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Schröder inaugura fábrica da Porsche em Leipzig

(ns)20 de agosto de 2002

Nova fábrica da Porsche é um sinal de esperança para a Saxônia, o estado alemão mais afetado pelas enchentes. Ali será fabricado o novo jipe Cayenne. A Porsche doou dois milhões de euros às vítimas das inundações.

Chefe de governo alemão, Gerhard SchröderFoto: AP

Uma festa com 1300 convidados em Leipzig marcou a inauguração da nova fábrica da Porsche na Saxônia, o estado do leste alemão mais atingido pelas últimas inundações. Na ocasião, a marca célebre pelos carros esporte de luxo apresentou sua mais recente novidade: o jipe Cayenne, cuja "premiere" diante de um público maior só se dará no Salão do Automóvel, em Paris, no final de setembro.

Este "offroad nobre" ou "o primeiro Porsche com valor utilitário", como a própria montadora o caracteriza, será fabricado em cooperação com a Volkswagen. O 4 x 4, de 4,80 metros de cumprimento, será montado em Leipzig. Ele estará no comércio a partir de dezembro. A nova fábrica empregará, inicialmente, 300 funcionários.

Fábrica adquire valor simbólico

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, chegou à fábrica num Cayenne, que considerou "um farol, um símbolo de esperança para a Saxônia" submersa nas águas do Elba e seus afluentes. "Seria errado cancelar esta festividade", expôs Schröder, acrescentando: "A nova fábrica da Porsche, numa região na qual a Volkswagen e a BMW já têm montadoras, é um sinal de esperança para quem sofreu prejuízos com as enchentes". O chanceler elogiou a onda de solidariedade em todo o país. "A atual situação faz com que surja na Alemanha uma unidade dos corações", disse Schröder, referindo-se à integração das duas antigas Alemanhas, tida ainda como difícil, mais de dez anos após a reunificação.

"A vida continua e a Saxônia tem um grande futuro", disse o presidente da Porsche, Wendelin Wiedeking, ressaltando o caráter simbólico da inauguração. Ele anunciou uma doação de dois milhões de euros às vítimas das enchentes. A localização da nova fábrica na Saxônia seria a contribuição da Porsche para a reconstrução do leste. Ele fez questão de ressaltar que a empresa abriu mão de qualquer tipo de subvenção que poderia receber do Estado. "O dinheiro dos contribuintes é mais bem investido quando serve para financiar infra-estrutura, educação ou programas sociais", opinou.

Sobre o novo jipe, Wiedeking prognosticou um grande sucesso de venda. Mais de cem mil clientes já teriam manifestado interesse. Ele aproveitou a ocasião para informar que a Porsche desistiu de lançar ações na Bolsa de Nova York, devido ao juramento em relação ao balancete exigido agora nos EUA, que Wiedeking considerou "um absurdo", à margem da festividade.

Montadoras são maiores empregadores do leste

As montadoras alemãs fizeram altos investimentos no leste alemão. Atualmente, 1,7 bilhão de euros estão sendo empregados na construção de novas fábricas e instalações. Com exceção da subsidiária da Ford na Alemanha, todas as montadoras construíram fábricas no leste, principalmente na Saxônia e Turíngia.

Com 1,8 bilhão de euros de investimento e 6700 funcionários, a Volkswagen é o maior empregador privado da Saxônia. A montadora com sede no norte da Alemanha também investiu quase 200 milhões de euros em sua "fábrica de vidro" em Dresden, na qual 800 funcionários constróem o modelo de luxo Phaeton. Na fábrica que a BMW está construindo em Leipzig, a produção em série será iniciada em 2005. Ela dará trabalho a 5500 pessoas, representando um investimento de um bilhão de euros.

Também na Turíngia uma montadora é o maior empregador do estado: a Opel Eisennach, onde 2000 operários montam os modelos Corsa e Astra. Perto de Erfurt, a DaimlerChrysler está edificando uma fábrica de motores, em conjunto com a Mitsubishi. E desde 1991 a DaimlerChrysler produz utilitários em Ludwigsfelde, no estado de Brandemburgo.

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