Schily preside conferência sobre polícia afegã
19 de maio de 2004Representantes de 22 países, da ONU e da União Européia reuniram-se nesta quarta-feira (19) em uma conferência em Catar para planejar a criação de uma força policial no Afeganistão.
Entre os principais objetivos do encontro, presidido pelo ministro alemão do Interior, Otto Schily, está também o combate ao cultivo da papoula e ao tráfico de drogas na região. Schily procurou ainda assegurar a cooperação entre o Afeganistão e seus seis estados fronteiriços em questões de segurança, além de garantir o envolvimento financeiro dos vizinhos.
A existência de uma polícia eficiente é uma das condições primordiais para garantir a segurança durante as primeiras eleições democráticas no país, marcadas para setembro deste ano. Até o final de junho, o número de policiais treinados chegará a 20 mil. A expectativa é de que, no final de 2005, esse número chegue a 50 mil, dos quais 12 mil serão fiscais de fronteira.
Alemanha lidera treinamento
A Alemanha lidera há dois anos a força-tarefa para criação da polícia afegã. Desde abril de 2002, quando foi inaugurado um escritório central na capital Cabul, o governo alemão já investiu 36 milhões de euros no projeto. Para este ano, foram colocados mais 12 milhões de euros à disposição.
Durante a conferência, Schily anunciou a liberação de mais 48,3 milhões de euros a serem investidos durante os próximos quatro anos. Juntamente com o representante da ONU, Jean Arnault, e ao ministro afegão do Interior, Ahmed Dschalali, Schily aprovou investimentos para diversos projetos regionais.
Após o encerramento da conferência no Catar, Schily visitará as instalações do projeto em Cabul e na cidade de Cundus para avaliar o seu andamento.
Schröder quer tropas muçulmanas no Iraque
Em visita à Bélgica, onde se encontrou com o primeiro-ministro Guy Verhofstadt, o chanceler alemão, Gerhard Schröder, afirmou que a Alemanha não tem intenção de bloquear uma missão da OTAN no Iraque, mas questionou a eficácia da medida para levar estabilidade à região.
Schröder questiona se tropas da OTAN seriam realmente mais aceitas pelos iraquianos do que as da coalizão. Segundo ele, talvez seja mais fácil que tropas de países árabes ganhem a confiança dos iraquianos.
O chanceler deixou claro que não enviará soldados ao Iraque, mesmo que uma missão da OTAN seja aprovada durante a conferência da organização, planejada para o final de junho em Istambul, na Turquia. (rr)