Para Bruno Mäder Lins, provável novo reajuste da taxa básica de juros do país reforça poder do setor financeiro em tomar decisões por dentro dos órgãos públicos.
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Depois de ensaiar cortes permanentes nos juros nominais do Brasil, a Selic, da metade de 2023 em diante, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, entrou em rota de colisão com o governo de Luiz Inácio Lula da SIlva ao interromper o ciclo de reduções em junho, estabilizando a taxa em 10,50% ao ano.
Esse conflito ficou ainda mais intenso no fim de setembro, quando o órgão voltou a elevar a Selic após dois anos, para 10,75%, justificando a decisão pela inflação futura. O comitê se debruçará sobre os juros pela penúltima vez em 2024 nesta semana – e, segundo especialistas ouvidos pela DW nos últimos dias, deverá aumentá-los novamente.
A maioria deles acredita que o ajuste será de 0.5 ponto porcentual para cima, deixando a taxa em 11,25%. Se se confirmar, o Brasil sairá de 2024 com a quarta maior taxa de juros nominais do mundo, atrás apenas de Turquia (50%), Argentina (40%) e Rússia (19%), de acordo com um levantamento da consultoria Moneyou.
Considerando juros reais, que descontam a inflação, o país ocuparia o segundo lugar desse ranking, atrás apenas dos russos – que, em guerra, têm uma margem de 9,05% hoje.
Para o economista Bruno Mäder Lins, o protagonismo do setor financeiro explica esses números. "O Brasil é um dos únicos países do mundo em que títulos emitidos pelo Estado são quase sempre indexados. Assim, se os juros sobem, basta ter na mão um papel da dívida pública indexado para ganhar dinheiro com ele", afirma.
Mestre em Política Econômica pela Universidade de Genebra, na Suíça, e hoje pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mäder nota ainda que o setor financeiro se apropriou tanto da capacidade de endividamento do Estado, já que ele se apropriou dos órgãos que operam a dívida pública, quanto de parte do orçamento de empresários e pessoas comuns, ao criar um contexto em que eles precisam sempre buscar dinheiro no mercado de crédito. "O problema é que, agora, a própria economia brasileira está dependente dessa dinâmica", prossegue em entrevista à DW.
DW: Por que o Brasil está na lista dos países com os maiores juros do mundo – tanto reais quanto nominais?
Bruno Mäder Lins: Porque uma hegemonia financeira se estruturou no país criando condições para expropriar renda do Estado, no mercado de títulos da dívida pública, e de outros setores da economia – sobretudo da indústria, mas também da própria população, por meio do endividamento dela no mercado de crédito.
A ferramenta utilizada para isso são os juros altos, especialmente os de valor real. Estado, empresários e pessoas comuns transferem parte dos seus rendimentos diretamente para essa coalizão financeiro-rentista, conformando o maior programa de transferência de renda que nós temos hoje – já que o volume de dinheiro que se movimenta nesse fluxo, cerca de 30% do PIB, segundo nossos cálculos, deixa o Bolsa Família no chinelo. É um "Bolsa-rentismo".
Qual é a particularidade do Brasil, considerando que outros países também convivem com juros altos?
Para além da intensidade da atuação dessa coalizão, que é muito forte, nossa particularidade é o formato do nosso sistema financeiro. A elite brasileira nasceu já como mercado e como Estado. Não é à toa que o [sociólogo] Florestan [Fernandes] a chamava de "elite estamental". Ela age em ambos os terrenos, não domina um ou outro, como costuma acontecer em outros lugares. Isso se materializa em órgãos de gerência do Estado, como o Banco Central, por exemplo, que é o ator público de regulação do mercado. Ele está totalmente corrompido em favor da coalizão financeira. É só reparar que, embora seja uma instituição de Estado, quem a opera hoje, na prática, são agentes bancários.
E como eles operam?
O Brasil é um dos únicos países do mundo em que títulos emitidos pelo Estado são quase sempre indexados [a indicadores econômicos de inflação ou de juros]. Assim, se os juros sobem, basta ter na mão um papel da dívida pública indexado para ganhar dinheiro com ele. O proprietário do título nunca perde. É por isso que o Copom cumpre sua tarefa de manter os juros sempre elevados. Em outros países, ao contrário, os títulos costumam ser pré-fixados [a algum valor definido no ato da compra]. Essa pequena diferença muda absolutamente a dinâmica.
A mudança na presidência do Banco Central em curso agora, com o economista Gabriel Galípolo, indicado por Lula assumindo em 2025, produz algum efeito sobre essa lógica?
Não. Para além de ser algo estrutural, a economia brasileira chegou a ponto de depender totalmente dessa dinâmica. Mesmo que alguém crítico a isso chegue à liderança do banco e, então, decida baixar a Selic a níveis justos, aproximá-la dos patamares internacionais ou ainda desindexar emissões de títulos, esses não seriam ajustes tão simples de se fazer.
Por quê?
Porque um dos canais utilizados pelo setor financeiro para operar a expropriação de renda é justamente pressionando o Estado para emitir papéis do jeito que ele quer. Houve momentos, por exemplo, em que o Tesouro Nacional tentou emitir mais papéis pré-fixados, com juros baixos e prazos mais longos, forçando seus proprietários a assumirem riscos. Mas todas as vezes em que isso aconteceu, o Banco Central correu para operar papéis concorrentes com os títulos do Tesouro, as chamadas "operações compromissadas".
O resultado é que, sem mercado, o Tesouro desiste e volta a emitir títulos indexados. Em outras palavras, ao invés de operacionalizar as duas instituições em favor do país, o Estado fica refém do setor financeiro – que pressiona uma ou outra a entregar o que ele quer. Não é tão fácil mudar essa estrutura.
Como essa pressão se materializa?
O setor financeiro usa papéis do Tesouro Nacional para se proteger do contexto econômico. Em momentos de inflação alta, por exemplo, basta pressionar o Tesouro a emitir mais papéis indexados ao IPCA [o indicador que mede a alta de preços no Brasil]. Em momentos de crise econômica generalizada, a pressão é para emitir títulos indexados à taxa Selic – que, curiosamente, são chamados de "papéis de crise" no mercado financeiro. Isso porque, num cenário assim, a Selic estará mais alta, e o papel valerá mais. Somente em períodos de estabilidade é que o Tesouro adquire liberdade para emitir títulos pré-fixados – usualmente emitidos pelos tesouros de outros países.
A pressão é o único instrumento utilizado para fazer isso?
Não. Há pelo menos outros três canais utilizados.
Quais são eles?
Um deles é a definição da taxa Selic, basicamente, pelos bancos. O Copom toma decisões sobre ela baseado na opinião deles. Basta notar como a variação da Selic é sempre a próxima a que aparece, nas semanas anteriores, no boletim Focus. Ele praticamente adianta a decisão do Copom.
E os outros dois canais?
O terceiro é a quebra no monopólio do Estado em favor do sistema bancário. Na maioria dos países, há uma regulação estatal do mercado financeiro que busca favorecer a nação. No Brasil, ao contrário, o Tesouro Nacional e o Banco Central se tornaram concorrentes, porque estão competindo para entregar o que o sistema financeiro quer: indexação de títulos. É um fenômeno profundamente brasileiro.
O último canal atua no mercado de crédito, quando os bancos definem os preços das diversas linhas de crédito da forma que querem. Se um banco perde um único real em um título da dívida pública, ele imediatamente sobe sua margem de lucro no mercado de crédito, que chamamos de spread bancário.
E o Brasil tem um dos maiores spreads bancários do mundo, inclusive.
Entre 2016 e 2020, por exemplo, os bancos passaram todos os custos da crise econômica para os consumidores de crédito. Os lucros deles permanecem nos mesmos patamares, mesmo com o PIB caindo, porque eles ajustaram o spread, fazendo-o ficar entre os maiores do mundo [39,8% em setembro, segundo o Banco Central]. É um jeito de entender o alto nível de endividamento das famílias. O governo precisou até criar um programa [o Desenrola Brasil] para resolver isso.
No seu argumento, além das pessoas, o próprio empresariado também é expropriado. Por quê?
Na verdade, há um racha dentro desse grupo. De um lado estão as grandes empresas, que conseguem encontrar maneiras de se beneficiar dessa lógica ao aumentar receitas financeiras em detrimento da receita operacional. As Lojas Americanas não foram exceção, mas confirmaram esse padrão sistêmico de crescimento de receitas financeiras de corporações que não atuam no setor financeiro. Mas, nas pequenas e médias empresas, a situação é outra, porque elas não conseguem financiamentos fora dos bancos e tampouco têm liquidez. Ficam reféns do sistema financeiro. É um racha que atravessa os serviços e a indústria.
Isso ajuda a entender o baixo crescimento do PIB nos últimos anos?
É isso que muitos pesquisadores têm feito, inclusive, conectando financeirização à desindustrialização do Brasil. Em 1971, por exemplo, 21,4% do PIB brasileiro vinha do setor industrial. Em 2017, esse número era de 12,6%. Caiu à metade. Esses dados mostram como a queda da indústria se correlaciona com o período em que prevaleceu o setor financeiro. Quanto mais o Estado opera a favor dele, mais opera contra a produção industrial, porque o capital, quando se vê diante das duas alternativas possíveis, cada vez mais escorre para o setor financeiro. Mas, ao fazer isso, ele deixa de produzir. É um dilema estrutural.
O mês de novembro em imagens
O mês de novembro em imagens
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Rússia bombardeia Aleppo, na Síria, pela 1ª vez em 8 anos
Caças russos e sírios realizaram bombardeios em Aleppo, segunda maior metrópole da Síria, depois que jihadistas assumiram o controle da maior parte da cidade após uma ofensiva surpresa. Os ataques ocorreram em um momento em que uma aliança de facções rebeldes, liderada pela organização militante islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS) penetrou profundamente na cidade. (30/11)
Foto: OMAR HAJ KADOUR/AFP
Rebeldes sírios invadem Aleppo pela primeira vez desde 2016
Rebeldes sírios da organização radical islâmica Hayat Tahrir al-Sham (HTS) entraram em bairros da cidade síria de Aleppo, a segunda maior do país, nesta sexta-feira. Com a ofensiva relâmpago do grupo jihadista, as forças do regime de Bashar al-Assad perderam o controle de posições que mantinham no município desde 2016. (29/11)
Foto: Bakr Alkasem/AFP
Austrália proíbe redes sociais para menores de 16 anos
O Senado da Austrália aprovou uma lei inédita em todo o mundo que proíbe o uso de redes sociais para menores de 16 anos. A legislação prevê multas de até 50 milhões de dólares australianos a plataformas como TikTok, Instagram, Facebook, Snapchat, Reddit e X no caso de falhas sistêmicas em bloquear os perfis para crianças e adolescentes. (28/11)
Foto: Anna Grigorjeva/PantherMedia/IMAGO
Libaneses retornam à casa – ou ao que restou dela
Milhares de habitantes do sul do Líbano desalojados há meses voltam a suas casas em meio a celebrações, logo após a entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo xiita Hezbollah. Apesar da advertência das Forças de Defesa Israelenses (IDF) para que os libaneses se mantenham longe das áreas previamente evacuadas, longos engarrafamentos se formaram nas estradas que levam à região. (27/11)
Foto: ANWAR AMRO/AFP/Getty Images
Biden anuncia cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah
Em discurso na Casa Branca, o presidente americano, Joe Biden, anunciou que Israel aceitou o acordo de trégua de 60 dias o grupo xiita Hezbollah no Líbano. Ele chamou o pacto, mediado por EUA e França, de um "novo começo" para o Líbano e disse que o plano é "projetado para ser uma cessação permanente das hostilidades". (26/11)
Foto: Saul Loeb/AFP/Getty Images
Queda de avião da DHL na Lituânia deixa um morto
Um avião de carga que voava da Alemanha para a Lituânia caiu numa área residencial perto do aeroporto de Vilnius. Segundo as autoridades locais, dos quatro membros da tripulação, um morreu e três ficaram feridos. Destroços do avião atingiram um pequeno prédio de apartamentos. A queda provocou um incêndio, e as chamas chegaram a atingir o prédio. (25/11)
Foto: Lukas Balandis via REUTERS
França autoriza Ucrânia a usar armas de longo alcance contra a Rússia
Após EUA e Reino Unido, França diz que também autorizou "uso defensivo" de armas mais pesadas contra o território russo. País abastece a Ucrânia com mísseis de cruzeiro do tipo Storm Shadow (foto) desde 2023. A Alemanha, até agora, tem se recusado a fornecer essas armas. O Kremlin criticou Paris, chamando a decisão de "tiro de misericórdia" para a Ucrânia. (24/11)
Foto: Nicolas Economou/NurPhoto/picture alliance
Após tensas negociações, COP29 termina com promessa de US$ 300 bi por ano
Conferência do Clima da ONU em Baku, no Azerbaijão, terminou com promessa de US$ 300 bilhões por ano para países mais afetados por eventos climáticos extremos. Acordo tenso foi costurado na reta final do evento e sob protestos de alguns países (foto). Valor ficou abaixo dos US$ 1,3 trilhão pedidos. Reunião também aprovou regulamentação do mercado de carbono. (23/11)
Foto: Murad Sezer/REUTERS
Putin alerta para mais testes com mísseis
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu mais testes com o míssil hipersônico Oreshnik, disparado um dia antes na cidade de Dnipro, na Ucrânia. Por isso, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, apelou para mais sistemas antiaéreos contra as ameaças, que levaram o parlamento da Ucrânia a fechar as portas. Putin também disse que a Rússia deve começar a produção em série da nova arma. (22/11)
Foto: Press Service of the State Emergency Service of Ukraine in Dnipr/picture alliance
PF indicia Bolsonaro e outros 36 por tentativa de golpe de Estado
A PF indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas pelos crimes de tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. Os agentes apontam que Bolsonaro "analisou e alterou" uma minuta de decreto desenhada para não deixar o poder após derrota nas urnas em 2022 e que ele sabia da existência de um plano para executar Lula. (21/11)
Foto: Nelson Almeida/AFP/Getty Images
Protesto de agricultores franceses contra acordo UE-Mercosul entra no 3º dia
Agricultores franceses fizeram barricadas, fecharam a fronteira entre a Espanha e a França e jogaram chorume em frente a prédios públicos em protesto contra um possível acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. O CEO do Grupo Carrefour na França, Alexandre Bompard, endossou a manifestação e interrompeu a compra de carne produzida pelos países do bloco sul-americano. (20/11)
Foto: Gaizka Iroz/AFP/Getty Images
PF desbarata complô de militares para matar Lula, Alckmin e Moraes
A Polícia Federal prendeu um membro da corporação e quatro militares ligados às forças especiais do Exército suspeitos de planejarem um golpe de Estado após as eleições de 2022 e de um complô para assassinar o presidente Lula, seu vice, Geraldo Alckmin, e o ministro do STF Alexandre de Moraes. Inquérito envolve ainda o general Braga Netto, ex candidato a vice de Jair Bolsonaro. (19/11)
Foto: Evaristo Sa/AFP
Líderes do G20 no Rio de Janeiro
Brasil recebe líderes das 20 principais economias do planeta no Rio de Janeiro. Declaração final do encontro defende combate à pobreza, desenvolvimento sustentável, taxação de super-ricos e pede soluções diplomáticas para conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. (18/11)
Foto: Kay Nietfeld/dpa/picture alliance
Biden visita a Floresta Amazônica
O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou neste domingo a Manaus na primeira visita à Amazônia de um presidente americano em exercício, antes de seguir para o Rio de Janeiro para a cúpula do G20. Ele visitou uma reserva florestal, encontrou-se com líderes locais e sobrevoou de helicóptero uma parte da floresta e o encontro dos rios Negro e Solimões. (17/11)
Foto: Manuel Balce Ceneta/AP/picture alliance
No G20 Social, Lula defende "jornadas mais equilibradas"
O presidente Lula recebeu neste sábado a declaração final do G20 Social – iniciativa da presidência brasileira do G20 para sistematizar e levar propostas da sociedade civil aos chefes de governo dos países do grupo. Ele aproveitou o evento para se entrar no debate sobre a jornada de trabalho, em evidência após proposição de PEC que acaba com a jornada 6x1. (16/11)
Foto: Daniel Ramalho/AFP
Scholz pede a Putin "paz justa e duradoura" na Ucrânia
Na primeira conversa em quase dois anos, chanceler federal alemão (foto) defendeu negociações para encerrar a guerra, enquanto líder russo insistiu em "novas realidades territoriais" em solo ucraniano. Em entrevista de TV exibida no mesmo dia, o presidente ucraniano Volodimir Zelenski disse crer que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos apressará o fim do conflito. (15/11)
Moraes associa atentado suicida em Brasília a "gabinete do ódio" de Bolsonaro
Após Jair Bolsonaro chamar a ação de um homem-bomba em Brasília de "fato isolado", o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reagiu dizendo que o episódio é fruto do clima extremismo que se instalou no país durante o mandato do ex-presidente. Moraes descartou anistia a golpistas: "Pacificação, só com responsabilização de criminosos." A PF apura o caso. (14/11)
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Biden dá as boas-vindas a Trump para iniciar a transição
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e o atual mandatário, Joe Biden, estiveram reunidos hoje no Salão Oval da Casa Branca inaugurando formalmente a transição para o governo do republicano, que toma posse em 20 de janeiro. Trump enfatizou que "política é difícil" em seu retorno, embora tenha agradecido a Biden por seus esforços para garantir uma transição pacífica. (13/11)
Foto: AP/dpa/picture alliance
Eleições antecipadas à vista
O partido SPD, do chanceler Olaf Scholz, e a sigla de oposição CDU chegaram a um acordo: as eleições antecipadas para o Bundestag (parlamento alemão) serão realizadas em 23 de fevereiro. A decisão veio uma semana depois da demissão do ministro das Finanças, Christian Lindner, do neoliberal FDP, que selou o fim da coalizão tripartidária à frente do país, que contava ainda com os verdes. (12/11)
Foto: Fabian Sommer/dpa/picture alliance
Holanda impõe controles de fronteira para barrar ilegais
O governo holandês anunciou a imposição de controles extras em suas fronteiras terrestres para combater a imigração ilegal. "É hora de enfrentar o tráfico de migrantes de maneira concreta", disse ministra holandesa da Migração, Marjolein Faber. Medida tem caráter temporário, de acordo com as normas da União Europeia. (11/11)
Foto: Marcel van Hoorn/ANP/AFP
Ucrânia lança ataque de drones contra Moscou
Bombardeada com um número recorde de 145 drones, a Ucrânia reagiu atacando Moscou com ao menos 34 drones, na mais pesada investida contra a capital russa desde o início da guerra, em 2022. O ataque ucraniano interrompeu o tráfego aéreo em três grandes aeroportos de Moscou e feriu ao menos uma pessoa em um vilarejo nos subúrbios da cidade. (10/11)
Foto: Tatyana Makeyeva/AFP/Getty Images
Ataque suicida deixa mais de 20 mortos no Paquistão
Um ataque suicida executado em uma estação ferroviária da cidade paquistanesa de Quetta, na conturbada província do Baluchistão, deixou pelo mais de 20 mortos e 40 feridosl. O grupo separatista Exército de Libertação do Baluchistão (BLA) assumiu a responsabilidade em um comunicado divulgado nas redes sociais.(09/11)
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Cúpula da UE termina sob espectro da reeleição de Trump
Líderes da UE prometeram dar novo impulso à economia do bloco europeu ao término da cúpula que reuniu chefes de governo dos 27 Estados-membros na Hungria. Resultado das eleições nos EUA motivou europeus a avançarem medidas para aumentar competitividade do bloco. Cúpula termina com promessa de reforçar defesa e combater alta nos custos de energia. (08/11)
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Biden pede união e promete transição pacífica nos EUA
“Você não pode amar seu país somente quando vence. Você não pode amar seu vizinho somente quando concorda. Algo que esperamos que possamos fazer, não importa em quem você votou, é nos vermos não como adversários, mas como concidadãos americanos. Reduzam a temperatura”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em discurso na Casa Branca (07/11)
Foto: Ron Sachs/Pool/CNPZUMA Press Wire/IMAGO
Scholz demite ministro das Finanças e governo alemão fica por um fio
A tríplice coalizão partidária que governa a Alemanha desmoronou após o chanceler federal Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), exonerar o ministro das Finanças, Christian Lindner, que também é presidente do Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão). Num pronunciamento na televisão, Scholz explicou as razões da demissão e dirigiu palavras duras ao ex-ministro. (06/11)
Foto: ODD ANDERSEN/AFP/Getty Images
Trump derrota Kamala e retorna à Presidência dos EUA
Donald Trump foi eleito novamente presidente dos Estados Unidos, protagonizando um retorno dramático e triunfal à Casa Branca. O republicano derrotou de maneira decisiva sua rival democrata Kamala Harris ao superar a marca de 270 votos no Colégio Eleitoral dos EUA. E, em contraste com sua vitória anterior, em 2016, Trump ainda ficou à frente no voto popular. (06/11)
Foto: Brian Snyder/REUTERS
EUA vão às urnas para escolher o novo presidente
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Morre Agnaldo Rayol aos 86 anos
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Foto: Fotoarena/IMAGO
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Foto: Manaure Quintero/AFP/Getty Images
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Maiores de 18 anos poderão requerer a alteração dos registros oficiais, adotando um novo prenome e gênero, ou até eliminando a indicação de gênero. Menores acima dos 14 anos também podem recorrer às novas regras, sob aprovação paterna ou por recurso legal. Em Berlim, que tem comunidade LGBT+ atuante, cerca de 1.200 requerimentos foram apresentados no primeiro dia de vigência da nova lei. (01/11)