Seleção masculina dos EUA apoia salário igual para jogadoras
31 de julho de 2019
Equipe nacional de futebol se solidariza com seleção feminina em ação por igualdade salarial. Também condena declaração do presidente da federação americana de que mulheres ganharam mais que os homens nos últimos anos.
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Os jogadores da seleção americana masculina de futebol expressaram nesta terça-feira (30/07) seu apoio à luta da seleção feminina pela igualdade salarial, denunciando as declarações do presidente da Federação de Futebol dos Estados Unidos (USSF, na sigla em inglês), que havia sugerido que as jogadoras ganham mais que os homens.
"As jogadoras da seleção nacional feminina merecem o mesmo salário e têm direito a apelar ante os tribunais", afirmou em nota a Associação dos Jogadores da Equipe Nacional de Futebol dos EUA (USNSTPA), se solidarizando à ação movida em março pelas jogadoras contra a federação, exigindo equiparação salarial com os homens.
A reivindicação voltou a ganhar destaque em julho, quando as jogadoras americanas venceram pela quarta vez a Copa do Mundo de Futebol Feminino, realizada neste ano na França.
A USNSTPA também questiona as cifras mencionadas pelo presidente da federação, Carlos Cordeiro, afirmando que se trata de uma "uma contabilidade falsa".
"Isso é mais do mesmo de uma federação que está constantemente em disputas e litígios e se concentra em aumentar receitas e lucros sem qualquer ideia de como usar esse dinheiro para cultivar o esporte", lamentou a associação. "Uma maneira de aumentar o lucro injustamente é se recusando a pagar a jogadores da equipe nacional uma parcela justa da receita gerada por eles."
Cordeiro disse na segunda-feira, numa carta enviada aos membros da USSF, que as jogadoras haviam recebido 34,1 milhões de dólares em salários e prêmios entre 2010 e 2018, enquanto os jogadores receberam 26,4 milhões de dólares no mesmo período.
Essas cifras não incluem os prêmios recebidos pelas duas seleções americanas por sua atuação em Copas do Mundo, pois a federação não é responsável pela desigualdade desses valores, fornecidos pela Fifa, afirmou Cordeiro. Quando são somados os prêmios, os homens ganharam 41 milhões de dólares e as mulheres, 39,7 milhões de dólares, acrescentou.
Entre 2010 e 2018, a seleção feminina dos EUA foi campeã na Copa do Mundo de 2015 e vice-campeã no Mundial de 2011. Os homens, por sua vez, foram eliminados nas oitavas de final na Copa de 2014 e nem chegaram a participar do campeonato em 2018.
Molly Levinson, uma porta-voz das jogadoras, qualificou os números de Cordeiro como "completamente falsos", dizendo que a inclusão dos salários da Liga Profissional Feminina (NWSL) havia aumentado a remuneração. "Mas quando comparamos com os mesmos critérios, vemos que os homens ganham mais que as mulheres", ressaltou.
As estrelas da Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019
Que jogadoras devem fazer história no torneio disputado na França? Quem vai se destacar como principal nome do Mundial? Veja os 12 principais nomes a serem observados.
Foto: picture-alliance/Citypress24/S. Chamid
Lieke Martens (Holanda)
Estrela da vitória da Holanda em casa, há dois anos, na Eurocopa Feminina, Martens é uma das melhores jogadoras do mundo. A atleta de 26 anos, que joga no Barcelona, foi apelidada de "irmãzinha de Messi" por causa de seu estilo. A craque holandesa é uma excelente dribladora, finalizadora e frequentemente controla o ritmo da partida. Em 2017, recebeu o prêmio de melhor jogadora do mundo da Fifa.
Foto: picture-alliance/Citypress24/S. Chamid
Christine Sinclair (Canadá)
Esta será a quinta Copa do Mundo para a atleta com maior número de atuações e gols pela seleção do Canadá. Apesar de ter 36 anos, Sinclair continua sendo a jogadora mais importante da equipe. Desde sua estreia, aos 19 anos, Sinclair jogou 282 partidas e marcou inacreditáveis 181 gols pelo seu país.
Foto: picture-alliance/empics
Wendie Renard (França)
Wendie Renard (esq.) está no coração do Olympique de Lyon e da França. A zagueira conquistou o campeonato francês com o Lyon por 13 vezes consecutivas e venceu a Liga dos Campeões seis vezes. Renard é uma dos melhores zagueiras do mundo e será parte integrante da tentativa da França de conquistar um título mundial em casa.
Foto: Getty Images/AFP/Jonathan Nackstrand
Lucy Bronze (Inglaterra)
Ela é uma das melhores jogadoras do mundo e será definitivamente vital para a Inglaterra na Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019. Bronze, cujo nome completo é Lucia Roberta Tough "Lucy" Bronze, ganhou uma série de honrarias a nível de clube. Pela Inglaterra, terminou em terceiro na Copa de 2015 e foi semifinalista em 2017 na Eurocopa Feminina.
Foto: Getty Images/N. Baker
Irene Paredes (Espanha)
Além de ser rápida, forte no ataque e dominante no ar, a zagueira central, que joga no Paris Saint-Germain desde 2016, não só é boa defensora como também sabe fazer gols. Paredes marcou quatro pela Espanha durante as eliminatórias da Copa do Mundo, se colocando no topo da tabela de artilharia de sua equipe.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/J. Breton
Marta (Brasil)
"Lute contra o preconceito. Lute contra a falta de apoio. Lute contra tudo isso – os meninos, as pessoas que dizem que você não pode", escreveu Marta Vieira da Silva na plataforma online "The Players' Tribune". A atacante de 33 anos foi eleita seis vezes a melhor jogadora do ano da Fifa. Para muitos, a brasileira, que joga no Orlando Pride, ainda é uma das melhores do mundo.
Foto: Getty Images
Carli Lloyd (EUA)
A atacante talvez seja melhor jogadora em momentos decisivos no mundo. Marcou os gols que levaram os EUA à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2008 e 2012. Na última final da Copa, em 2015, marcou três gols na vitória dos EUA por 5 a 2 sobre o Japão. Seus números são surpreendentes: 273 convocações, 110 gols e 52 assistências. E em 2015 e 2016, foi eleita a melhor jogadora do ano da Fifa.
Foto: Getty Images/P. Vilela
Asisat Oshoala (Nigéria)
O talento de Oshoala floresceu em 2014 na Copa do Mundo Sub-20. Ela perdeu a final com a Nigéria, mas ganhou a Bola de Ouro de melhor jogadora e a Chuteira de Ouro de maior artilheira (7). O valor de seu passe subiu ainda mais, e hoje ela joga no Barcelona. Ela ganhou duas vezes a Taça das Nações Africanas e foi nomeada três vezes como jogadora de futebol do ano da África.
Foto: Getty Images/AFP/A. Kisbenedek
Dzsenifer Marozsan (Alemanha)
A número 10 da Alemanha é uma dribladora forte, perigosa na frente do gol e boa nas bolas paradas. Marozsan é uma das jogadoras mais condecoradas da Alemanha. A atleta, de 27 anos, venceu a Liga dos Campeões quatro vezes. Em 2013, ganhou a Eurocopa Feminina e, três anos depois, conquistou o ouro olímpico. Agora Marozsan quer ganhar a Copa do Mundo com a Alemanha.
Foto: picture-alliance/GES/T. Eisenhuth
Amandine Henry (França)
Quase todas as jogadas de ataque passam pela meio-campista Amandine Henry (dir.), independentemente de estar jogando pelo seu clube, o Olympique de Lyon, ou pela França. Henry é excelente em roubar a bola e passá-la rapidamente da defesa para o ataque. A maneira como a jogadora, de 29 anos, lê o jogo é apenas uma das razões pelas quais ela é considerada uma das melhores do mundo.
Foto: Reuters/V. Ogirenko
Samantha Kerr (Austrália)
Samantha Kerr detém o recorde de gols (50) marcados na Liga Nacional de Futebol Feminino (EUA). Aos 15 anos, fez sua estreia na equipe feminina da Austrália. Desde então, levou as "Matildas" para o sexto lugar no ranking mundial da Fifa e para o Mundial. Ela costuma comemorar seus gols com uma cambalhota – algo que torcedores australianos esperam ver muito durante o torneio na França.
Foto: Getty Images/G. Denholm
Saki Kumagai (Japão)
Kumagai venceu seis campeonatos franceses com o Olympique Lyon, além de quatro Ligas dos Campeões seguidas. A capitã do Japão levou seu país à glória na Copa Asiática de 2018. Kumagai é capitã desde 2018, mas vem assumindo a responsabilidade desde a Copa de 2011 quando marcou o gol de pênalti que levou o time à vitória contra os EUA. A atleta de 28 anos já tem mais de 100 atuações pelo Japão.