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Schröder tenta acalmar os ânimos

ef7 de outubro de 2003

Surpreendido com o ataque de Israel contra uma base palestina na Síria, durante sua visita ao Oriente Médio, o chanceler federal alemão exige moderação de israelenses e palestinos.

Schröder e o princípe herdeiro saudita Abdullah passam as tropas em revistaFoto: AP

O caráter do rápido giro do chefe de governo da Alemanha, Gerhard Schröder, ao Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos era para ser essencialmente econômico. Tanto é que 17 representantes da nata do empresariado alemão fazem parte da sua comitiva. Mas já no primeiro dia, no domingo, Schröder foi surpreendido com a notícia do ataque israelense à Síria, quando conversava com o presidente do Egito, Husni Mubarak, no Cairo.

A ofensiva de Israel não surpreendeu a maioria dos membros da comitiva alemã nem o governo egípcio. Com as suas recentes ameaças de sanções contra a Síria, os Estados Unidos teriam praticamente dado o sinal verde para uma ação de intimidação contra aquele país. Ao lado do apoio sírio para grupos radicais palestinos, os americanos estão ocupados também com a penetração de forças anti-americanas no Iraque, via Síria e Irã.

Indiretamente, Schröder acusou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, de falta de disposição para uma retomada das negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina. O alvo do ataque israelense foi um acampamento que, supostamente, serve de treinamento de terroristas dos grupos palestinos Jihad e Hamas, assim como elementos da rede Al Qaeda, de Osama Bin Laden.

Pressão dupla – Em Riad, nesta segunda-feira, o chanceler alemão condenou tanto a agressão israelense quanto os atos terroristas palestinos contra Israel. "Nós temos que fazer pressão política sobre os dois lados, para que eles cumpram suas obrigações, sem exceção", disse Schröder em discurso na Câmara de Indústria e Comércio na capital saudita. Para ele, cada dia de prosseguimento da violência fortalece os terroristas e os que não querem o equilíbrio da paz. A Alemanha, por outro lado, tem grande esperança no plano de paz "Mapa do Caminho", afirmou.

Ao mesmo tempo, o político alemão qualificou como "inadequado" o projeto de resolução que a Síria apresentou ao Conselho de Segurança em Nova York, numa tentativa, até agora inútil, de fazer a ONU condenar a agressão israelense à soberania territorial do seu país. A iniciativa do regime sírio foi bloqueada pelo embaixador dos Estados Unidos na ONU, John Negroponte. A reunião de emergência do Conselho foi suspensa na madrugada desta segunda-feira sem votação. Negroponte adiou o debate para uma data indeterminada.

Luta anti-terror – Berlim e Riad vão cooperar mais na luta contra o terrorismo, segundo anunciou Schröder na capital saudita, ao mesmo tempo em que os ministros alemão e saudita do Interior encontravam-se para discutir os detalhes. Está planejada uma cooperação estreita entre o serviço secreto saudita e o alemão BND (Bundesnachrichtendienst). A Alemanha engajou-se nesta luta internacional depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Schröder conversou com o príncipe herdeiro e chefe de governo saudita Abdullah, na noite de domingo, sobre o conflito no Oriente Médio, o Iraque, questões econômicas e a luta anti-terror. Ele encontrou-se também com o rei Fahd. Na tarde desta segunda-feira, o chefe de governo alemão partiu para a última etapa da sua viagem – os Emirados Árabes Unidos.

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