Sede do Ministério de Informação do Afeganistão sofre ataque
20 de abril de 2019
Ação foi realizada por quatro homens, que detonaram explosivo e atiraram contra o prédio. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo ataque. Três civis e quatro policiais morreram.
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Uma forte explosão seguida de um ataque a tiros atingiu neste sábado (20/04) o Ministério de Informação e Tecnologia na capital do Afeganistão. Segundo a polícia, a ação foi realizada por três homens - dois foram mortos pelas forças de segurança. Três civis e quatro policiais morreram. Outros oito civis ficaram feridos.
O ataque começou por volta das 11h40 do horário local (4h10 em Brasília) com uma primeira explosão, seguida por um tiroteio, afirmou o porta-voz do Ministério do Interior, Nasrat Rahimi.
A ação foi cometida por pelo menos quatro insurgentes, que atacaram o edifício dos correios do complexo ministerial, "se aproveitando", segundo o porta-voz, de "um templo" que fica no local.
Todos os responsáveis pelo ataque foram mortos pela polícia.
A explosão inicial deixou pelo menos seis pessoas feridas, que foram levadas a hospitais próximos, conforme disse o porta-voz do Ministério da Saúde Pública, Wahidullah Mayar, no Twitter.
O Ministério de Interior, em mensagem na mesma rede social, informou que as forças de segurança "esvaziaram com sucesso" dois edifícios do complexo ministerial.
"Centenas de civis foram resgatados", informou a pasta.
Canais de televisão afegãos mostraram imagens de vários funcionários deixando um dos edifícios do Ministério pelas janelas e por meio de escadas disponibilizadas pelas forças de segurança.
Nenhum grupo reivindicou ainda a autoria do ataque, e os talibãs, em mensagem divulgada pelo porta-voz Zabihullah Mujahid no Twitter, negaram ter participado da ação.
"O ataque de hoje em Cabul não tem nada a ver com os combatentes do Emirado Islâmico (como os talibãs se denominam)", disse Mujahid.
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.