Dez anos após sua criação, aplicativo sueco Spotify se estabelece como líder de mercado, cada vez mais popular. Mas será que os algoritmos de recomendação usados estão reduzindo o fator surpresa da seleção musical?
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Atualmente, milhões de pessoas em todo o mundo escutam música através de serviços de streaming online. Dez anos após a sua criação, o Spotify, aplicativo sueco líder de mercado, já possui mais de 75 milhões de usuários – do quais 30 milhões são assinantes.
Outros serviços, como Apple Music, Napster ou Deezer, também conseguiram convencer milhões de pessoas a pagarem mensalmente pelo acesso online a uma imensa biblioteca musical: os maiores aplicativos disponibilizam mais de 30 milhões de canções. Mas como se orientar dentro de uma oferta tão grande?
"Vasculhar pilhas de discos em lojas é algo do passado, essa prática cultural está morta", afirma Stephan Baumann, do instituto alemão DFKI, especializado em inteligência artificial. Com doutorado em Informática, Baumann também é DJ e diz lembrar-se de muitos bons momentos nas lojas de disco de sua confiança. Mas não chora por elas. "O acesso à música mudou."
A questão de como os usuários podem se orientar em meio à imensa massa musical é respondida pelos serviços de streaming com sofisticados algoritmos de recomendação. Eles analisam o gosto musical do usuário com base em sua seleção anterior e apresentam automaticamente novas composições que combinem com sua preferência.
Graças à capacidade computacional disponível atualmente, tais algoritmos podem manter o mundo inteiro em vista: "Os algoritmos também podem encontrar pérolas, cujo upload e linkagem foram feitos em algum lugar do mundo e que provavelmente teríamos ignorado como indivíduos."
O mix certo: uma questão de "feeling"
Stephan Baumann pesquisa há mais de 15 anos sistemas de recomendação, uma disciplina da inteligência artificial. Quase ninguém conhece tão bem as vantagens dos sistemas de algoritmos. Mas ele também afirma estar ciente dos pontos fracos: mostrar sentimentos. Já que, para muitas pessoas, especialmente a música é carregada de emoções: algumas canções fazem lembrar certas recordações e acontecimentos.
"Enquanto essa história de vida não estiver no computador, o algoritmo está, a princípio, privado de emoções", afirma.
Não é fácil encontra o mix certo. Isso também se vê em outro problema típico dos sistemas de algoritmos: o chamado "filtro-bolha". O fato de os usuários receberem apenas recomendações que lhe agradem faz com que ele não perceba opiniões diferentes. Com o tempo, paira sobre os serviços de streaming o perigo de que a seleção musical fique cada vez mais unidirecional e sem surpresas.
Stephan Baumann faz um balanço sóbrio: "Todos nós nos movimentamos confortavelmente no filtro-bolha. Se eu sou um usuário ativo do Facebook, aceito que na minha timeline apareçam determinadas coisas que são postadas, na verdade, pelos meus amigos."
Isso também vale para a música, diz Baumann. Segundo ele, para compensar essa limitação, o usuário não precisa lutar sozinho através da enxurrada de boas canções. Assim, apesar de suas fraquezas, os algoritmos são de grande ajuda.
Destaques dos dez anos do Twitter
Para comemorar o 10º aniversário da rede social, escolhemos dez postagens de grande repercussão. Abordando de temas políticos a entretenimento, as mensagens curtas geraram enorme impacto na internet.
Foto: Reuters/S. Plunkett
O início
O cofundador e CEO do Twitter Jack Dorsey, ou simplesmente @jack, publicou a primeira postagem – ou "tweet" – na rede social no dia 21 de março de 2006, com as palavras just setting up my twttr ("apenas configurando meu Twitter").
Foto: Twitter/jack
A selfie mais viral de todos os tempos
Com mais de três milhões de compartilhamentos e vários artistas mundialmente famosos na foto, esta é a "selfie" de maior sucesso de todos os tempos. A apresentadora Ellen DeGeneres postou a imagem durante a cerimônia de entrega do Oscar de 2014, e ela rapidamente viralizou, ficando conhecida em todo o mundo.
Foto: Twitter/TheEllenShow
"Caramba, Daniel"
Os jovens californianos Daniel Lara (esq.) e Josh Holz rodaram a internet com um vídeo de 30 segundos em que Josh elogia as roupas de seu melhor amigo, exclamando "damn, Daniel" ("caramba, Daniel") em diversas ocasiões. O vídeo lhes rendeu um patrocínio de uma marca de roupas, e os sapatos ganhados foram doados a jovens pacientes de hospitais.
Foto: picture alliance/AP Images/E. Agostini
Injustiças expostas na internet
A hashtag #aufschrei ("grito de protesto", em alemão), inicialmente utilizada por mulheres que denunciavam sexismo e misoginia, se transformou num símbolo do feminismo. Recentemente, acabou se tornando uma forma de expressar alarme nas redes sociais sobre todo tipo de injustiças.
Foto: Twitter/FrankGaul/Valandir/OpferMissbrauch
"Mais quatro anos"
O presidente americano, Barack Obama, postou essa imagem com sua esposa, Michelle Obama, após ser reeleito para um segundo mandato, em novembro de 2012. "Mais quatro anos", afirma o "tweet" presidencial, que se tornou imensamente popular e teve quase 800 mil repostagens.
Foto: Twitter/BarackObama
#egypt
Durante as revoltas da Primavera Árabe, a hashtah #egypt (#egito) foi amplamente utilizada por cidadãos e repórteres que acompanhavam a queda do governo do Egito. O levante popular fez com que o ex-presidente Hosni Mubarak renunciasse ao cargo. As informações divulgadas através da rede social foram utilizadas por jornalistas em todo o mundo.
Foto: Twitter/LindaHemby/WomenWorldNews1/ayaelb
#jesuischarlie
O slogan Je Suis Charlie ("eu sou Charlie") foi usado como hashtag no Twitter para expressar compaixão para com as vítimas do ataque terrorista de 7 de janeiro de 2015 em Paris. No atentado, dois irmãos armados invadiram a sede do jornal satírico "Charlie Hebdo" e mataram 11 pessoas. Uma semana após o ataque, a hashtag havia aparecido 5 milhões de vezes na rede social.
Foto: DW/E. Servettaz
Dica de vencedora
A popstar americana Stefani Germanotta, mais conhecida como Lady Gaga, postou uma mensagem simples em 2011 que viralizou internacionalmente, dizendo apenas "never be afraid to dream" ("nunca tenha medo de sonhar"). Cinco anos depois, ela é uma das artistas mais populares em todo o mundo.
Foto: Getty Images/NBC Universal/P. Drinkwater
Direto do Maracanã
Após vencerem a final da Copa do Mundo de 2014 no Brasil, os jogadores alemães Lukas Podolski e Bastian Schweinsteiger postaram essa selfie diretamente do estádio do Maracanã. Eles não apenas ganharam o torneio mais importante do futebol mundial, mas tiveram também seu tweet repostado 80 mil vezes.
Foto: picture alliance/augenklick/GES/M. Gilliar
Boas novas para a família real
O primogênito do Príncipe William e sua esposa Catherine nasceu no dia 22 de julho de 2013. O nascimento do bebê real George foi anunciado através do Twitter com uma frase pomposa: "Sua Majestade, a Duquesa de Cambridge, deu à luz com sucesso a um filho, às 04h24". A irmã de George, Charlotte, nasceu em 2015, se tornando o mais novo membro da família real britânica.