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Secretário de Temer pede demissão após defender massacre

7 de janeiro de 2017

Bruno Júlio deixa comando da Secretaria Nacional da Juventude após dizer que "deveria haver uma chacina por semana". Massacres em presídios de Roraima e Amazonas deixam 87 mortos em uma semana.

Brasilien Gefängnis Presídio Central
Foto: picture-alliance/dpa

O secretário nacional de Juventude, Bruno Júlio, vai deixar o cargo nos próximos dias devido à repercussão de uma entrevista sobre a chacina que deixou 31 mortos num presídio em Roraima, quatro dias após um massacre com 56 mortos numa penitenciária no Amazonas.

"Tinha que matar mais [presos], tinha que fazer uma chacina por semana", disse em entrevista a um colunista do jornal O Globo.

Júlio, que foi nomeado em junho para a Secretaria Nacional de Juventude, vinculada à Presidência da República, apresentou o pedido de demissão ao presidente Michel Temer nesta sexta-feira (06/01).

Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, o pedido foi aceito e a demissão deverá ser publicada no Diário Oficial da União até o início da próxima semana.

Em nota, Júlio argumentou que fez a declaração "em caráter pessoal" ao jornalista, depois da entrevista. De acordo com o secretário, que também é presidente licenciado da Juventude Nacional do PMDB, está havendo "uma valorização muito grande da morte de condenados, muito maior do que quando um bandido mata um pai de família que está saindo ou voltando do trabalho".

"O que eu quis dizer foi que, embora o presidiário também mereça respeito e consideração, temos que valorizar mais o combate à violência com mecanismos que o Estado não tem conseguido colocar à disposição da população plenamente", afirmou em nota.

KG/abr/ots

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