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Sessions diz que se afastará de investigações sobre Rússia

3 de março de 2017

Afastamento em inquéritos referentes à suposta ingerência russa nas eleições americanas é anunciado após revelação de encontros de procurador-geral dos EUA com embaixador russo. Republicano descarta, porém, renúncia.

Sessions omitiu encontros com embaixador russo durante seu processo de confirmação no Senado
Sessions omitiu encontros com embaixador russo durante seu processo de confirmação no SenadoFoto: Getty Images/W. McNamee

Acusado de mentir sob juramento, o procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, afirmou nesta quinta-feira (02/03) que se afastará de qualquer investigação existente ou futura do Departamento de Justiça sobre a possível interferência de Moscou nas eleições presidenciais que deram a vitória a Donald Trump.

"Já decidi que vou abster-me de participar em qualquer investigação em curso, ou futuras, que digam respeito à campanha eleitoral à presidência dos Estados Unidos", disse Sessions, numa coletiva de imprensa e assegurou que "nunca" se encontrou "com qualquer funcionário ou intermediário russo" para abordar as eleições americanas e que não pensa em renunciar ao cargo.

A decisão foi tomada por Sessions após o jornal The Washington Post revelar que o ex-senador teve contatos com o embaixador russo em Washington, Serguei Kislyak, duas vezes antes das eleições, quando atuava como assessor da campanha de Trump, uma informação que escondeu do Senado nas audiências de confirmação de seu nome ao cargo de procurador-geral.

Sessions disse ainda ter solicitado a opinião dos especialistas em ética do governo, que lhe recomendaram se afastar das investigações. "Estudei as regras e considerei seus comentários e sua avaliação. Acredito que essas recomendações são corretas e justas, Portanto, me apartei dos assuntos que tratam da campanha de Trump", comentou o republicano.

"Esclarecimentos em breve"

O Departamento de Justiça e o FBI, ambos sob a supervisão de Sessions, são os órgãos responsáveis pela investigação sobre a suposta ingerência russa nas eleições, assim como os supostos contatos entre a campanha de Trump e o Kremlin.

Sessions disse que escreverá "em breve" ao Comitê Judicial para esclarecer seu testemunho no Senado. O Partido Democrata pediu a demissão do procurador-geral, depois da revelação sobre os encontros.

A líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, acusou Sessions de mentir sob juramento e exigiu que ele renuncie.

Em comunicado paralelo a sua declaração, Sessions detalhou que o anúncio do afastamento "não deve ser interpretado como uma confirmação da existência de uma investigação ou sugestão do alcance de tal investigação", disse em referência sobre as apurações sobre o Kremlin

As revelações sobre Sessions ameaçam criar uma nova crise no governo de Trump, que já viu os contatos com Kislyak antes, durante e depois das eleições custarem o cargo do então assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, o general Michael Flynn. Por sua parte, o presidente negou sempre qualquer tipo de conexão de sua campanha com o Kremlin.

CN/efe/lusa/rtr

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