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Setor empresarial dos EUA lamenta saída do Acordo de Paris

2 de junho de 2017

Empresas como Chevron, GM, Apple e Facebook criticam decisão de Trump de retirar país do pacto, vista como um revés para o meio ambiente. Companhias reforçam comprometimento com proteção climática.

Trump alegou que as regulamentações estabelecidas pelo pacto seriam "injustas" com a economia americana
Trump alegou que as regulamentações estabelecidas pelo pacto seriam "injustas" com a economia americanaFoto: Reuters/K. Lamarque

Chefes de empresas e corporações americanas rejeitaram amplamente o argumento utilizado pelo presidente dos Estados Unidos nesta quinta-feira (01/06) para retirar seu país do Acordo de Paris. Ao anunciar a medida, Donald Trump afirmou que as regulamentações ambientais estabelecidas pelo pacto seriam "injustas" com a economia americana.

Leia mais: Principais pontos do acordo de Paris sobre o clima

Muitos empresários, porém, afirmam que a mudança estrutural global em direção às energias renováveis e em detrimento da utilização de combustíveis fósseis vai continuar, mesmo com a recusa de Washington de tomar parte no tratado.

Até mesmo algumas das maiores empresas petrolíferas do país reiteraram o apoio ao pacto. Uma porta-voz da Chevron disse que a companhia "continua apoiando o Acordo de Paris, que oferece um primeiro passo rumo a uma conjuntura global". O pacto está em linha com as diretrizes de emissão de carbono estabelecidas pela própria gigante do petróleo, afirmou.

Um porta-voz da ExxonMobil disse que o acordo, firmado em 2015, é fundamental, dado o aumento das emissões na Índia e na China. "Este é o primeiro grande tratado internacional para lidar com o aquecimento global, que inclui metas para a redução das emissões tanto para os países desenvolvidos quanto para os em desenvolvimento", destacou.

A General Motors também afirmou que a decisão da Casa Branca não diminuirá sua política em relação ao clima. "A GM não abandonará o comprometimento com o meio ambiente, nossa posição sobre o aquecimento global não mudou", afirmou a automobilística em comunicado.

Elon Musk abandona Trump

Logo após o anúncio de Trump, Elon Musk, fundador da empresa de carros elétricos Tesla e da SpaceX, que desenvolve pesquisas espaciais, confirmou que deixará de atuar como consultor do presidente. "Estou deixando os conselhos presidenciais. As mudanças climáticas são reais. Deixar [o Acordo de] Paris não é bom para a América ou para o mundo", afirmou no Twitter.

O CEO da Disney, Robert Iger, que também integrava o conselho consultivo da Casa Branca, tomou a mesma atitude afirmando se tratar de "uma questão de princípios".

No mesmo dia do anúncio da decisão em Washington, Tim Cook, CEO da Apple, afirmou em e-mail interno da empresa de tecnologia que havia tentado convencer o presidente a manter o país no acordo. "Mas isso não bastou... quero assegurá-los de que os acontecimentos de hoje não terão impacto sobre os esforços da Apple para proteger o meio ambiente", reiterou.

Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, destacou que apenas os esforços globais podem deter as mudanças climáticas. "A retirada do Acordo climático de Paris é ruim para o meio ambiente, para a economia e coloca em risco o futuro de nossas crianças", afirmou.

Lloyd Blankfein, CEO do banco de investimentos Goldman Sachs, criticou Trump, afirmado que a decisão foi um "revés para o meio ambiente e para a posição de liderança dos EUA no mundo".

Antes de Trump comunicar a polêmica decisão, diversas empresas americanas de grande porte, como Apple, Facebook, Gap, Google e Unilever, haviam assinado uma carta direcionada ao presidente, pedindo que ele mantivesse os EUA no Acordo de Paris. 

Apoio da indústria do carvão

Representantes da indústria do carvão nos EUA, por sua vez, expressaram sua satisfação com a nova política de Trump, que diz agir em favor dos fornecedores de energia americanos.

Paul Bailey, presidente da Coalizão Americana para Eletricidade de Carvão Limpa disse em nota que "o governo anterior adotou voluntariamente um dos objetivos mais restritivos em relação a qualquer país do mundo, enquanto outros países fazem muito menos para reduzir suas emissões".  Ele disse que o Acordo de Paris resultaria em mais regulamentações, altos preços de energia e na dependência de fontes energéticas menos confiáveis.

Robert Murray, diretor executivo da Murray Energy, exaltou a "firme liderança" do presidente que, segundo afirma, "cumpriu essa importante promessa de campanha".

RC/rtr/dpa/afp

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