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Segurança na Copa do Mundo será trabalho conjunto

(as)14 de fevereiro de 2006

Especialistas de diversos países reunidos em Berlim reforçaram a necessidade de um intenso trabalho conjunto além-fronteiras para evitar atentados terroristas durante o Mundial de Futebol.

Mundial de Futebol é um dos principais temas do Congresso Europeu de PoliciaisFoto: picture-alliance / dpa/dpaweb

"A coleta de informações o mais cedo possível é decisiva para a tomada de medidas preventivas", afirmou o ex-ministro alemão do Interior, Otto Schily. O ministro da Segurança de Israel, Gideon Ezra, sugeriu, no caso de grandes eventos como a Copa do Mundo, o controle de visitantes já nos seus países de origem e não apenas quando eles chegarem ao seu destino.

O Ministério do Interior da Alemanha implementará o Centro Nacional de Informação e Cooperação (NICC, na sigla em alemão) especialmente para auxiliar na manutenção da segurança durante a Copa do Mundo. O centro trabalhará em conjunto com autoridades policiais européias, como a Interpol e a Europol.

No momento, estão sendo feitas negociações para atuação conjunta entre técnicos alemães e dos 31 países participantes, além dos cinco países vizinhos da Alemanha não classificados para o Mundial, como Bélgica, Dinamarca e Áustria. Segundo o diretor de polícia Willy Kösling, não há nenhuma ameaça concreta de atentado terrorista até o momento.

Congresso


Mais de 1,3 mil especialistas em segurança de 65 países estão reunidos em Berlim para o Congresso Europeu de Policiais. O encontro começou nesta terça-feira (14/02) e durará dois dias. Os participantes estão debatendo questões relacionadas à segurança na União Européia (UE), com destaque para dois temas: a segurança em grandes eventos, como a Copa, e o combate mundial ao terrorismo.

Policiais vigiarão os estádios durante os jogos da CopaFoto: picture-alliance/ ZB

A União Européia foi concebida com base na liberdade de ir e vir de seus cidadãos pelos territórios dos países que a compõem. Ao mesmo tempo, é necessário reforçar o combate à criminalidade, que aproveita as vantagens oriundas do fim das fronteiras entre os países-membros.

"Nossos cidadãos têm grandes expectativas nessa área", afirma o comissário de Justiça da UE, Franco Frattini. Segundo ele, pesquisas de opinião mostram que, se há um campo no qual os cidadãos europeus exigem ação, é o do combate ao terrorismo e à criminalidade.

Tratado de Schengen

Nos 13 países-membros em que vigora o Tratado de Schengen não há mais controle interno de fronteiras e os limites externos são supervisionados de forma compartilhada. Os dez Estados que ingressaram no bloco em 2004 deverão implementá-lo a partir de outubro de 2007.

Controle nas fronteiras caiu com o Tratado de SchengenFoto: dpa

Schengen é um pequeno vilarejo de Luxemburgo no qual, em 1985, cinco países assinaram um tratado prevendo um controle unificado de fronteiras. Hoje, 26 Estados europeus são signatários do acordo, entre eles 23 membros da UE.

As autoridades de fronteira fazem uso de um sistema conhecido como Sistema de Informação Schengen (SIS), que reúne dados sobre quem entra e sai dos países, solicitação e concessão de vistos e asilos bem como bens roubados. Em 2007, com a sua adoção pelos novos países-membros da UE, o sistema ganhará uma segunda versão, que terá a capacidade de reconhecer características biométricas.

Polícia européia

O centro computacional do SIS está localizado em Estrasburgo, na França. Em Varsóvia, funciona desde 2005 uma agência de proteção de fronteiras, a Frontex, cuja principal função é aconselhar os novos Estados-membros sobre segurança nos seus limites com países que não fazem parte da UE.

Já Haia, na Holanda, é a sede da Europol, a polícia européia. Ela foi fundada em 1992, exatamente como uma resposta para as facilidades que o fim das fronteiras trouxe para o crime organizado, principalmente para o tráfico de drogas, a lavagem e a falsificação de dinheiro.

A função da Europol é coordenar o trabalho das autoridades policiais nacionais, disponibilizar análises sobre possíveis ameaças e coletar e distribuir dados. "Em primeiro plano está, naturalmente, o terrorismo. Nós precisamos fazer de tudo para reconhecer e evitar possíveis ameaças", afirmou o diretor da Europol, Max-Peter Ratzel.

A Europol emprega mais de 500 pessoas, mas elas não têm competência para iniciar funções executivas da polícia, como investigação ou busca criminal. Para isso, a polícia européia precisa de uma solicitação de um Estado-membro.

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