Schröder defende plano de contenção de despesas
28 de novembro de 2001Enquanto o chefe de governo alemão, Gerhard Schröder, tentou convencer o Parlamento (Bundestag) de que não há alternativa para o plano de contenção de despesas para 2002, a oposição o responzabilizou pelo desemprego crescente e a crise econômica.
O debate sobre o orçamento do ano seguinte no Parlamento é, tradicionalmente, usado pelas lideranças políticas para a "lavagem de roupa suja". Desta vez, os ânimos foram especialmente acirrados em vista das eleições parlamentares marcadas para 2002.
O chefe de governo e presidente do Partido Social Democrático (SPD), Schröder, defendeu o plano de austeridade do seu ministro das Finanças, Hans Eichel (SPD). Ele argumentou ter herdado uma dívida pública de 1,5 trilhão de marcos do governo anterior, do democrata-cristão Helmut Kohl.
Schröder destacou que, não fossem as medidas impostas por Eichel, de economizar 30 bilhões de marcos, a Alemanha não teria cumprido o pacto de estabilidade imposto pela União Européia.
Advertido pelo lpresidente do Partido Liberal, Guido Westerwelle, o chefe de governo reconheceu que não cumprirá a meta de reduzir o número de desempregados para menos de 3,5 milhões, devido a atual conjuntura mundial. Ressaltou, entretanto, progressos no mercado de trabalho para os jovens.
Problemas conjunturais
- O fraco crescimento econômico da Alemanha - o país está em último lugar nos prognósticos de crescimento entre os países europeus – é, segundo Schröder, conseqüência da situação econômica nos Estados Unidos e do encolhimento do setor da construção civil no Leste do país.A política financeira e os planos de orçamento do governo foram defendidos também por oradores do Partido Verde, parceiro na coalizão de governo em Berlim. O líder da bancada verde, Rezzo Schlauch, apelou ao empresariado que desista da anunciada onda de demissões e não bloqueie uma política de incentivo à migração controlada.
Os partidos de oposição, por seu lado, destacaram a "incompetência no gerenciamento do país". Angela Merkel, presidente da União Democrata-Cristã (CDU), o maior partido de oposição, criticou os aumentos do imposto sobre combustíveis, seguros e tabaco, previstos para o início de 2002. Para ela, o aumento no salário família a partir de janeiro acabará se tornando insignificante.
O projeto de orçamento do governo alemão para 2002 será aprovado pelo Bundestag nesta sexta-feira. Seu volume total é de 247,5 bilhões de euros, correspondendo a um aumento de 1,5% em relação a 2001.