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Segurança mostra impopularidade de Bush

ef19 de novembro de 2003

Os 14 mil homens que protegem o presidente dos EUA em Londres e os 100 mil adversários esperados para protestar contra sua visita mostram que Bush é pouco estimado no Reino Unido.

Faixas de protesto contra a visitaFoto: AP

Essa é a impressão inicial da imprensa da Alemanha sobre a visita de três dias do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, ao seu maior aliado na guerra do Iraque. Bush chegou na noite desta terça-feira ao aeroporto de Londres, onde foi recebido pelo príncipe Charles. Pior que a impressão que o presidente possa ter dos protestos seriam os efeitos que eles poderão provocar em casa, porque os americanos não estariam preparados para o choque, como destacou o jornal alemão Westfalenpost. "Afinal de contas, eles supõem que os aliados na Grã-Bretanha estão firmes do seu lado."

A atmosfera que impera no Reino Unido seria o inverso do supostamente imaginado pela rainha Elizabeth II quando ela convidou Bush para a visita, pressupõe o Tageszeitung, de Munique. "Uma festa de triunfo dos aliados anglo-americanos no Iraque não pode ser, mas como amigos têm de se manter unidos nas horas mais difíceis, Bush visita Blair. Ele agradece, de coração, a ajuda britânica no Iraque, para o que milhões de britânicos não têm a menor compreensão", destacou o jornal alemão. Este supõe que o presidente americano está consolando o premier britânico porque a popularidade de Blair desceu para o porão, como acontece com a de Bush nos EUA.

Bush e a mulher Laura desembarcando em LondresFoto: AP

Saudação & fiasco na segurança

- Bush e sua mulher Laura estão hospedados no Palácio de Buckingham e foram recebidos pela rainha Elizabeth II nesta quarta-feira. Foi a primeira vez que um presidente americano foi recepcionado com todas as honrarias na Grã-Bretanha, segundo informação oficial. Bush foi saudado na chegada com uma salva de 41 tiros e a execução de praxe dos hinos nacionais dos EUA e da Grã-Bretanha. A recepção aconteceu sob o impacto da revelação espetacular de que um jornalista do popular diário Daily Mirror conseguiu há dois meses ser contratado, com documentos falsos, para servir no Palácio de Buckingham.

"Se eu fosse um terrorista e quisesse matar a rainha ou o presidente americano, eu poderia fazer isso com a maior facilidade", escreveu Ryan Parry em sua reportagem de 15 páginas. Os custos com a segurança de Bush na Grã-Bretanha são superiores a sete milhões de euros.

Bush vai conversar com o primeiro-ministro Tony Blair, na Downing Street, na quinta-feira, sobre a situação no Iraque e no Oriente Médio, bem como sobre as barreiras alfandegárias impostas pelos EUA às importações de aço da União Européia. Cem mil pessoas estão sendo esperadas para os protestos programados para a ocasião no trecho entre o Parlamento e Downing Street.

Protesto de massa

- Os manifestantes querem mostrar que existem milhões de pessoas no Reino Unido e no mundo que rejeitam a guerra. "George Bush não pode ignorar a nossa mensagem", disse Lindsay German, organizadora do protesto de massa. Bush não deverá, todavia, se dar conta da dimensão do protesto porque o desfile em carro aberto foi cortado do seu programa em Londres. Ele vai depositar uma coroa de flores no túmulo de soldados desconhecidos e, provavelmente, se encontrar com pais que perderam filhos no Iraque.

Robert Kelly, cujo filho de 18 anos morreu na guerra, é um adversário da ação militar no Iraque: "Meu filho lutou por seu país e deu tudo a ele. Essa guerra não deveria ter acontecido". Bush e Blair vão visitar na sexta-feira o reduto eleitoral do premier britânico, Sedgefield, no norte da Inglaterra, onde também impera clima de estado de emergência e as medidas de segurança adotadas lá são tão rigorosas quanto em Londres. De lá, o presidente americano voltará para Washington.

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