1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Scholz defende cessar-fogo em Gaza em conversa com Netanyahu

11 de agosto de 2024

Após conversa com israelense, Scholz diz que é preciso "quebrar a espiral de violência retaliatória" e destacou "imenso" sofrimento humano em Gaza. Segundo Scholz, cessar-fogo seria decisivo para desescalada.

Netanhayu e Scholz durante encontro em 2023
Netanhayu e Scholz durante encontro em 2023Foto: Christian Mang/REUTERS

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, apelou neste domingo (11/08) ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para a necessidade de "quebrar a espiral de retaliação", defendendo que um cessar-fogo em Gaza seria um "passo decisivo" para a desescalada da tensão no Oriente Médio.

Em comunicado, o porta-voz de Scholz, Wolfgang Büchner, apontou que, numa conversa telefônica com o líder israelense, o chefe do governo alemão "sublinhou que chegou o momento de finalizar o acordo sobre a libertação dos reféns e um cessar-fogo".

Ainda segundo o documento, o governo alemão avalia que muitos dos objetivos militares na luta contra o Hamas foram alcançados e que o número de vítimas civis e o sofrimento humano na Faixa de Gaza é "imenso".

Espiral de violência

De acordo com a declaração, Scholz também reiterou a "forte condenação" da Alemanha das "ameaças do Irã, Hezbollah e outros contra a segurança de Israel e dos seus cidadãos". As preocupações com uma escalada no Oriente Médio aumentaram nos últimos dias, após o Irã e suas milícias aliadas anunciarem que estão planejando uma reposta a Israel após a morte de dois líderes do Hamas e do Hezbollah.

"Agora, mais do que nunca, é importante quebrar a espiral de violência retaliatória, reduzir a tensão e trabalhar de forma construtiva para um desescalada", afirmou Scholz, segundo o comunicado. 

Na quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o seu homólogo do Egito, Abdel Fattah al Sisi, e o emir do Qatar, Tamim Bin Hamad al Zani, pediram ao governo israelense e ao  Hamas para que retomem o diálogo, convocando as partes para um encontro, no próximo dia 15 de agosto, em Doha ou no Cairo, para tentarem fechar um acordo de paz.  A União Europeia e vários países europeus, incluindo Portugal e a Alemanha, reiteraram o apelo.

Alemanha condena ataque em escola

Ainda neste domingo, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha reiterou o pedido de cessar-fogo em Gaza e também condenou o ataque de Israel a uma escola do enclave no dia anterior, que segundo autoridades de saúde ligadas ao Hamas deixaram dezenas de mortos entre as pessoas que procuravam abrigo no local. Israel expressou ceticismo em relação aos números e apontou que o local servia como um centro de controle do Hamas.

"Os relatos de Gaza são terríveis. A morte de civis que buscam proteção é inaceitável. Os repetidos ataques a escolas pelo exército israelense devem parar e ser investigados rapidamente", escreveu a pasta do Exterior alemão na rede X.

"Toda a região precisa urgentemente do cessar-fogo humanitário proposto pelos EUA, Egito e Qatar e a libertação dos reféns. Essa oportunidade de aliviar o sofrimento deve ser aproveitada com urgência", acrescentou o ministério.

Nas últimas 24 horas, o exército israelense disse ter atingido cerca de 30 alvos militares do Hamas, incluindo estruturas militares, postos de lançamento de mísseis antitanque e instalações de armazenamento de armas.

Cerca de 40 mil palestinos foram mortos na ofensiva israelense em Gaza desde o início da guerra, em outubro passado, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. Israel afirma ter perdido 329 soldados no conflito.

Israel iniciou sua ofensiva depois que terroristas do Hamas invadiram o sul do país em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e capturando mais de 250 reféns, de acordo com os registros israelenses.

jps (Lusa, DW)