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Salários

10 de janeiro de 2008

Rodada de negociações entre servidores públicos e governo promete ser longa. Enquanto o Estado alerta que aumentos podem recair no bolso do cidadão, centrais sindicais não excluem possibilidade de greve.

Servidores públicos: greves à vista, caso não haja acordoFoto: AP

Representantes das centrais sindicais Ver.di e da Federação dos Funcionários Públicos Alemães (DBB) reúnem-se em Postdam, nos arredores de Berlim, a partir desta quinta-feira (10/01), para a primeira de uma série de negociações salariais.

A meta chegar a um acordo entre a proposta de um aumento de 8% de aumentos reivindicados pelos sindicatos (ou pelo menos 200 euros por mês, caso os 8% do salário em questão estejam abaixo desta cifra) e as sugestões do governo federal e das prefeituras.

Defasagem

Trata-se da maior reivindicação salarial na Alemanha nos últimos 15 anos. Segundo os sindicatos, a inflação anual fez com que os salários se tornassem defasados nos últimos anos, diminuindo sensivelmente o poder aquisitivo dos servidores públicos.

Outro argumento das centrais sindicais é que as prefeituras do país arrecadaram mais impostos nos últimos anos: de 47 bilhões de euros em 2003 para 66 bilhões em 2007.

Fora da realidade?

Enquanto isso, o Estado aponta as reivindicações sindicais de "populistas e fora da realidade", uma vez que as prefeituras teriam não apenas mais receita disponível, mas também dívidas a serem pagas.

"Um aumento de 8% para os servidores iria acarretar menos postos de trabalho no serviço público, além de acelerar a terceirização de serviços", afirma Thomas Böhle , representante das prefeituras do país ao diário berlinense taz.

Principalmente levando em consideração que os 200 euros mensais reivindicados, no caso de várias categorias profissionais, significam um aumento salarial real de 15%, apontam os empregadores.

Ameaça de greve

Enfermeiros também reivindicam melhores saláriosFoto: picture alliance/dpa

Os representantes dos servidores públicos não excluem a possibilidade de uma greve generalizada, caso as cinco rodadas previstas de negociação não levem a um acordo. Se for o caso, a população já pode ir se preparando para futuras greves até nos serviços básicos, como a coleta de lixo e o fornecimento de água.

Um aumento de 8% para os 1,3 milhão de servidores das prefeituras e da federação custaria aos cofres do Estado 660 milhões de euros a mais, enquanto o Estado prevê somente 550 milhões para aumentos salariais.

A Federação Alemã dos Servidores Públicos aponta a necessidade de uma negociação rápida, que não dure mais de quatro meses. O presidente da central sindical Ver.di na Baviera, Josef Falbisoner, afirma que "uma greve parece mais que provável". Também o presidente da DBB, Peter Heesen, alerta para o fato de que os sindicatos estão "a postos para regulamentar as coisas através de uma luta trabalhista".

Embora não tenham intenção de prorrogar o conflito trabalhista por muito tempo, como ocorre no caso dos maquinistas da rede ferroviária do país, os servidores não excluem a possibilidade de uma greve generalizada, que atinja os serviços básicos de infra-estrutura do país. (sv)

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