Legalização da substância para uso recreativo depende agora da aprovação da Câmara para virar lei. País pode se tornar o maior mercado mundial para cannabis.
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O Senado do México aprovou um projeto de lei nesta quinta-feira (19/11) regulamentando o consumo e comércio da maconha para fins recreativos, por 82 votos a 18, com sete abstenções. A lei visa sobretudo reduzir a violência relacionada ao narcotráfico.
Para entrar em vigor, a legislação ainda precisa ser aprovada pela Câmara dos Deputados, que tem até 15 de dezembro para analisar o texto.
"O objetivo é promover a paz e a segurança na sociedade, contribuindo para a redução do mercado ilegal para cannabis psicoativa e, com ele, o crime organizado, a corrupção e a violência", disse o Senado através de nota.
O caminho para a legalização do uso recreativo da maconha foi aberto por uma decisão da Suprema Corte do país em 2018 – um ano após a legalização da erva para fins medicinais –, que considerou inconstitucional a proibição absoluta do consumo recreativo da erva.
O México está a um passo de se tornar, assim, o terceiro país, depois de Uruguai e Canadá, a permitir nacionalmente o uso recreativo da droga – e com quase 130 milhões de habitantes, de longe o mais populoso e possivelmente o maior mercado mundial para a erva.
Restrições
A legislação permite a adultos o porte de até 28 gramas de maconha, a compra em lojas autorizadas e o plantio de um número limitado de plantas de cannabis para consumo próprio. O consumo em público é sujeito a restrições.
Mas não há uma completa descriminalização da droga, já que são previstas sanções penais para a posse de mais de 200 gramas de cannabis e multas para quem possuir entre 28 e 200 gramas da erva.
Como parte de sua campanha, os ativistas mexicanos pró-legalização plantaram um jardim de maconha diante do Senado, que se tornou um oásis para fumantes de cannabis.
O México é afetado por uma sangrenta onda de violência por causa do narcotráfico. Desde que o governo militarizou o combate aos poderosos cartéis da droga, em 2006, ocorreram cerca de 296 mil assassinatos.
MD/efe/afp/dpa
Exército italiano cultiva maconha para fins medicinais
A Itália tem um projeto piloto para a produção de canábis para terapias e assim tornar-se independente de importações da Holanda, mais caras. Desde janeiro, o produto está sendo distribuído em farmácias e hospitais.
Foto: Getty images/AFP/F. Monteforte
Canábis terapêutica
O Exército italiano produz a canábis terapêutica no Instituto Químico Farmacêutico Militar, em Florença. A erva, fornecida a hospitais e farmácias italianas, custa cerca da metade do preço da maconha importada.
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Projeto militar
A produção é apenas uma das atividades do instituto químico e farmacêutico militar, que existe há 164 anos. A instituição se orgulha de ter registrado a maconha como produto farmacêutico em setembro de 2015 pela agência de medicamentos da Itália. O produto final é muito diferente da maior parte da canábis consumida no mundo.
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Menos THC, mais CBD
O tetra-hidrocarbinol (THC), componente da planta da maconha responsável pelos efeitos alucinógenos, não é tão útil para a medicina quanto o ingrediente ativo canabidiol (CBD), usado como anti-inflamatório. Estima-se que entre 2 e 3 mil italianos se tratem com canábis medicinal para aliviar dores causados pela esclerose múltipla e espasticidade, ou combater náuseas após a quimioterapia.
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"Jamais experimentei!"
"Não, eu nunca experimentei, e também nem tenho a intenção de fazê-lo", diz Antonio Medica, o coronel encarregado do laboratório de canábis no instituto militar italiano em Florença. Ele ri ao dizer que outro dia um colega seu brincou, dizendo que passou 40 anos tentando fazer as tropas parar de fumar nos quartéis: "E agora estamos produzindo nós mesmos!"
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Garantia de qualidade
A produção em um ambiente estéril é muito importante. "Essa é a única maneira de você garantir um produto bom, livre de materiais tóxicos, em especial de metais pesados como o mercúrio, que as plantas absorvem facilmente quando crescem nos campos", explica Medica.
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Apenas na "forma natural"
A maconha produzida pelos militares em Florença é distribuída a farmácias e hospitais italianos. A lei prevê que, além da necessidade de prescrição médica, o conteúdo da embalagem deve ser sempre canábis em sua forma natural (ou seja, em forma de planta: flores ou brotos de maconha), para ser usada em chás ou inalada através de vaporizador.