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Schröder, o imperdoável

Marcio Weichert31 de maio de 2003

Antagonistas da guerra no Iraque vão se reencontrar pela primeira vez na reunião do G-8. Chanceler federal da Alemanha é o único, entretanto, que não conversará a sós com George W. Bush.

Schröder e Bush, cara a cara em Praga, em novembro passadoFoto: AP

O chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, não foi o único líder do G-8 a opor-se à guerra no Iraque. O presidente francês, Jacques Chirac, o russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro canadense, Jean Chrétien, também. Estes três, entretanto, estão com encontros marcados com o presidente americano, George W. Bush, durante sua atual viagem à Europa, iniciada na sexta-feira (30) em Varsóvia (Polônia), passando por São Petersburgo (Rússia) e terminando em Evian (França), onde se reúne a cúpula do G-8 no domingo e na segunda-feira (01-02/06).

Oficialmente trata-se tudo de uma questão de agenda. Bush chegará atrasado (somente no sábado) para os festejos do terceiro centenário de São Petersburgo, quando Schröder já terá retornado a Berlim para a convenção extraordinária de seu Partido Social Democrata (SPD), que discutirá a polêmica Agenda 2010, o pacote de reformas da previdência e da saúde. A continuidade de seu governo está em jogo.

Pelo mesmo motivo, o chanceler alemão só desembarcará em Evian na noite de domingo, quando já estará em andamento o encontro dos sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia e diversos convidados especiais, como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Na segunda-feira, será a vez de Bush deixar a reunião às margens do Lago de Genebra antes da hora, seguindo viagem para o Oriente Médio.

Falta de tempo é uma velha desculpa para não se fazer algo de que não se está a fim. A Casa Branca parece não estar ainda disposta a um aperto de mãos com a Chancelaria Federal alemã. Nos meios diplomáticos e na imprensa dos EUA, fala-se que Schröder jamais recuperará a confiança de Bush.

Embora Chirac tenha sido para os americanos o principal antagonista de seu presidente na questão iraquiana, o chefe de governo alemão foi o primeiro a se manifestar. Pior: teria recorrido a sentimentos anti-americanos para reeleger-se. Um comportamento que seria imperdoável para Washington.

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