Em Sochi, alemães parecem enfim ter conseguido um pouco daquilo que tiveram no Brasil em 2014. Mas jogadores e comissão técnica sabem bem: não é apenas sol e praia o que vai resolver os problemas.
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Joachim Löw não parecia um homem sob pressão quando fez um passeio matinal pelo calçadão de Sochi nesta quarta-feira (20/06), antes do primeiro treino da Alemanha na cidade. Foi só mais tarde, quando os irrigadores do campo de treinamento ameaçaram encharcá-lo de água, que o humor do técnico da seleção alemã pareceu se abalar.
Basta uma olhada em Sochi – casa da seleção brasileira na Copa de 2018 – para entender Löw. O sol brilha, e o mar está ali. É quase um mundo de distância para a base alemã no Mundial, a isolada Vatutinki, nos arredores de Moscou. E, de fato, mudança é do que o time precisa.
"Luz e calor são fatores importantes, então é bom estarmos aqui", afirmou o diretor esportivo da seleção alemã, Oliver Bierhoff, na coletiva de imprensa diária.
A esperança é que Sochi seja para a Alemanha em 2018 o que foi o Campo Bahia, seu centro de treinamento na Copa no Brasil, para a equipe de 2014. Na verdade, precisa ser.
A cidade no sudoeste da Rússia foi a base dos alemães na vitória da Copa das Confederações no ano passado. Alguns desses vencedores seguem na equipe atual, e espera-se que uma mudança de cenário possa tirar uma resposta de um time que desesperadamente precisa de uma.
A Alemanha, contudo, não pode depender de um balneário litorâneo para salvar suas esperanças na Copa do Mundo. "Céu azul e praias não podem ter um papel importante. O que importa é o que fazemos em campo", disse Bierhoff.
O que a seleção alemã fez em Moscou no último domingo foi surpreendentemente fraco. A derrota para o México teria envolvido a equipe em discussões acaloradas, embora o diretor esportivo tenha sido rápido em negar que haja qualquer divisão na equipe.
"Gostaria que as críticas fossem um pouco menos pessoais", declarou Thomas Müller. O jogador do Bayern de Munique foi um dos muitos criticadas pelo fraco desempenho contra a seleção mexicana, com Mesut Özil sendo novamente o bode expiatório para a má atuação da equipe.
Olhando de fora, há muitos pontos de interrogação sobre a real qualidade e unidade dessa escalação. Com sete jogadores do Bayern no elenco, Müller foi rápido em contestar a sugestão de que haveria uma panelinha.
"Isso foi confirmado? Você tem uma fonte? Não? Então tá bom", disse o atacante, meio brincando, meio sério, em resposta ao questionamento de um repórter. "Em 2012 nós não tínhamos uma ótima química, mas não é o caso agora."
O que é verdade ou não, no entanto, é difícil dizer agora. A equipe está claramente trabalhando em cima de algumas dificuldades. Müller chegou a admitir, inclusive, que muitos tiveram um certo receio em relação à atual escalação.
"Talvez tenhamos pensado – um pouco imprudentemente – que nosso frescor e desempenho habituais estariam presentes quando o torneio começou. Isso foi um erro de julgamento", afirmou o jogador de 28 anos.
As palavras de Müller, assim como as de Bierhoff, já dizem: a Alemanha não pode supor que um bom desempenho vai simplesmente surgir ou que uma mudança ensolarada de cenário por si só vai acionar a defesa da equipe na Copa do Mundo. Isso tem que vir deles – e tem que vir no sábado. Ou será tarde demais.
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A Alemanha na Copa da Rússia
O técnico Joachim Löw divulga a lista com os 23 ateltas convocados para o Mundial da Rússia. Da pré-lista, Leno, Tah, Sané e Petersen foram cortados.
Será que o melhor goleiro da Alemanha conseguirá estar em forma para o torneio? Apesar da longa pausa para se recuperar de contusões, Joachim Löw decidiu levar seu capitão para a concentração no Tirol do Sul.
Foto: picture-alliance/ZB
Marc-André ter Stegen
O número 1 no gol do Barcelona acabou virando titular da seleção alemã durante a ausência de Neuer. Durante a Copa do Mundo, ele deve ser reserva, caso realmente se confirme a volta do capitão.
Foto: Reuters/G. Dukor
Kevin Trapp
O goleiro do Paris St. Germain também foi escolhido para ir à concentração no norte da Itália, devido à dúvida que paira sobre Neuer. Mas Trapp não é mais titular do PSG e não possui grande experiência: jogou somente três vezes pela seleção alemã..
Foto: picture-alliance/SvenSimon/J. Kuppert
Jerome Boateng
Após a lesão muscular em março, as preocupações eram grandes de que o zagueiro não estivesse em forma para a Copa. Boateng permaneceu otimista e embarca para a Rússia.
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Mats Hummels
O zagueiro do Bayern de Munique forma a parte central da defesa alemã - da mesma foma que no clube. Ele também é um dos principais jogadores de Löw na saída de bola.
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Antonio Rüdiger
O atleta do Chelsea tem grande confiança do treinador Joachim Löw e vai à Copa como opção, caso haja problemas na zaga titular, composta por Boateng e Hummels.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Becker
Niklas Süle
O jovem zagueiro do Bayern embarca junto com a seleção alemã como reserva. Ele tem poucas chances de ser escalado para jogar partidas inteiras, a não ser que haja problemas de lesão.
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Joshua Kimmich
O jogador do Bayern de Munique é lateral-direito. Ele também poderia atuar como volante, mas Löw quer que ele jogue mais avançado pela lateral, onde também pode ser perigoso.
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Jonas Hector
O lateral-esquerdo não teve uma boa temporada com o Colônia – primeiro uma grave lesão, depois o rebaixamento. Ele é titular da defesa da seleção alemã.
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Marvin Plattenhardt
O jogador do Hertha Berlin é um dos poucos bons laterais-esquerdos encontrados na Alemanha. Para Löw, o atleta, de 26 anos, é uma alternativa a Hector.
Foto: picture-alliance/sampics/S. Matzke
Matthias Ginter
O zagueiro foi campeão mundial no Brasil, embora não tenha entrado em campo. A convocação de Ginters é uma surpresa. Sua temporada de estreia no Borussia Mönchengladbach foi relativamente fraca.
O volante da Juventus e da seleção alemã é um dos principais jogadores do esquema tático de Joachim Löw.
Foto: picture alliance/dpa/M. Becker
Toni Kroos
O volante do Real Madrid joga ao lado de Khedira no meio-campo da seleção alemã e também é uma peça-chave no esquema tático de Löw.
Foto: picture-alliance/GES/T. Eisenhuth
Sebastian Rudy
O jogador do Bayern de Munique é uma espécie de pau pra toda obra entre os reservas da seleção alemã. Rudy, que eu seu primeiro ano no clube bávaro nem sempre foi titular, pode atuar tanto no meio-campo defensivo como também na defesa.
Foto: picture alliance/dpa/GES/M. I. Güngör
Ilkay Gündogan
Machucado, ele deixou de ir à Copa no Brasil por causa de uma lesão, e também não esteve na convocação para a Eurocopa, há dois anos, devido a uma lesão no joelho. Desta vez, na Rússia, ele está apto para defender a seleção alemã.
Foto: picture-alliance/GES-Sportfoto
Mesut Özil
Ele é brilhante com a bola, mas no campo pode ser discreto: tem fama de sumir em jogos decisivos. Mesmo assim, Löw não pode abrir mão do meia do Arsenal.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Maurer
Thomas Müller
"Müller joga sempre", disse certa vez o então treinador do Bayern de Munique Van Gaal. O mesmo vale para o artilheiro da Copa de 2010 em relação à seleção alemã.
Foto: picture-alliance/S. Simon
Marco Reus
Finalmente o craque do Borussia Dortmund vai a uma Copa. Em 2014, o atacante foi impedido de estar no time por causa de uma lesão - como tantas vezes em sua carreira.
Foto: picture-alliance/Rauchensteiner
Julian Draxler
No PSG, o ex-jogador do Schalke e do Wolfsburg gostaria de ter entrado em campo com mais regularidade Na seleção alemã, deve ser o responsável por imprimir velocidade e pressão pelo lado esquerdo do ataque.
Foto: picture-alliance/GES/M. I. Güngör
Leon Goretzka
De saída do Schalke após uma boa temporada, ele reforça o Bayern no próximo Campeonato Alemão. Mas antes viaja para a Copa. Na Rússia, entretanto, o meia deve ficar maior parte do torneio no banco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Probst
Timo Werner
Rápido e de chute certeiro, o Chuteira de Ouro da Copa das Confederações se tornou imprescindível na lista de Löw.
Foto: picture-alliance/GES/M. Ibo
Mario Gomez
Com o atacante do Stuttgart, Löw sabe exatamente o que tem em mãos. Gomez foi o atacante mais efetivo na Eurocopa na França até se contundir, antes da semifinal.
Foto: Reuters/M. Rehle
Julian Brandt
Meia do Bayer Leverkusen teve que assumir maiores responsabilidades no clube na última temporada, tendo se tornado, com isso, mais regular e estável. Isso contribuiu para a convocação do meia para a seleção de Löw.