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Scholz promete sanções imediatas se Rússia invadir Ucrânia

13 de fevereiro de 2022

Em busca de solução diplomática para o conflito, chanceler federal da Alemanha viaja nesta segunda-feira a Kiev, onde conversará com o presidente Volodimir Zelenski, e na terça-feira a Moscou, para se reunir com Putin.

Foto de Scholz. Ele veste terno escuro e gravata vinho.
Scholz não entrou em detalhes sobre quais seriam as sançõesFoto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance

Às vésperas de sua viagem ao Leste Europeu, o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, pediu neste domingo (13/02) que Moscou amenize o impasse com Kiev e alertou que a Rússia enfrentará sanções "imediatamente" se invadir a Ucrânia.

"No caso de uma agressão militar contra a Ucrânia que ameace sua integridade territorial e soberania, haverá sanções duras que preparamos cuidadosamente e que podemos colocar imediatamente em vigor, juntamente com nossos aliados na Otan e na Europa", disse Scholz.

O líder alemão não entrou em detalhes, mas os Estados Unidos e a União Europeia (UE) já alertaram sobre a perspectiva de as sanções atingirem bancos russos. O projeto do novogasoduto Nord Stream 2, que aguarda aprovação regulatória alemã para fornecer gás russo à Europa, também poderia ser arquivado.

Scholz deve se encontrar com o presidente ucraniano,Volodimir Zelenski, nesta segunda-feira, e com o presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira. No entanto, uma fonte ligada ao governo alemão disse que Berlim não espera "resultados concretos" dessas conversas.

Nos encontros, o chefe de governo da Alemanha deixará claro que o Ocidente está unido e que qualquer agressão provocaria "sanções dolorosas e consideráveis" à Rússia, disse a fonte à agência de notícias Reuters.

O vice-chanceler federal alemão e ministro da Economia, Robert Habeck, reiterou neste domingo que a Europa pode estar à beira de uma guerra, dizendo às emissoras RTL/NTV que isso "é absolutamente opressivo e ameaçador".

Mais ajuda alemã para a Ucrânia

A Alemanha considera aumentar seu apoio econômico à Ucrânia, disse uma fonte do governo a agências de notícias neste domingo.

Desde a anexação da Crimeia em 2014, a Alemanha enviou 2 bilhões de euros em ajuda financeira bilateral - mais do que qualquer outro país.

As duas nações ainda estão em desacordo sobre a entrega de armas "letais" à zona de crise. Berlim se recusa a enviar o armamento por uma questão de princípios, de acordo com a política que o país segue após a Segunda Guerra Mundial.

Uma lista de desejos da embaixada ucraniana datada de 3 de fevereiro inclui sistemas de rastreamento, equipamentos de desminagem, roupas de proteção, rádios digitais, estações de radar e equipamentos de visão noturna.

Em entrevista à rádio pública alemã no domingo, o embaixador da Ucrânia em Berlim, Andrij Melnyk, pediu a Scholz que anuncie um pacote de ajuda na casa dos "bilhões" quando visitar Kiev.

Invasão na quarta-feira

A revista alemã Der Spiegel informou na sexta-feira, citando fontes da inteligência, que os mais de 100.000 militares russos posicionados próximos à fronteira com a Ucrânia podem invadir o país na próxima quarta-feira. Autoridades dos EUA, no entanto, disseram neste domingo que não podem confirmar a informação.

"Não podemos prever exatamente o dia, mas já estamos alertando há algum tempo que estamos na janela, e uma invasão da Rússia na Ucrânia pode começar, uma grande ação militar pode começar a qualquer momento. Isso inclui a próxima semana, antes do final dos Jogos Olímpicos de Inverno", disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, à emissora CNN.

A Rússia nega ter planos de invasão e diz que suas ações são uma resposta à agressão dos países da Otan.

Militares ucranianos seguem em alerta sobre uma possível invasão russaFoto: Wolfgang Schwan/AA/picture alliance

Esperanças para um avanço diplomático

No sábado, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse que a diplomacia ainda pode resolver o impasse, mas acrescentou que o risco de uma invasão russa é alto o suficiente para justificar a retirada de funcionários da embaixada dos EUA em Kiev.

"O caminho diplomático permanece aberto. E a forma para Moscou mostrar que quer seguir por essa linha é simples. Deve desescalar, em vez de escalar", disse Blinken.

Vários outros países, incluindo a Alemanha, aconselharam seus cidadãos a deixar a Ucrânia.

Uma enxurrada de reuniões e telefonemas nos últimos dias entre as principais autoridades ocidentais e russas não produziram nenhum sinal de avanço para resolver semanas de crescentes tensões.

O presidente americano, Joe Biden, conversou no sábado por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, e o alertou que os EUA e seus aliados irão impor "custos severos" à Rússia se prosseguir com uma invasão da Ucrânia.

Biden também disse que, embora os EUA estejam preparados para o canal diplomático sobre a situação na Ucrânia, estão "igualmente preparados" para outros cenários além da diplomacia, segundo comunicado da Casa Branca.

Um alto funcionário do governo Biden disse que a chamada foi substancial, mas que não houve mudança fundamental na crise.

Pedidos da Rússia

Putin disse que a Rússia quer garantias de segurança do Ocidente, que incluem bloquear a entrada da Ucrânia na Otan, abster-se de instalações de mísseis perto das fronteiras da Rússia e reduzir a infraestrutura militar da Otan na Europa para os níveis de 1997.

O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, alertou contra colocar muita esperança nas negociações diplomáticas, dizendo que havia no ar "um cheiro de Munique", referindo-se a um pacto de 1938 que não conseguiu deter o expansionismo alemão sob o regime de Adolf Hitler.

"O preocupante é que, apesar do aumento massivo da diplomacia, o acúmulo militar continuou", disse ele ao jornal The Sunday Times.

le (AFP, AP, dpa, Reuters) 

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