Sebastião Salgado é premiado com "Nobel das artes"
14 de setembro de 2021
Fotógrafo brasileiro receberá prêmio japonês dotado de mais de R$ 700 mil na categoria pintura por retratar "com grande sentido estético o estado dos mais pobres e a degradação do meio ambiente" na Amazônia.
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O fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, famoso por suas intensas fotos em preto e branco, é um dos ganhadores deste ano do Praemium Imperiale do Japão, considerado o "Nobel das artes". O anúncio foi feito nesta terça-feira (14/09) em Berlim pelo ex-presidente do Instituto Goethe e conselheiro da Associação Japonesa de Arte Klaus-Dieter Lehmann.
Cada laureado vai receber 15 milhões de ienes (R$ 712 mil), durante uma cerimônia tradicionalmente realizada em outubro em Tóquio pelo príncipe Hitachi, irmão mais novo do imperador japonês, Akihito. Devido à pandemia, a cerimônia deste ano foi cancelada.
Camarote.21 - Especial Sebastião Salgado
24:41
Salgado, de 77 anos, foi distinguido na categoria pintura pelas imagens em que retrata "com grande sentido estético o estado dos mais pobres e a degradação do meio ambiente". Seu último projeto, "Amazônia", mostra a exploração do ecossistema amazônico e da vida de seus povos indígenas durante sete anos.
Foram agraciados ainda o escultor americano James Turrell, que usa o espaço e a luz como meio de expressão, o arquiteto australiano Glenn Murcutt, conhecido por suas casas modernistas se integrando ao ambiente rural, e o virtuoso violoncelista americano Yo-Yo Ma.
Sebastião Salgado: "É preciso parar destruição da Amazônia"
04:09
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Considerado um dos maiores de seu tempo, o músico americano, filho de pais chineses que moram em Paris, gravou mais de cem álbuns e ganhou inúmeros prêmios, incluindo 18 prêmios Grammy durante sua carreira.
O Praemium Imperiale é concedido anualmente pela Associação Japonesa de Arte desde 1989, por sugestão da família imperial japonesa em memória do príncipe Takamatsu (1905-1987). Ele homenageia cinco categorias: pintura, escultura, música, arquitetura e cinema e teatro, todas áreas das artes não consideradas pelo Prêmio Nobel. O arquiteto brasileiro Paulo Mendes da Rocha foi agraciado com o prêmio em 2016. Oscar Niemeyer foi o primeiro brasileiro a receber o prêmio, em 2004.
rw/as (dw, dpa, afp, efe)
Amazônia em estado de emergência
A Floresta Amazônica enfrenta suas piores queimadas em anos. As chamas deixam rastro de destruição na região e geram comoção internacional. Imagens revelam a proporção assustadora da tragédia.
Foto: picture-alliance/dpa/AP/E. Peres
Amazônia em chamas
Uma fumaça espessa cobre grande parte da Região Amazônica. A dimensão do avanço da destruição da floresta é melhor percebida de cima. Paredes enormes de fogo consomem grandes áreas verdes e dão o tom da evolução da catástrofe ambiental.
Foto: Imago Images/Agencia EFE/J. Alves
Bombeiros em ação contínua
Apesar dos troncos de árvores queimados, o fogo continua sua destruição. Milhares de bombeiros colocam sua vida em risco para tentar conter as chamas. Aparentemente, seus esforços não são suficientes, e o avanço das queimadas chamou a atenção do mundo para a Amazônia.
Foto: picture-alliance/dpa/AP/E. Peres
Fumaça chega a regiões distantes
Em 19 de agosto, a fumaça das queimadas chegou até São Paulo, contribuindo para o fenômeno que transformou o dia em noite na cidade. A nuvem de fumaça atraiu a atenção do Brasil e do mundo para a situação na Amazônia. Essa fumaça também foi percebida no Peru e recentemente no Uruguai.
A inércia do governo brasileiro diante do avanço das chamas levou a comunidade internacional a pressionar o presidente Jair Bolsonaro a tomar medidas para combater as queimadas. Solicitado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, o tema foi debatido na cúpula do G7. Depois disso, Bolsonaro fez um pronunciamento anunciando o uso das Forças Armadas nos esforços contra o fogo.
Foto: Youtube/TV BrasilGov
Aumento no número de queimadas
Numa corrida contra o tempo, vários estados da região declararam situação de emergência e pediram ao governo federal o envio de militares. As estatísticas não são nada animadoras. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro a 18 de agosto as queimadas aumentaram 82% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram registrados quase 72 mil focos de incêndio.
No dia seguinte ao anúncio de Bolsonaro, os primeiro militares entraram em ação contra o fogo em Rondônia. O governo disse que disponibilizou 44 mil militares para combater os incêndios que estão devastando a Amazônia.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Brazil Ministry of Defense
Catástrofe causada por humanos
Grandes incêndios não são uma exceção em países sul-americanos. Eles são frequentes durante o período de seca. No entanto, também são causados pela ação humana. Ambientalistas dizem que o recente aumento no número de queimadas é responsabilidade de agricultores, que através do fogo pretendem ganhar terras para o pasto.
Foto: picture-alliance/dpa/AP/L. Correa
Infraestrutura em perigo
Os incêndios não são um risco apenas em florestas distantes. A foto tirada na região de Cuiabá, no Mato Grosso, mostra a proximidade das chamas a locais habitados. Na beira da rodovia 070, que liga o Brasil à vizinha Bolívia, as chamas resplandecem de forma ameaçadora aos veículos que passam por ali.
Foto: picture-alliance/dpa/AP/a. Penner
Protestos contra o governo Bolsonaro
Brasileiros foram às ruas em várias cidades do país para protestar contra as políticas ambientais do governo Bolsonaro. Em várias ocasiões, o presidente defendeu o desenvolvimento econômico da Amazônia e chegou a propor a seu homólogo americano, Donald Trump, a exploração conjunta da região.
Foto: Imago Images/Agencia EFE/M. Sayao
Preocupação mundial
As atitudes do governo brasileiro em relação ao meio ambiente e ao avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia provocaram também dezenas de manifestações em frente às representações diplomáticas do Brasil em várias cidades europeias e sul-americanas. A maioria dos atos foi convocada pelo movimento Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção).
Foto: DW/C. Neher
Ajuda internacional
Devido à magnitude dos incêndios, o Brasil recebeu apoio da comunidade internacional. O G7 ofereceu 20 milhões de dólares ao país. A oferta, porém, foi recusada por Bolsonaro. O Reino Unido disponibilizou 10 milhões de libras para o combate às queimadas, e Israel prometeu o envio de um avião equipado para essa finalidade.