Liberais abandonam conversas para formação de novo governo na Alemanha e complicam situação da chanceler federal Angela Merkel. País pode até mesmo ter nova eleição, o que seria inédito.
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As sondagens para a formação do novo governo da Alemanha fracassaram neste domingo (19/11) após o Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) anunciar que estava abandonando a mesa de negociações. Com o colapso das conversas, o futuro do quarto mandato da chanceler federal Angela Merkel se complicou.
Pouco antes da meia-noite (horário da Alemanha), o chefe dos liberais, Christian Lindner, disse que "é melhor não governar do que governar de forma errada". Ele citou diferenças irreconciliáveis entre as quatro partes nas negociações – o FDP, o Partido Verde, a União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, e a aliada bávara desta, a União Social Cristã (CSU). "Não culpamos ninguém por se manter fiel a seus princípios, mas nós também fazemos o mesmo. Nós defendemos reverter as tendências atuais, mas não conseguimos chegar a um acordo", disse Lindner.
Após as eleições federais que ocorreram em 24 de setembro, os quatro partidos deram início a uma série de sondagens para chegar a um acordo preliminar que pudesse dar início às negociações para a formação de uma coalizão. A possível formação foi apelidada de "Jamaica" pela imprensa, em referência às cores dos partidos que, quando combinadas, correspondem às da bandeira do país caribenho. Caso os quatro partidos se unissem, a base de Merkel contaria com 393 dos 709 deputados do Parlamento. O FDP sozinho conta com 80 deputados.
Conflitos
Mas uma série de divergências acabou por complicar as conversas. Os temas que provocaram conflito envolviam desde a questão dos refugiados até medidas de preservação ambiental. A CDU e a CSU, por exemplo, desejavam impor uma cota máxima de 200 mil refugiados que poderiam ser acolhidos anualmente no país. A medida tinha apoio dos liberais, mas o Partido Verde só aceitou concordar com ela caso os refugiados que já estão no país pudessem trazer suas famílias.
Nas últimas eleições, o tema refugiados dominou o debate político, tornado-se uma questão tóxica entre o eleitorado. Entre 2015 e 2016, mais de 1 milhão de refugiados chegaram ao país. Mas esse não foi o único ponto de divergência. Os verdes também defendiam medidas radicais para cortar o consumo de carvão no país, o que provocou objeções dos outros partidos.
Horas antes do anúncio sobre o fracasso das negociações já era possível notar que as conversas finais, que ocorreram ao longo do domingo em Berlim, não estavam indo bem. A previsão inicial era de que uma decisão seria anunciada às 18h.
Após Lindner abandonar as conversas, membros do Partido Verde criticaram a decisão. O deputado verde Reinhard Bütikofer disse que o chefe dos liberais escolheu "sua própria forma de agitação populista em detrimento da responsabilidade política".
Merkel lamentou o colapso das negociações e disse que seu partido acreditava que "o ritmo das conversas indicava que seria possível chegar a um acordo". Horst Seehofer, o presidente da CSU, disse que um acordo "estava ao alcance" pouco antes de os liberais abandonarem as conversas.
Um dos chefes do Partido Verde, Cem Özdemir, também ecoou Merkel: "A única combinação democrática possível foi infelizmente derrubada pelo FDP", disse.
A história da eleição alemã
Após Segunda Guerra, Alemanha já realizou 18 pleitos para eleger um Parlamento nacional e, subsequentemente, um ou uma chanceler federal. Veja quem ganhou.
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1949: Adenauer vence eleições pós-guerra
A primeira eleição após a Segunda Guerra Mundial foi, sem dúvida, a mais importante na história da República Federal da Alemanha e, certamente, a mais apertada. Konrad Adenauer, candidato da União Democrata Cristã (CDU), tornou-se o primeiro chanceler federal da então Alemanha Ocidental pela margem de um voto – o seu próprio. Seu governo se mostraria muito estável. E muito popular.
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1953: Konrad Adenauer é reeleito
Se a primeira eleição da antiga Alemanha Ocidental foi dramática, a segunda foi arrebatadora. Sob a liderança de Konrad Adenauer, a CDU levou 45,2% dos votos contra 28,8% do Partido Social-Democrata (SPD). Graças à coalizão com três outros partidos, Adenauer desfrutou uma maioria de dois terços no Parlamento.
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1957: Adenauer ganha segunda reeleição
Na terceira eleição da Alemanha Ocidental pós-guerra, a CDU de Adenauer aliou-se ao partido conservador da Baviera, a União Social Cristã (CSU), para formar a CDU/CSU, aliança que muitas vezes é denominada de "União". Juntas, as duas legendas levaram mais de 50% dos votos. Adenauer tinha 81 anos quando iniciou seu terceiro mandato como chanceler federal.
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1961: Última vitória eleitoral de Adenauer
Aos 85 anos, Konrad Adenauer venceu sua última eleição, mas seu mandato não foi feliz. Seus críticos o acusaram de não responder adequadamente à construção do Muro de Berlim. Em 1963, ele renunciou a favor do seu vice e ministro da Economia, o político conservador Ludwig Erhard. Em 1961, o Parlamento alemão era composto somente por três bancadas: CDU/CSU, SPD e Partido Liberal Democrático (FDP).
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1965: Milagre econômico leva Erhard à vitória
Ludwig Erhard (dir.) conseguiu estender a série de vitórias eleitorais dos conservadores, embora isso viesse a acabar em breve. O ex-ministro da Economia ganhou pontos pela prosperidade da Alemanha Ocidental, mas não teve sucesso em política externa e renunciou no meio de seu mandato. Seu substituto, Kurt Georg Kiesinger, foi o único chanceler federal a nunca ter vencido eleição para o cargo.
Os anos 1960 foram um período em que as pessoas na Alemanha Ocidental, como em outras partes do mundo, passaram a questionar tradições e, no último ano da década, o prefeito da antiga Berlim Ocidental, Willy Brandt, se tornou o primeiro chanceler federal social-democrata. Na realidade, o SPD recebera menos votos que a União CDU/CSU, mas uma coalizão com os liberais do FDP lhe garantiu o poder.
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1972: Brandt vence, mas não por muito tempo
As eleições alemãs seguintes foram adiantadas um ano depois que Brandt foi afastado através de uma moção de confiança. Essa medida foi negativa para os conservadores. Pela primeira vez no pós-guerra, o SPD obteve mais votos que CDU/CSU nas eleições gerais. Mas um companheiro próximo de Brandt revelou-se espião da Alemanha Oriental, e Willy Brandt renunciou a favor de Helmut Schmidt.
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1976: Helmut Schmidt solidifica o poder
Helmut Schmidt, sucessor de Brandt, conseguiu manter-se à frente da Chancelaria Federal em 1976, apesar de o SPD ter obtido 6 pontos percentuais a menos que a União CDU/CSU. Graças ao parceiro de coalizão, o Partido Liberal Democrático (FDP), a balança pendeu a favor do SPD. Essa foi a primeira eleição na Alemanha Ocidental em que jovens de 18 anos puderam votar. Antes, a idade mínima era 21.
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1980: Schmidt é reeleito, mas parceiro se vai
A reeleição de Schmidt foi relativamente fácil, em parte porque, pela primeira vez, o candidato dos conservadores vinha da União Social Cristã (CSU). Schmidt, no entanto, não conseguiu apoio popular para o seu governo. Em 1982, o parceiro de coalizão FDP deixou o governo, aliando-se à União CDU/CSU para substituir Helmut Schmidt por um chanceler federal conservador.
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1983: Helmut Kohl dá início a longo reinado
Para ganhar legitimidade, o chanceler federal Helmut Kohl, da CDU, adiantou as eleições gerais para 1983. A jogada valeu a pena, pois os conservadores venceram os social-democratas por 48,8% contra 38,2% dos votos. Muitos esquerdistas consideravam Kohl uma figura grosseira demais para ficar muito tempo no poder. Mas estavam errados. Nesse pleito, os verdes entraram pela primeira vez no Parlamento.
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1987: Kohl se reelege em onda conservadora
Os anos 1980 foram conservadores, com Ronald Reagan nos EUA, Margaret Thatcher no Reino Unido e Kohl na Alemanha. E o político da CDU aproveitou a onda para se reeleger. Para Kohl, foi uma alegria ter aparecido junto a Reagan em seu famoso discurso "Sr. Gorbachev, derrube este muro". Mas poucos imaginavam que ele iria cair em breve e que aquelas seriam as últimas eleições da Alemanha Ocidental.
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1990: Kohl vence sob signo da Reunificação
Kohl (dir.) brindou a reunificação da Alemanha com o primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Lothar de Maizière, em 3 de outubro de 1990, e dois meses depois, eleitores de todo o país foram convocados a votar em outra eleição antecipada. O clima era de euforia, e não havia quem vencesse o "chanceler da Reunificação". Kohl foi eleito para um terceiro período legislativo.
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1994: Triunfo final para Kohl
Em 1994, cinco anos depois da queda do Muro de Berlim, os primeiros problemas sociais causados pela Reunificação se tornaram visíveis. Mesmo assim, a reeleição de Kohl foi relativamente confortável. Isso se deveu em parte a um fraco adversário social-democrata, que ficou conhecido, entre outros, por tropeçar na diferença entre líquido e bruto na TV alemã.
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1998: Schröder inicia experiência de coalizão
Em 1998, os eleitores estavam cansados de Kohl, e o social-democrata Gerhard Schröder (esq.) soube se aproveitar disso. O SPD venceu a União CDU/CSU por 40,9% contra 35,1% dos votos e formou uma coalizão com o Partido Verde, liderado por Joschka Fischer (c.). Esta foi a primeira eleição em que o PDS (hoje A Esquerda), sucessor do antigo partido socialista alemão-oriental, entrou para o Parlamento.
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2002: Schröder vence reeleição após 11/9
Na eleição de 2002, SPD e a União CDU/CSU tiraram a mesma porcentagem de votos: 38,5%. Schröder conseguiu se reeleger por seu parceiro de coalizão, os Verdes, ser mais forte que o FDP. Uma das tarefas mais árduas de Schröder foi lidar com George W. Bush. Depois do 11 de setembro, o chanceler federal proclamou "solidariedade ilimitada" com os EUA, mas a Alemanha não apoiou a Guerra do Iraque.
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2005: Início da era Merkel
Em 2005, Angela Merkel tornou-se a primeira mulher a governar a Alemanha, após Schröder, que em meio a críticas por seus programas de austeridade econômica, antecipou mais uma eleição. A política da antiga Alemanha Oriental ganhou por pouco. A vantagem dos conservadores sobre o SPD foi inferior a 1% e, em seu primeiro mandato, Merkel passou a chefiar uma "grande coalizão" com o principal rival.
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2009: Merkel realiza "coalizão dos sonhos"
O resultado do segundo pleito parlamentar de Merkel foi muito mais claro que o primeiro. Enquanto o apoio ao SPD despencava, os liberais do FDP, liderados por Guido Westerwelle, ganhavam votos. Como resultado, os conservadores foram capazes de formar uma coalizão com seus parceiros prediletos. Para a centrista Merkel, essa coalizão parecia ter saído de um sonho.
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2013: Merkel comemora terceiro mandato
Em 2013, Merkel estava consolidada como a política mais popular da Alemanha, e os conservadores terminaram à frente do SPD nas eleições. Mas como os liberais não conseguiram alcançar o limite de 5% dos votos para entrar no Parlamento, a chanceler federal reeleita teve que formar outra grande coalizão. Isso não impediu "Angie", como é conhecida carinhosamente hoje em dia, de saborear uma cerveja.
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2017: Ascensão dos populistas de direita
CDU/CSU e SPD foram os partidos mais votados, mas tiveram seu pior resultado desde o pós-guerra. Enquanto os liberais voltaram a ser representados no Bundestag, a grande vitória foi da legenda populista Alternativa para a Alemanha (AfD) – pela primeira vez desde a 2ª Guerra, um partido nacionalista está representado no Parlamento alemão.
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As opções de Merkel
A grande derrotada da noite foi Merkel. Com o fracasso da formação da coalizão "Jamaica" restam apenas três opções viáveis para a chanceler federal.
Ela pode voltar as atenções para o Partido Social-Democrata (SPD), que recebeu 20,5% dos votos na eleição, e assim conseguir formar maioria no Bundestag, o parlamento do país. Em setembro, a CDU/CSU recebeu 32,9% dos votos. O problema é que o SPD, que governou o país como parceiro de Merkel nos últimos quatro anos, já disse que quer passar para a oposição.
Nestas eleições, o SPD teve seu pior resultado eleitoral desde o fim da República de Weimar (1919-1933), e esse o fracasso foi atribuído em parte à associação com Merkel, que acabou por diluir o programa do partido e deixá-lo indistinguível dos conservadores. Neste domingo, o líder da sigla, Martin Schulz, voltou a reiterar que não deseja a continuação de uma coalizão com Merkel.
Dessa forma, a chanceler federal terá a opção de formar um governo de minoria, possivelmente só com os verdes ou apenas com o FDP. O problema é que a Alemanha não está acostumada a governos desse tipo, e a falta de uma maioria no Parlamento pode eventualmente erodir o poder de um chefe de governo.
Como última e mais radical opção restará ao presidente do país, Frank-Walter Steinmeier, a dissolução do Parlamento e a convocação de nova eleição. Essa seria uma situação inédita, pois as dissoluções anteriores do Bundestag se deram por moções de desconfiança apresentadas pelo chanceler federal no cargo, e não pela incapacidade dos partidos de chegar a uma maioria para governar.
Esta opção pode provocar dificuldades para a elite política, já que os grandes partidos alemães experimentaram um declínio nas últimas eleições. O SPD perdeu 5,2 pontos percentuais em relação à eleição de 2013. Já a CDU/CSU perdeu 8,6 pontos percentuais. Uma rodada extra pode provocar uma fuga ainda maior do eleitorado.
Vários políticos tradicionais também temem que uma nova eleição possa beneficiar o partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que conquistou 12,6% dos votos em setembro e conseguiu pela primeira vez ocupar cadeiras no Parlamento. Na última quinta-feira, a deputada Alice Weidel, uma das líderes da AfD, já havia defendido a realização de um novo pleito caso as negociações para um novo governo fracassassem.
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Os principais partidos alemães
São eles: Partido Social-Democrata (SPD), União Democrata Cristã (CDU), União Social Cristã (CSU), Partido Liberal Democrático (FDP), Alternativa para a Alemanha (AfD), Verdes, Esquerda e Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
Foto: picture-alliance/dpa
União Democrata Cristã (CDU)
Fundada em 1945, a CDU se considera "popular de centro". Seus governos predominaram na política alemã do pós-guerra. O partido soma em sua história cinco chanceleres federais, entre eles Helmut Kohl, que governou por 16 anos e conduziu o país à reunificação em 1990, e Angela Merkel, a primeira mulher a assumir o cargo, em 2005.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Dedert
Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD)
Integrante da Internacional Socialista, o SPD é uma reconstituição da legenda homônima fundada em 1869 e identificada com as classes trabalhadoras. Na Primeira Guerra, ele se dividiu em dois partidos, ambos proibidos em 1933 pelo regime nazista. Recriado após a Segunda Guerra, o SPD já elegeu quatro chanceleres federais: Willy Brandt, Helmut Schmidt, Gerhard Schröder e Olaf Scholz.
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União Social Cristã (CSU)
Igualmente fundada em 1945, a CSU só existe na Baviera, onde a CDU não conta com diretório local. Os dois partidos são considerados irmãos. A CSU tem como objetivo um Estado democrático e com responsabilidade social, fundamentado na visão cristã do mundo e da humanidade. Desde 1949, forma no Bundestag uma bancada única com a CDU.
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Aliança 90 / Os Verdes (Partido Verde)
O partido Os Verdes surgiu em 1980, após três anos participando de eleições como chapa avulsa, defendendo questões ambientais e a paz. Em 1983, conseguiu formar uma bancada no Bundestag. Oito anos depois, o movimento Aliança 90 se fundiu com ele. Em 1998 participou com o SPD pela primeira vez do governo federal.
Foto: Christophe Gateau/dpa/picture alliance
Partido Liberal Democrático (FDP)
O Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão) foi criado em 1948, inspirado na tradição do liberalismo e valorizando a "filosofia da liberdade e o movimento pelos direitos individuais". O partido é tradicionalmente um membro minoritário de coalizões de governo federais
Foto: Hannes P Albert/dpa/picture alliance
A Esquerda (Die Linke)
Die Linke (A Esquerda, em alemão) surgiu da fusão, em 2007, de duas agremiações esquerdistas: o Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Socialista Unitário (SED) da extinta Alemanha Oriental, e o Alternativa Eleitoral por Trabalho e Justiça Social (WASG, criado em 2005, aglutinando dissidentes do SPD e sindicalistas).
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Alternativa para a Alemanha (AfD)
Fundada em 2013, inicialmente como uma sigla eurocética de tendência liberal, a AfD rapidamente passou a pender para a ultradireita, especialmente após a crise dos refugiados de 2015-2016. Com posições radicalmente anti-imigração, membros que se destacam por falas incendiárias, a legenda tem vários diretórios classificados oficialmente como "extremistas" pelas autoridades
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Aliança Sahra Wagenknecht (BSW)
A Aliança Sahra Wagenknecht (BSW) é um partido fundado em janeiro de 2024 pela mulher que lhe dá o nome, uma ex-parlamentar do partido Die Linke (A Esquerda) que defende uma mistura de política econômica de esquerda e retórica social de direita. Nas suas primeiras eleições, o partido tomou boa parte do espaço que era ocupada pela Esquerda.
Foto: Anja Koch/DW
Os pequenos
Há numerosos partidos menores na Alemanha, como Os Republicanos (REP) e o Heimat (Pátria), ambos de extrema direita, ou o Partido Marxista-Leninista (MLPD), de extrema esquerda. Outros defendem causas específicas, como o Partido dos Aposentados, o das mulheres, dos não eleitores, ou de proteção dos animais. E mesmo o Violetas, que reivindica uma política espiritualista.