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Ser superpotência não é negócio para a China

(ca)22 de maio de 2006

Depois da Rússia e dos Estados Unidos, a premiê alemã Angela Merkel encerra na China o ciclo de visitas às superpotências. País asiático pode perder a ajuda ao desenvolvimento por ter se desenvolvido tanto.

Angela Merkel e seu colega chinês Wen Jiabao brindam seu encontro em PequimFoto: AP

A estada de Angela Merkel em Pequim finaliza a série de visitas que fez às chamadas superpotências. Ela já esteve anteriormente na Rússia e encontrou-se, há poucas semanas, com o presidente George Bush nos Estados Unidos.

Em seu encontro desta segunda-feira (22/05) com o primeiro-ministro e o presidente chineses, Hu Jintao e Wen Jiabao, foram discutidos temas concernentes à cooperação econômica, à crise em torno do programa nuclear iraniano, como também o respeito aos direitos humanos e à propriedade intelectual na China.

As queixas alemãs de plágio de tecnologia e pirataria de produtos por parte da indústria chinesa ocuparam também um papel central nas conversações com o primeiro escalão do governo chinês.

Após o encontro, o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, assegurou a Merkel uma melhor proteção por parte de seu governo contra cópias piratas. "Nós prometemos de bom grado que continuaremos a proteger a propriedade intelectual", afirmou o primeiro-ministro, na manhã de segunda-feira.

Após visita a Bush, Merkel tenta ganhar apoio chinês na questão iraniana

Após a festejada visita aos Estados Unidos e seu encontro com o presidente norte-americano, George Bush, Angela Merkel tenta agora ganhar o apoio chinês para a formação de um grêmio composto pelo maior número possível de nações contra o programa nuclear iraniano.

A China, um dos países que compõem o Conselho de Segurança das Nações Unidas com poder de veto, recusa-se a aceitar ameaças de sanções contra o Irã, caso o país insista no seu programa de enriquecimento de urânio, estando desta forma do lado da Rússia.

Merkel afirmou, após seu encontro com o presidente Hu, que Alemanha e China concordam que a questão iraniana deva ser resolvida de forma diplomática e que é necessário evitar que Teerã possua armas nucleares.

Poucos negócios da China

Poucos acordos econômicos de peso foram fechados entre os dois paísesFoto: AP

Diferente de visitas governamentais passadas, a viagem de Merkel à China trouxe poucos negócios lucrativos a empresas alemãs. Os contratos assinados relacionaram-se, em primeira linha, a uma cooperação com maior igualdade de direitos entre parceiros alemães e chineses.

A entrada da Air China na aliança aérea Star Alliance, conseguida através de um acordo com a Lufthansa, e o contrato entre a firma de software SAP e empresas chinesas de médio porte estão entre os acordos assinados. Os verdadeiros negócios da China, entretanto, não foram fechados.

Os alemães não conseguiram entrar em acordo com seus colegas chineses, por exemplo, quanto à ampliação de uma fábrica de produtos químicos da Basf em Nanquim. Segundo informações de membros da delegação de Merkel, este projeto teria sozinho um volume de 500 milhões de dólares.

Uma ampliação para a linha de trem de alta velocidade alemão Transrapid de Xangai a Hangzhou também não conseguiu sair do papel: desta vez, o governo alemão não esteve disposto a subvencionar o projeto, como o fez com o trecho entre o centro de Xangai e seu aeroporto, com várias centenas de milhões de euros.

China poderá perder ajuda a países em desenvolvimento

A China é o segundo maior emissor de dióxido de carbono no mundoFoto: AP

Segundo informações da edição de segunda-feira (22/05) do jornal Die Welt, o governo alemão deverá revisar o apoio financeiro que dá à China a título de "ajuda ao desenvolvimento". No ano passado, a China recebeu 68 milhões de euros do orçamento do Ministério da Cooperação Econômica de Berlim.

De acordo com o jornal, fontes governamentais afirmaram que está em aberto se o governo alemão continuará prestando esta ajuda, concedida somente a países em desenvolvimento, já que a China tornou-se a quarta nação industrial do mundo.

Ulrich Wilhelm, porta-voz do governo alemão, defendeu o apoio financeiro à China. Além de ter sido reduzida pela metade desde 1998, esta ajuda é direcionada principalmente à proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.

A China é atualmente a segunda maior emissora mundial de dióxido de carbono e uma cooperação com Pequim nesta área é do maior interesse para a própria Alemanha, afirmou o porta-voz nesta segunda-feira.

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