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Serviço secreto: 200 extremistas de direita na Bundeswehr

23 de outubro de 2017

Deputada critica divergência entre número informado pelo Ministério da Defesa e declaração anterior de presidente do órgão de inteligência militar e lembra que formação nas Forças Armadas pode ser usada em atentado.

Soldados da Bundeswehr durante treinamento
Soldados da Bundeswehr durante treinamentoFoto: picture-alliance/dpa/C. Charisius

O Serviço alemão de Contrainteligência Militar (MAD) classificou cerca de 200 soldados como extremistas de direita desde 2008, informou nesta segunda-feira (23/10) o jornal Mitteldeutsche Zeitung. O número foi fornecido pelo Ministério da Defesa da Alemanha à especialista militar do Partido Verde, Irene Mihalic, em resposta a um questionamento.

"Mais de 20 extremistas de direita por ano na Bundeswehr [Forças Armadas] – trata-se de uma dimensão relevante e preocupante", disse Mihalic ao jornal. Ela argumentou que extremistas podem fazer mau uso de sua formação militar "para alcançar suas intenções".

Mihalic lembrou que, no início de outubro, durante uma audiência no Parlamento, o presidente do MAD, Christof Gramm, havia dito que o órgão teria identificado, em média, oito extremistas por ano a partir de 2012. "Isso mostra uma grande incerteza analítica em relação ao assunto", comentou.

Leia mais: Escândalo abala confiança no Exército alemão

Na ocasião, Gramm afirmara que o órgão não percebia um crescimento das tendências extremistas de direita na Bundeswehr. "Até agora não pudemos constatar que o número de extremistas de direita identificados tenha dado um salto. Não se pode dizer que, após o fim da obrigatoriedade do serviço militar, a Bundeswehr tenha se transformado num reduto do extremismo de direita." Segundo ele, desde o fim da obrigatoriedade, em 2011, o número de casos até mesmo caiu.

Mihalic afirmou ao Mitteldeutsche Zeitung que é importante que o Parlamento seja informado com regularidade sobre posições extremistas na Bundeswehr. "Precisamos ter uma imagem abrangente e regular da situação", disse.

Pressão sobre os militares

O governo alemão tem pressionado a Bundeswehr a lidar com membros de movimentos de extrema direita depois que se descobriu que um tenente vivia uma vida dupla como militar e refugiado sírio e planejava um atentado terrorista.

Já na cidade de Tübingen, procuradores afirmaram no mês passado terem iniciado investigações sobre denúncias de movimentos de extrema direita dentro do Comando de Forças Especiais (KSK), as tropas militares de elite da Alemanha.

RK/dpa/afp/epd/dw

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