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Schröder quer maior transparência nos preços do petróleo

rw28 de setembro de 2004

Chefe do governo alemão pediu maior transparência no preço do óleo bruto. Alta é conseqüência da grande demanda, mas também resultado de especulações, reclamou Gerhard Schröder em sua visita à Noruega.

Não só a grande demanda causa aumento do preço do petróleoFoto: AP

"O preço do petróleo está sendo claramente determinado pela especulação, que acaba elevando os preços. Esta especulação não interessa a importadores, nem a produtores", destacou o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, nesta terça-feira (28/9), em sua visita de um dia à Noruega, um dos principais exportadores mundiais de gás e petróleo.

Entre os temas tratados no encontro com o chefe do governo norueguês, Kjell Magne Bondevik, esteve a cooperação mais estreita entre a Alemanha e o país escandinavo em relação às reservas de gás no Mar de Berent. Antes disso, porém, é preciso resolver o conflito russo-norueguês sobre o uso do Mar de Berent, salientou.

Confira a localização da Noruega na Europa

Preocupado com o recorde do preço do barril, de 50 dólares no mercado internacional nesta terça-feira (28/9), o chefe do governo alemão disse, todavia, não ver motivos para pânico. Na opinião de Schröder, o preço atual não se refletirá imediatamente sobre a conjuntura mundial, "mas, se a alta continuar, não se pode mais descartar implicações para todo o mundo", acrescentou o social-democrata.

Ao mesmo tempo, ele salientou a importância de uma regulamentação do preço do petróleo e apelou por maior transparência nos mercados de matérias-primas.

Críticas da Associação dos Distribuidores

Schröder participou na Noruega, com seu colega de pasta, de um seminário que abordou a cooperação teuto-norueguesa em relação às perspectivas de um abastecimento energético seguro na Europa. Segundo o Ministério alemão das Relações Exteriores, a Noruega cobre 20% das necessidades alemãs de petróleo e 25% das de gás, o que torna a Alemanha o principal parceiro da Noruega neste setor. Roy Holloway, da Associação dos Distribuidores de Petróleo, falou sobre os especuladores à DW-RADIO:

– "É provável que o principal fator de elevação dos preços seja a grande quantidade de especuladores, que nem precisam de petróleo, mas são atraídos pelo lucro rápido. Eles compram toda a carga de navios-tanques ainda em alto-mar e a vendem antes que chegue a algum porto."

Holloway esclareceu também que o fato de o petróleo cru ser caro não implica necessariamente que a gasolina fique cara. "À medida em que se aproxima o inverno europeu, anda-se menos de carro no hemisfério norte. Ao mesmo tempo, no entanto, aumenta o consumo do combustível para calefação, por isso os preços do diesel costumam subir em outubro e novembro."

Também o ministro da Economia, Wolfgang Clement, declarou-se preocupado com o aumento constante do preço do petróleo. O atual desenvolvimento positivo da economia mundial ainda está permitindo reagir, mas não existe nenhuma garantia que tudo permaneça assim, disse Clement. Seria preciso que os governos encontrassem meios de impedir que especuladores levem os preços a subir cada vez mais. Nesta terça-feira, o preço de um barril de 159 litros ultrapassou pela primeira vez a marca dos 50 dólares. As inquietações na Nigéria, quinto maior produtor de petróleo do mundo, e os problemas na Venezuela e na Rússia são apontados como causas, ao lado de estragos causados pelos furacões recentes em plataformas de extração.

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