Schröder e Chirac exigem saída das tropas sírias do Líbano
7 de março de 2005Alemanha e França exortaram a Síria à retirada completa e imediata das tropas estacionadas no Líbano. A exigência foi feito pelos chefes de Estado durante um encontro informal na pequena cidade de Blomberg, no oeste do país.
Foi na pequena vila de Mossenberg, hoje pertencente a Blomberg, que nasceu o premiê Gerhard Schröder em 1944. Também participaram do encontro o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, e seu colega francês, Michel Barnier.
Em anúncio oficial, Schröder e o presidente francês, Jacques Chirac, reforçaram seu apoio a um Líbano livre, soberano e democrático, e comprometeram-se a acompanhar ativamente a questão junto à comunidade internacional, com atenção reforçada ao apoio dado ao enviado especial da ONU.
"Esperamos cooperação total – tanto do governo libanês, quanto do sírio – com a comissão investigadora das Nações Unidas para esclarecer o atentado ao ex-premiê Rafik Hariri", reforçaram, salientando que "essas são as condições para que eleições livres, justas e independentes sejam possíveis no Líbano".
Oposição não cede
A Síria anunciou o desvio das tropas para a metade oriental do país até o final de março. A decisão final sobre a retirada completa dos 14 mil soldados estacionados no Líbano, no entanto, foi adiada em um mês, conforme acertado entre os países vizinhos.
Para o ministro Joschka Fischer, "esse só pode ser um primeiro passo", pois "um plano concreto da retirada total das tropas sírias do Líbano precisa ser estabelecido". Nesta terça-feira, Fischer receberá o principal representante da oposição libanesa, Walid Jumblatt, em Berlim.
O anúncio tampouco acalmou a oposição libanesa em Beirute. Na segunda-feira (07/03), mais de 60 mil pessoas se reuniram novamente na Praça dos Mártires para protestar contra a presença Síria no país e reivindicar o esclarecimento do atentado contra Hariri, de que acusam a Síria.
As tropas sírias foram estacionadas no Líbano em 1976 para encerrar a guerra civil no país. No entanto, sua retirada para a porção oriental do país e para a região fronteiriça já havia sido estabelecida pelo Tratado de Taif de 1989, que acabou ficando só no papel.
Reformando a casa
Alemanha e França declararam harmonia em praticamente todas as questões políticas atuais. Schröder e Chirac se mostraram confiantes na aprovação de uma reforma do Pacto de Estabilidade da União Européia que aumente as chances de crescimento econômico dos países do bloco.
Para Chirac, o novo pacto deveria adaptar-se melhor à situação econômica da França e da Alemanha, sendo que nem todas as despesas públicas deveriam ter o mesmo peso na estipulação do déficit máximo – despesas com pesquisa e defesa, por exemplo, deveriam ser levadas em conta.
Os dois também estavam de pleno acordo quanto à necessidade de se evitar a aprovação da proposta de unificação do setor de serviços na União Européia. Para a França e a Alemanha, "seria melhor não apenas que o projeto fosse modificado, mas que se formulasse um novo", disse Schröder.
Os dois países também aumentaram a pressão sobre o Irã, para que forneça "garantias objetivas" de que não fabricará armas atômicas. "O governo iraniano precisa restringir o uso de seu programa nuclear para fins pacíficos", disse Schröder.