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Sevilla é campeão da Liga Europa e impede Benfica de quebrar maldição

Philip Verminnen15 de maio de 2014

Após 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, time espanhol vence nos pênaltis. Portugueses perdem oitava final europeia, acumulam mais de 50 anos sem títulos em torneios continentais e mantêm "maldição de Béla Guttmann".

Foto: Reuters

A maldição de Béla Guttmann continua a assombrar os torcedores do Benfica. Depois de um emocionante 0 a 0 em 120 minutos de jogo, o Sevilla venceu os portugueses nas cobranças de pênaltis, por 4 a 2, na final da Liga Europa, realizada nesta quarta-feira (14/05), em Turim, na Itália.

Esta é a oitava final europeia que o Benfica perde desde que o técnico húngaro Béla Guttmann foi bicampeão da Taça dos Clubes Campeões Europeus (atual Liga dos Campeões), em 1962. Depois daquela conquista, o treinador viu o seu pedido de aumento salarial ser rejeitado pela diretoria do clube, pediu demissão e proferiu a célebre frase: "Nem em 100 anos o Benfica vai conquistar outra taça europeia sem mim." Nascia ali a maldição.

O Benfica perdeu as finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus em 1963, 1965, 1968, 1988 e 1990, a final da Copa da Uefa em 1983, e a dramática final da Liga Europa de 2013. Naquele ano, o gol decisivo do Chelsea foi marcado pelo zagueiro Branislav Ivanovic já nos acréscimos da partida. Em 2014, os portugueses viram a taça fugir nas penalidades.

Neste ano, o Benfica resolveu contra-atacar a maldição homenageando o treinador húngaro nas comemorações do 110º aniversário do clube, em fevereiro: colocou uma estátua de Guttmann segurando as duas taças europeias, junto ao portão 18, no Estádio da Luz. A ideia foi do embaixador da Hungria em Portugal, Norbert Konkoly: "Percebi que a chave nessa maldição podia ser as palavras ‘sem mim' e por isso sugeri erguer uma estátua para trazer Béla Guttmann de volta ao Estádio da Luz e, assim, quebrar a maldição." De nada adiantou.

Béla Guttmann foi bicampeão europeu com o Benfica na década de 60Foto: Getty Images

Muitas chances, mas nenhum gol

A final teve oito jogadores em campo que estão entre convocados e pré-convocados para a Copa do Mundo. Do lado do Benfica, o lateral-direito uruguaio Maxi Pereira, o defensor argentino Ezequiel Garay e os meias lusos Rúben Amorim e André Gomes. Pelo Sevilla, o goleiro português Beto, o lateral-esquerdo espanhol Alberto Moreno, o meia croata Ivan Rakitić e o atacante colombiano Carlos Bacca. Além disso, o português Ivan Cavaleiro entrou no final da partida.

A partida começou truncada, com três cartões amarelos nos primeiros 30 minutos, mas no final do primeiro tempo, o Benfica teve duas boas oportunidades para abrir o marcador. Maxi Pereira apareceu livre na frente do gol do Sevilla, mas falhou na tentativa em encobrir o goleiro. No lance seguinte, numa entrada por trás de Federico Fazio, dentro da área em cima de Nicolás Gaitán, os portugueses pediram a marcação do pênalti. O árbitro alemão Felix Brych nada marcou.

Lance polêmico na partida: Maxi Pereira é tocado dentro da área por Federico FazioFoto: Ian Walton/Getty Images

Tudo o que faltou de emoção na primeira etapa sobrou na segunda. O jogo ficou elétrico, com chances claras para ambos os lados. Aos 3 minutos, Lima, na cara do gol, finalizou bem, mas um zagueiro espanhol tirou em cima da linha. Aos 10, outra reclamação de penalidade máxima por parte do time lisboeta. Novamente Moreno deu um carrinho perigoso e ousado dentro da grande área. O árbitro, de novo, mandou o jogo seguir, mas as imagens na televisão eram contundentes.

As defesas das duas equipes pareciam não existir, assim como a capacidade de finalização dos atacantes. Os goleiros Beto e Oblak faziam uma defesa atrás de outra, e os zagueiros se jogavam nas bolas, protegendo as próprias metas. Apesar das inúmeras chances, o zero permaneceu no placar e a partida foi para a prorrogação.

No primeiro tempo, a partida foi bastante disputada, no segundo, com inúmeras chances de golFoto: Clive Rose/Getty Images

Lima forçou o goleiro Beto a grande defesa em cobrança de falta aos 9 minutos. Carlos Bacca respondeu com outra chance desperdiçada, cara a cara com o goleiro adversário, aos 11 minutos. Mas o placar não foi aberto, e a final foi decidida nas cobranças de pênalti.

Foi o momento para um português virar herói, mas não do Benfica. O goleiro Beto defendeu duas penalidades – de Óscar Cardozo e Rodrigo – e garantiu a terceira taça europeia ao Sevilla. Depois do bicampeonato de 2006 e 2007, o Sevilla agora acumula três títulos.

Com o título do Sevilla, um feito será repetido: uma única vez na história, as duas competições europeias de futebol foram conquistadas por equipes do mesmo país. Em 2006, o Sevilla foi campeão da Copa da Uefa e o Barcelona, da Liga dos Campeões. Neste ano, a final da Liga dos Campeões é espanhola, entre Real Madrid e o Atlético de Madrid. E justamente no estádio do Benfica, em Lisboa.

Ficha técnica

Sevilla 0(4) x 0(2) Benfica

Local: Juventus Stadium – Turim

Pênaltis:
Benfica: Lima (√), Óscar Cardozo (x), Rodrigo (x), Luisão (√)
Sevilla: Carlos Bacca (√), Stephane Mbia (√), Coke (√), Kevin Gameiro (√)

Cartões amarelos: Federico Fazio (11'/1T), Alberto Moreno (13'/1T), Guilherme Siqueira (30'/1T), Coke (8'/1P), André Almeida (10'/1P)

Arbitragem: Felix Brych (Alemanha), auxiliado pelos compatriotas Mark Borsch e Stefan Lupp.

Sevilla: Beto; Coke, Nicolas Pareja, Federico Fazio e Alberto Moreno; Stephane Mbia e Daniel Carriço; José Antonio Reyes (Marko Marin 33'/2T - Kevin Gameiro 14'/1P), Ivan Rakitić e Vitolo (Diogo Figueiras 5'/2P); Carlos Bacca. Técnico: Unai Emery.

Benfica: Jan Oblak; Maxi Pereira, Luisão, Ezequiel Garay e Guilherme Siqueira (Óscar Cardozo 9'/1P); Rúben Amorim, André Gomes e Nicolás Gaitán (Ivan Cavaleiro 14'/2P); Miralem Sulejmani (André Almeida 25'/1T), Rodrigo e Lima. Técnico: Jorge Jesus.

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