Sem posição oficial, ONU quer visitar local de ataque na Síria
22 de agosto de 2013A comunidade internacional e organizações de defesa dos direitos humanos exigem que especialistas das Nações Unidas presentes na Síria verifiquem as acusações da oposição daquele país sobre o recurso a armas químicas pelo governo do presidente Bachar Al-Assad.
Países-membros da ONU buscam "clareza" sobre estas acusações, divulgadas na quarta-feira (21/08) após um bombardeio de forças governamentais a bastiões rebeldes nos arredores de Damasco. O principal grupo da oposição síria afirma que 1.300 pessoas morreram no ataque com armas químicas.
"A situação precisa ser acompanhada com cuidado", afirmou a argentina Maria Cristina Perceval, que preside o Conselho de Segurança neste mês de agosto.
Em uma reunião convocada nesta quarta-feira por EUA, França, Reino Unido, Luxemburgo e Coreia do Sul, cinco dos 15 países-membros do Conselho, foi discutida a necessidade de exigir que os especialistas da ONU que já se encontram na Síria desde domingo (18/08) obtenham acesso aos locais onde os ataques com armas químicas teriam ocorrido.
Porém, o Conselho de Segurança não emitiu um comunicado oficial no final da reunião, por causa da oposição da Rússia e da China. Os dois países são tidos como aliados do governo de Assad. A Rússia caracterizou as alegações da oposição síria de "provocação".
O escritório secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, divulgou nota dizendo que Ban está "chocado" pelos relatos e que há negociações em curso com Damasco para verificar as acusações.
Liderada pelo sueco Åke Sellström, a equipe de inspetores da ONU está no país para investigar se houve uso de armas químicas dos dois lados do conflito sírio. Os inspetores da ONU podem ir a três locais: Khan al-Assal, na província de Aleppo, Homs e Ataybeh, esta última perto da capital, Damasco.
Nesta quinta-feira, forças aéreas e militares sírias atacaram várias zonas controladas pelos rebeldes próximo a Damasco, especialmente onde a oposição indicou que o governo tinha utilizado armas químics no dia anterior. A informação é do Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Vídeos distribuídos pela oposição, cuja autenticidade não pôde ser verificada, mostram hospitais lotados e médicos atendendo a crianças e adultos com sintomas como sufocamento, espasmos musculares e boca espumosa, "consistentes com envenenamento do sistema nervoso", segundo a ONG Human Rights Watch.
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