Scholz diz que "não vai tolerar antissemitismo" na Alemanha
6 de outubro de 2024
Na véspera do aniversário da ofensiva terrorista do Hamas em 7 de outubro, chanceler federal alemão reitera apelo por cessar-fogo em Gaza e diz que seu governo não vai aceitar "ódio cego contra Israel”.
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O chanceler federal Olaf Scholz afirmou neste domingo (06/10) que a Alemanha "não vai tolerar antissemitismo e ódio cego a Israel”. A fala foi divulgada na véspera do primeiro aniversário da ofensiva terrorista do grupo radical Hamas a Israel, em 7 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.200 pessoas no território israelense e o sequestro de cerca de 250
"Nunca vamos tolerar antissemitismo e o ódio cego a Israel. O povo judeu aqui na Alemanha tem a total solidariedade de nosso Estado”, disse Scholz, em mensagem divulgada nas redes sociais.
Scholz também sublinhou que a Alemanha não vai tolerar que "os judeus sejam impedidos de sair de casa com um quipá" ou ainda para que os membros desta minoria se vejam impedidos de revelar a sua religião nos estabelecimentos de ensino.
"O povo judeu aqui na Alemanha tem a total solidariedade de nosso Estado, e a solidariedade de todas as pessoas decentes em nosso país”, acrescentou Scholz.
Apelo por cessar-fogo
Scholz lamentou ainda que, na véspera do primeiro aniversário do ataque terrorista, a paz e a reconciliação pareçam mais distantes do que nunca no Oriente Médio e reiterou a necessidade de um cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, a fim de proteger os civis palestinos, libertar os reféns israelense e evitar uma nova escalada do conflito no Oriente Médio.
"O governo alemão insiste num cessar-fogo que deve ser implementado definitivamente para proteger a população civil na Faixa de Gaza, permitir a entrada de abastecimentos e também para que os reféns israelenses possam finalmente ser libertados", afirmou Scholz numa mensagem nas suas redes sociais.
Scholz também recordou que a Alemanha está em contato com os seus parceiros internacionais "para evitar uma nova escalada do conflito".
"O perigo de um conflito de grandes proporções na região mantém-se", acrescentou, antes de aludir às implicações da situação no Oriente Médio para a Alemanha, que acolhe populações migrantes com raízes em Israel, na Faixa de Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e de outros países da região.
Scholz afirmou que é normal que essas populações demonstrem as suas preocupações em manifestações, mas sublinhou que a Alemanha não vai tolerar que em seu território "os judeus tenham medo e sejam aterrorizados".
Manifestações rivais ocorreram em Berlim no sábado, antes do aniversário de um ano do ataque de 7 de outubro, com a polícia dizendo que não houve registro de incidentes significativos.
Cerca de 1.800 pessoas participaram de uma manifestação pró-palestina na capital alemã, enquanto cerca de 650 pessoas se reuniram em solidariedade a Israel, segundo a polícia de Berlim.
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"Razão de Estado"
A mensagem de Scholz foi divulgada no mesmo dia em que a Ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, descreveu o ataque terrorista de 7 de outubro como uma "ruptura" para os judeus e para a Alemanha, e repetiu o argumento de que Israel tem o direito de se defender, lembrando ainda os "mais de 100 reféns que continuam detidos por terroristas".
Baerbock também disse que estava envergonhada com episódios de ódio antissemita na Alemanha, incluindo o aumento de ataques a cidadãos judeus e registro de comemorações nas ruas alemãs quando o Irã disparou duas centenas de mísseis contra Israel.
Mais de 5.000 incidentes antissemitas foram registrados na Alemanha em 2023, metade deles após os ataques de 7 de outubro, de acordo com Felix Klein, o comissário do governo alemão para a luta contra o antissemitismo.
"Nós nos opomos a isso. Com toda a força da lei”, enfatizou Baerbock. Dirigindo-se ao povo de Israel, ela disse: "Estamos com vocês”.
"Israel tem o direito à autodefesa. Contra a violência do Hamas, bem como contra o terror dos foguetes do Irã e do Hezbollah”, acrescentou.
Desde 7 de outubro, quase 42 mil pessoas foram mortas por ataques do exército israelense na Faixa de Gaza, e 100 mil ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde do enclave palestino, que é ligado ao governo do Hamas.
No Líbano, asforças israelenses também têm intensificado ataques nas últimas semanas, com bombardeios quase constantes, incluindo ações em Beirute, causando a morte a cerca de duas mil pessoas, segundo o governo libanês.
Além, destas mortes, mais de 520 palestinos foram mortos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental pelas forças israelenses ou em ataques de colonos.
O conflito também mergulhou Gaza numa "situação de fome catastrófica", segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
jps (Lusa, dpa)
O mês de outubro em imagens
O mês de outubro em imagens
Foto: Tomer Neuberg/Xinhua/dpa/picture alliance
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Governo da Espanha declarou três dias de luto após chuvas torrenciais deixarem um rastro de destruição na província de Valência, leste da Espanha. É o pior desastre natural na história recente do país europeu, que ainda se recupera de uma seca severa. As inundações arrastaram carros, transformaram ruas de vilarejos em rios e interromperam o tráfego em linhas ferroviárias e rodovias. (30/10)
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Foto: David W Cerny/REUTERS
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Foto: AP/picture alliance
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A 16ª cúpula do Brics começou na cidade russa de Kazan. O primeiro grande evento do gênero sediado pela Rússia desde o início da guerra na Ucrânia tem sido visto como um palco usado pelo líder e anfitrião Putin para mostrar que o país não está completamente isolado. O evento não tem a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cancelou a viagem por recomendação médica. (22/10)
Foto: Alexander Zemlianichenko/AP/picture alliance
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Foto: Bernd Wüstneck/dpa/picture alliance
Bombardeios de Israel matam mais de 80 no norte de Gaza
Ataques israelenses contra um complexo residencial no norte da Faixa de Gaza deixaram pelo menos 87 pessoas mortas e 40 feridas, informou o Ministério da Saúde do território. Este é um dos ataques mais letais desde o início do conflito em 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista Hamas matou 1,2 mil pessoas em Israel. (20/10)
Foto: IMAGO/CTK Photo
Casa de Benjamin Netanyahu é alvo de ataque de drone
Israel confirmou que um drone que atingiu a cidade costeria de Cesareia tinha como alvo a residência de férias do premiê Benjamin Netanyahu, mas ninguém se feriu. O primeiro-ministro acusou o Irã e o grupo xiita libanês Hezbolah de tentar assassiná-lo, e disse que o país e seus aliados pagarão "um preço alto" pelo ataque. (19/10)
Foto: Ariel Schalit/picture alliance/AP
Biden faz última visita à Alemanha em seu governo
O presidente dos EUA, Joe Biden, se encontrou com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, no que deve ser a última visita do americano à Alemanha em seu governo. Em um comunicado, os líderes reiteraram o apoio à Ucrânia e discutiram nova rodada de assistência econômica e humanitária ao país. (18/10)
Yahya Sinwar foi mentor dos ataques de 7 de outubro. Ele assumiu a liderança do grupo extremista em julho, ao suceder Ismail Haniyeh, morto no Irã em ataque atribuído a Israel. Netanyahu diz que "guerra não acabou", mas líderes mundiais veem marco no conflito e pedem liberação de reféns. (17/10)
Foto: Yousef Masoud/SOPA Images via ZUMA Press/alliance
Quando um desenho resulta em dois anos de prisão
Em abril de 2022, a russa Masha Moskaleva, de 12 anos, fez na escola um desenho em oposição à guerra na Ucrânia. Isso alertou as autoridades contra seu pai solo. Nas redes sociais, ele teria "desacreditado" o Exército, sendo levado a julgamento. Agora Alexei Moskalyov finalmente saiu da cruel colônia penal onde passou 22 meses. Ativistas acusam repressão como na época soviética. (16/10)
Foto: Maria Moskaleva
Coreia do Norte explode estradas que conectam a Seul
Segundo informações divulgadas pelo Exército sul-coreano, Pyongyang "detonou partes das estradas de Gyeongui e Donghae ao norte da Linha de Demarcação Militar". Seul reagiu com o disparo de tiros de advertência. Essas estradas são consideradas simbólicas na ligação de dois países separados desde a Guerra da Coreia, no início dos anos 50. (15/10)
Foto: Lee Sang-hoon/Matrix Images/picture alliance
Nobel de Economia premia estudo sobre prosperidade de nações
A Real Academia Sueca de Ciências em Estocolmo concedeu o Prêmio Nobel de Economia de 2024 a um trio de pesquisadores baseados nos Estados Unidos. O turco-americano Daron Acemoglu e os britânico-americanos Simon Johnson e James A. Robinson foram escolhidos por suas pesquisas sobre as diferenças de prosperidade entre as nações. (14/10)
Foto: Christine Olsson/TT/picture alliance
Tanques israelenses invadem base da Unifil no Líbano
Missão de paz da ONU no Líbano relatou que dois tanques israelenses destruíram o portão principal e forçaram a entrada em uma base no sul do país. Secretário-geral da ONU diz que tais instalações "jamais devem ser alvos". "Ataques contra forças de paz são uma violação das leis internacionais e podem constituir crimes de guerra", criticou António Guterres. (13/10)
Foto: Thaier Al-Sudani/REUTERS
China anuncia novo pacote de estímulo à economia
China anuncia novo pacote de estímulo à economia com base em um aumento considerável em sua emissão de dívida pública, no intuito de apoiar governos regionais, cidadãos de baixa renda, mercado imobiliário e bancos estatais.A segunda maior economia do mundo enfrenta grandes pressões deflacionárias devido a uma forte desaceleração no mercado imobiliário e à queda na confiança do consumidor. (12/10)
Foto: Alex Plavevski/EPA
Organização antinuclear japonesa ganha Prêmio Nobel da Paz
A organização japonesa Nihon Hidankyo, fundada nos anos 1950 por sobreviventes de bombas atômicas, recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2024 por sua atuação contra as armas nucleares. Segundo o comitê do Nobel, a entidade foi escolhida "por seus esforços para alcançar um mundo livre de armas nucleares e por demonstrar, por meio de testemunhas, que essas armas nunca mais devem ser usadas". (11/10)
A escritora sul-coreana Han Kang foi laureada com o Prêmio Nobel de Literatura, anunciou a Academia Sueca, em Estocolmo. Segundo a instituição, Han foi escolhida "por sua prosa poética intensa que confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana." (10/10)
Foto: Alastair Grant/AP/dpa/picture alliance
Preparativos para chegada da supertempestade
A Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) advertiu que o furacão Milton será "catastrófico e mortal" e pediu que os moradores usem as últimas horas antes da chegada da tempestade para deixar a área e, para aqueles que não conseguirem, que "busquem refúgios seguros imediatamente". A expectativa é que o furacão se torne o "mais devastador em 100 anos". (09/10)
Foto: JOE RAEDLE/Getty Images/AFP
Moraes determina desbloqueio do X após rede social cumprir exigências
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o desbloqueio da rede social X no Brasil, após o cumprimento de várias exigências relacionadas a um processo no qual a empresa era acusada de disseminação de desinformação e discurso de ódio. O X pagou multas de R$ 28 milhões determinadas pelo STF pelo descumprimento de ordens judiciais. (08/10)
Foto: Jorge Silva/REUTERS
Um ano dos ataques do Hamas em Israel
Data marca primeiro aniversário dos ataques terroristas do grupo radical Hamas em solo israelense, que resultaram em cerca de 1.200 mortes, além de mais de 250 reféns levados pelo grupo islâmico para a Faixa de Gaza. Reação de Israel gerou ampla destruição e grave crise humanitária no enclave palestino. (07/10)
Foto: Jim Urquhart/AP Photo/picture alliance
Brasil vai às urnas para eleições municipais
Eleitores de 5.569 municípios do Brasil foram às urnas para escolher os prefeitos e vereadores que os representarão pelos próximos quatro anos. Em todo o país, com exceção do Distrito Federal, 155.912.680 de eleitores estavam aptos a votar. (06/10)
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Com segurança reforçada, o ex-presidente dos EUA e candidato republicano à Casa Branca Donald Trump voltou a Butler, no estado da Pensilvânia, para liderar novo comício no local onde sofreu uma tentativa de assassinato em julho. Trump discursou ao lado do emresário Elon Musk no mesmo palco onde, em 13 de julho foi atingido de raspão na orelha direita por um tiro de fuzil. (05/10)
Foto: Jasper Colt/USA TODAY Network/IMAGO
Elefantes ficam presos após enchente na Tailândia
As enchentes no norte da Tailândia inundaram a cidade de Chiang Mai e o Elephant Nature Park, que abriga cerca de 3 mil animais resgatados. Conservacionistas fizeram uma força-tarefa para resgatar os animais, mas um elefante morreu afogado e outros 30 ainda estão desaparecidos. Segundo as autoridades,o rio Ping Rive atingiu seu maior nível da história. (04/10)
Foto: Thapanee Eadsrichai/REUTERS
Morre Cid Moreira, ícone do telejornalismo brasileiro
O apresentador Cid Moreira morreu aos 97 anos. Ele se tornou o rosto mais marcante do Jornal Nacional, da Rede Globo, e da televisão brasileira. Cid apresentou o JN por mais de 25 anos, liderando aproximadamente 8 mil edições do telejornal. Dono de uma voz grave, a partir do início dos anos 1990 dedicou-se também a gravar salmos bíblicos (03/10)
Foto: Leandro Chemalle/TheNews2/IMAGO
Israel proíbe entrada de secretário-geral da ONU no país
Ministro israelense do Exterior declara António Guterres "persona non grata" por não ter condenado ataque iraniano "de forma inequívoca". Guterres emitiu declaração com alerta sobre escalada do conflito no Oriente Médio. (02/10)
Foto: Richard Drew/AP Photo/picture alliance
Irã ataca Israel com mísseis balísticos
O Irã disparou cerca de 180 mísseis contra Israel, em retaliação ao acirramento da campanha do Estado judeu contra alvos apoiados pelo regime iraniano, como o grupo radical palestino Hamas e o libanês Hezbollah. Israel e EUA afirmaram ter abatido a maior parte dos disparos. Os estilhaços deixaram duas pessoas feridas, mas as promessas de represália sinalizam agravamento do conflito. (01/10)