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Scotland Yard investiga Kevin Spacey, diz jornal

4 de novembro de 2017

Polícia de Londres apura denúncia de abuso sexual, que teria ocorrido em 2008. Netflix anuncia desligamento do ator. Partido britânico afasta deputado após acusação de assédio.

Kevin Spacey em cena de "House of Cards"
Kevin Spacey em cena de "House of Cards": roteiristas estariam preparando morte do personagem interpretado pelo atorFoto: David Giesbrecht/AP/dpa

A rede de televisão Sky News informou nesta sexta-feira (03/11) que a polícia de Londres abriu uma investigação contra o ator americano Kevin Spacey. A Scotland Yard confirmou que seu Departamento de Abuso Infantil e Crimes Sexuais investiga uma denúncia recebida em 1º de novembro, sobre um incidente no sul de Londres em 2008, sem divulgar os nomes dos envolvidos. Mas, segundo a Sky News, o caso ocorreu perto do teatro Old Vic, onde Spacey foi diretor artístico de 2004 a 2015.

O tabloide The Sun informou que o denunciante, um homem de 23 anos na época, pretendia se tornar ator, tendo acordado no meio de "um ato sexual" com Spacey no apartamento do artista na capital britânica, após ter sido convidado para tomar uma taça de vinho na noite anterior.

De acordo com as fontes do jornal, ambos fumaram maconha. O jovem desmaiou e, quando recuperou a consciência, se deu conta que estava sendo abusado sexualmente pelo ator.

A vítima, que disse que buscava conselhos para sua carreira, foi embora rapidamente do apartamento, após a estrela de Hollywood ter pedido para ele "não contar a ninguém" o ocorrido, segundo o Sun.

Morte de personagem

O serviço de streaming Netflix anunciou nesta sexta-feira que rompeu os laços com Spacey e ressaltou que não estará envolvido nos trabalhos da série House of Cards enquanto o ator estiver no elenco. "A Netflix não estará envolvida em nenhuma produção de House of Cards que inclua Kevin Spacey. Seguiremos trabalhando com a MRC (produtora Media Rights Capital) durante esta interrupção para avaliar nosso caminho em relação à série", comunicou a empresa.

A "interrupção" a que a empresa se refere diz respeito à suspensão das filmagens da série, determinada devido ao escândalo sexual em que o ator está envolvido.

Os roteiristas da série estariam fazendo mudanças na sexta e última temporada para que a história não inclua Frank Underwood, personagem interpretado por Spacey, informou a revista The Hollywood Reporter. Horas antes, a publicação especializada Variety apontava para a mesma direção, citando fontes que asseguram que os produtores da série estudavam a possibilidade de "matar" o personagem.

Ator Anthony Rapp afirma que foi assediado sexualmente por Spacey quando tinha 14 anosFoto: picture alliance/Everett Collection/Breaking Glass Pictures /A. Hreha

Além disso, a Netflix decidiu não lançar o filme Gore, sobre o escritor Gore Vidal, protagonizado e produzido por Spacey. O trabalho, em fase de pós-produção, seria, a princípio, transmitido pela própria plataforma de streaming.

Segundo os depoimentos recolhidos pelo The Hollywood Reporter, o roteiro da sexta e última temporada de House of Cards estava praticamente finalizado antes de o ator Anthony Rapp (da série Star Trek Discovery) acusar, no domingo passado, Spacey de tê-lo assediado sexualmente em 1986, quando ambos tinham 14 e 26 anos, respectivamente. Em reportagem publicada nesta quinta-feira pela rede de TV americana CNN, Spacey foi acusado de ter assediado sexualmente oito membros atuais e antigos da equipe de filmagem, durante a produção da série.

Já o produtor de Hollywood Harvey Weinstein – acusado de agressão sexual por dezenas de atrizes – pode ter de enfrentar um mandado de prisão em Nova York, por acusação de estupro. A polícia de Nova York informou nesta sexta-feira que está reunindo evidências para a detenção de Weinstein, por considerar "digna de crédito" a denúncia da atriz Paz de la Huerta, que acusa o produtor de tê-la violentado em 2010.

Escândalo na política britânica

O deputado do Partido Conservador britânico Charlie Elphicke, de 46 anos, foi suspenso nesta sexta-feira após "graves acusações" contra o parlamentar terem sido "enviadas à polícia". A suspensão de Elphicke, que alega desconhecer a natureza das alegações, amplia o escândalo por supostos casos de assédio sexual que afeta parlamentares de todos os partidos no Reino Unido e que na quarta-feira motivou a demissão do ministro de Defesa.

Elphicke, que representava desde 2010 a circunscrição de Dover e Deal, no sul da Inglaterra, lamentou no Twitter que a imprensa tenha sido informada sobre a suspensão antes de ele próprio. "Não sei do que se tratam as acusações e nego qualquer comportamento indevido", afirmou.

Na quinta-feira, o deputado trabalhista Kelvin Hopkins, que também foi suspenso por suposto assédio sexual a uma jovem militante, negou "absoluta e categoricamente" a acusação, enquanto seu colega Clive Lewis também negou abusos após ser revelado que é investigado pelo partido.

Em meio ao crescente número de revelações sobre pessoas que ocupa cargos de poder, os partidos políticos britânicos anunciaram nesta semana que introduzirão códigos de conduta interna mais rígidos e procedimentos de investigação mais rigorosos.

A primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, vai se reunir na próxima segunda-feira com os líderes da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn e o liberal-democrata Vince Cable, a fim de criar medidas a serem aplicadas no Parlamento.

MD/efe/afp

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