Eleitores vâo às urnas nas eleições legislativas na França mais de um mês após elegerem Emmanuel Macron presidente e uma semana depois do primeiro turno. Pesquisas preveem ampla vitória para partido do chefe de Estado
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Os eleitores comparecem às urnas na França neste domingo (18/06) para o segundo turno das eleições legislativas no país, mais de um mês depois do pleito que elegeu Emmanuel Macron presidente e uma semana depois do primeiro turno. As últimas projeções dão maioria ao partido do chefe de Estado, República em Marcha! e aos seus aliados.
Mais de 65 mil seções eleitorais abriram as portas às 8h (horário local) e fecham, em sua maioria, às 18h. Cerca de 47,5 milhões de eleitores devem votar para preencher os 573 dos 577 assentos da Assembleia Nacional, sendo que quatro foram eleitos durante a primeira rodada de votação.
O partido A República em Marcha! (LREM, na sigla em francês), do novo presidente, eleito em 7 de maio, deve conquistar entre 415 e 455 dos 577 lugares da Assembleia Nacional, juntamente com o seu aliado centrista do Movimento Democrático (MoDem), de François Bayrou, muito acima da maioria absoluta (289 deputados), segundo sondagens realizadas após o primeiro turno.
Os partidos tradicionais devem obter novamente número reduzido de votos, segundo últimas pesquisas. Republicanos e socialistas devem conseguir, respectivamente, de 70 a 95 lugares e entre 20 a 35 assentos. A Frente Nacional, de extrema direita, também sequer conseguirá formar uma bancada, devendo eleger menos de 10 legisladores.
O presidente da França, Emmanuel Macron, votou pouco depois das 9h (horário local), mais cedo do que de costume, já que tinha que presidir uma cerimônia militar cerca de duas horas depois.
Macron foi sozinho à sua seção eleitoral, de Le Touquet, um balneário no noroeste do país, onde ele tem uma residência junto com sua esposa Brigitte, que não o acompanhou.
Após votar, o presidente cumprimentou centenas de vizinhos da localidade, que tinham ido ao local.
Posteriormente, Macron tomou um helicóptero rumo ao Mont-Valérien, para participar do compromisso oficial agendado.
MD/efe/rtr/afp/dpa
O papel da França, segundo Macron
Eleito o mais jovem presidente da República francesa, Macron é considerado um europeu convicto. Para ele, não há alternativa para a França, senão apoiar o mercado comunitário. Veja os principais planos para o país.
Foto: picture alliance/dpa/Maxppp/D. Fouray
União Europeia
Macron se diz - e é amplamente considerado - pró-europeu. Ele defende um fortalecimento da UE e ressalta que o futuro dos países europeus está somente na comunhão de interesses. A França, afirma, só irá adiante com ajuda dos vizinhos.
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Euro
Para Macron, a permanência da França na moeda comum europeia é uma obviedade. Mas ele defende mudanças: um orçamento próprio para a zona do euro, inclusive ministro das Finanças e controles parlamentares. Isso inclui também mudança nas regras fiscais – ou seja, quanto de dívida um país pode fazer. Os detalhes não são claros. Essa reestruturação só seria viável com uma alteração dos tratados da UE.
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Segurança
O presidente eleito quer aumentar o número de policiais, que havia sido cortado sob o governo Sarkozy. No mais, ele aposta nos meios disponíveis e na cooperação europeia para o combate ao terrorismo.
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Imigração
Macron considera o acolhimento dos requerentes de refúgio e estudantes estrangeiros como "oportunidade e motivo de orgulho." Ele defende a proteção das fronteiras externas da UE, a fim de limitar o influxo de imigrantes e, de resto, respeita as decisões dos acordos europeus.
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Comércio
Macron defende uma ordem econômica liberal. Ele quer reformar o país e torná-lo mais competitivo. Isso inclui promover a criação de empresas e reduzir os encargos financeiros. O ex-ministro francês da Economia é amigo do livre-comércio e aposta em tecnologias de ponta. Ao mesmo tempo, ele pretende reduzir o número de funcionários públicos, diminuir a burocracia e enxugar o aparato estatal no país.
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Mercado de trabalho
Macron defende uma maior flexibilidade para o rígido mercado de trabalho e almeja reduzir custos sociais, principalmente no seguro-desemprego. Isso inclui cortes no direito à assistência. A princípio, ele planeja uma idade de aposentadoria de 62 anos, com um posterior aumento desse limite de idade.
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Putin e Otan
Macron defende as sanções e o distanciamento político existente entre a Europa e a Rússia. Espera-se que ele aposte amplamente na continuidade da política externa e de segurança da França, em ampla cooperação com a Alemanha e a Aliança Atlântica.