador Mirko Slomka, que lhe deu muitas oportunidades, inclusive em jogos da Liga dos Campeões. Sob o comando do novo técnico, Fred Rutten, não recebeu apoio, pois este não gostou de assumir a equipe com a notícia de que Grossmüller se lesionara passeando com sua moto Harley Davidson. Rutten o mandou jogar com as categorias inferiores até que se recupere.

O único dos pupilos uruguaios de Casal no Schalke que receberá mais tempo é o atacante Vicente Sánchez. Apesar de não haver marcado gols, a direação considera que ele é esforçado.

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