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Semana de dois dias no setor público venezuelano

27 de abril de 2016

Governo decreta que funcionários públicos não trabalharão quartas, quintas e sextas-feiras para poupar energia. Medida vale para, ao menos, duas semanas. Maduro culpa El Niño pela crise energética no país.

Trabalhador venezuelano ligando um gerador de energia durante corte de energia promovido pelo governo da Venezuela
Foto: Getty Images/AFP/G. Castellanos

O governo da Venezuela decretou, na terça-feira (27/04), que o setor público não trabalhará nas quartas, quintas e sextas-feiras, como medida de economia de energia devido à crise que atinge o país. A medida vale para, ao menos, duas semanas.

Segundo o anúncio, feito no programa Em contato com Maduro, transmitido pela televisão estatal venezuelana, os serviços públicos do país passam a funcionar apenas às segundas e terças-feiras.

"Pelo menos durante duas semanas, as quartas, quintas e sextas-feiras serão não laboráveis", disse Nicolas Maduro. O presidente sublinhou que a Venezuela está fortemente afetada por "calor extremo" e uma "extrema seca", que fez descer o nível das águas das barragens.

"Temos tido dois anos de seca, os mais trágicos da história, produto do desenvolvimento do [fenômeno climático] El Niño", disse. Maduro agradeceu "o apoio de todo o povo, pela consciência superior que tem tido perante esta verdadeira emergência ambiental".

Segundo Maduro, foi criada uma Comissão Especial Presidencial para responder à situação, e as medidas tomadas até agora pelo Executivo permitiram conter a descida do nível da água da barragem de Guri, a principal do país.

O governo já tinha anunciado em 7 de abril que não haveria expediente nas sextas-feiras no setor público para responder à emergência nacional. Esta medida vale até junho. E em março, Maduro ordenou a paralisação das atividades do país entre os dias 19 e 27, coincidindo com a Páscoa, também com o mesmo objetivo de poupar energia.

Barragem de Guri, a principal do país, sofre com a queda brusca do nível da águaFoto: Reuters/C.G. Rawlins

Nos últimos dois dias, ocorreram protestos intermitentes em rejeição ao racionamento elétrico em cidades do interior venezuelano, segundo informações veiculadas pelos cidadãos nas redes sociais e jornais locais.

A companhia estatal de energia Corpoelec recorreu, na terça-feira, às redes sociais para informar sobre a queda progressiva do nível da água nas represas das usinas hidrelétricas.

Os quase 30 milhões de habitantes da Venezuela consomem em média 15.500 megawatts por hora, 9.500 dos quais são gerados pelas hidrelétricas. Os níveis das represas do país baixaram sensivelmente devido à seca, que foi agravada nos últimos meses pelo fenômeno climático El Niño.

A situação também levou o governo a realizar cortes programados de luz, especialmente no interior do país e em shoppings.

PV/efe/lusa

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