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MigraçãoAlemanha

Scholz diz que o n° de refugiados é "muito alto no momento"

1 de outubro de 2023

Chanceler federal da Alemanha prometeu ajudar estados a lidar com os refugiados em meio a um aumento acentuado em pedidos de asilo. Berlim também introduziu controles nas fronteiras com a Polônia e a República Tcheca.

Olaf Scholz, chanceler federal da Alemanha, discursa durante o Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas em 18/09/23.
Scholz também disse que Berlim pediu para que a Polônia garanta que vistos não sejam mais vendidos ilegalmente a refugiadosFoto: Richard Drew/AP/dpa/picture alliance

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, disse em uma entrevista publicada no sábado (30/09) que seu governo está tentando conter a imigração ilegal para o país com controles de fronteira mais rígidos.

As observações de Scholz, feitas para a Redaktionsnetzwerk Deutschland, foram feitas após a eclosão de um escândalo de venda de vistos na Polônia e tratativas no âmbito da União Europeia para a adoção de uma política de migração comum em todo o bloco. Além disso, há crescente insatisfação na Alemanha com a política de migração, que tem sido alvo de críticas de políticos de direita e ultradireita.

"O número de refugiados que tentam chegar à Alemanha é muito alto no momento", disse o chanceler. Ele também disse que mais de 70% de todas as chegadas não foram registradas previamente em outros países, "apesar de quase todos eles terem estado em outro país da UE".

A Polícia Federal alemã registou cerca de 71 mil entradas ilegais no país este ano, segundo o Ministério do Interior, indicando que os principais países de origem são a Síria, o Afeganistão, a Turquia e o Iraque. No leste alemão, há registro de abrigos lotados com a chegada de tantos migrantes.

Planos de um "limite flexível"

O chanceler também afirmou que pretende desenvolver "um sistema permanente para os municípios" em todos os estados alemães para lidar com a migração.

Segundo Scholz, está em discussão a adoção de um "limite flexível" durante uma reunião já agendada com todos os governadores alemães em novembro. O plano envolve oferecer financiamento com base na quantidade de refugiados que cada estado receber.

Scholz também disse que Berlim pediu para que a Polônia garanta que vistos não sejam mais vendidos ilegalmente a refugiados para que eles possam entrar de maneira fraudulenta na Alemanha.

Apesar de várias discordâncias, por vezes públicas, na coalizão governante da Alemanha, o social-democrata Scholz sublinhou que o seu governo, que conta com apoio dos liberais e verdes, está "em total acordo para impedir a migração irregular para a União Europeia".

"Isto só pode ser feito em conjunto e em solidariedade. A Alemanha fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar", acrescentou.

Peso político

Berlim anunciou recentemente a imposição de controles nas fronteiras com as vizinhas Polônia e República Tcheca, depois de a Alemanha ter registado um aumento de quase 80% nos pedidos de asilo este ano. Todos os três países fazem formalmente parte do espaço comum de vistos de Schengen, onde as pessoas há muito conseguem atravessar as fronteiras sem controles de segurança rigorosos.

Entretanto, a chegada de milhares de requerentes de asilo à pequena ilha italiana de Lampedusa aumentou a urgência da elaboração de um pacto comum europeu sobre migração e asilo.

Scholz também enfrenta pressão política interna. No momento, o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD), abertamente anti-imigração, está avançando nas pesquisas, enquanto o Partido Social Democrata (SPD), juntamente com os seus parceiros de coligação, regista uma queda na preferência eleitoral.

Refugiados na Alemanha

A Alemanha recebeu cerca de 175.000 pedidos de asilo em 2023 – excluindo os ucranianos, que passam por um processo especial de asilo que a UE introduziu pouco após o início da invasão russa. No total, a Alemanha acolheu mais de 1 milhão de refugiados da Ucrânia.

Em 2015, no auge do que foi apelidado em toda a UE como uma "crise migratória", a Alemanha recebeu cerca de 1 milhão de refugiados - a maioria pessoas que escapavam da guerra civil da Síria.

jps (DW, AFP, Lusa)

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