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Siemens se despede do setor de celulares

(ms)7 de junho de 2005

Depois de registrar perdas significativas, a Siemens decidiu sair do mercado de celulares. A fabricante taiwanesa BenQ assumirá as fábricas de Kamp-Lintfort, na Alemanha, e a de Manaus, no Brasil.

Empresa promete que manterá fábrica no BrasilFoto: Siemens

A venda do setor de celulares da Siemens para a fabricante taiwanesa BenQ deve ser efetivada até o final de 2005, depois de ser analisada pelas autoridades anticartel. De acordo com o contrato, a BenQ tem direito de usar a marca Siemens nos próximos cinco anos. Durante a fase de transição, a empresa alemã terá uma participação de 2,5%. O valor do negócio não foi divulgado. Sabe-se, entretanto, que a Siemens não estará embolsando um ganho extra com a venda. Pelo contrário, terá que pagar cerca de 350 milhões de euros de carga tributária.

Já fazem alguns meses que a Siemens buscava um comprador para seu deficitário setor de celulares. Atualmente, a empresa registra um prejuízo de cerca de 1,5 milhão de euros por dia com o segmento. Ela perdeu terreno neste setor principalmente por causa da acirrada concorrência de preços no mercado e também devido a problemas internos. No ano passado, a Siemens enfrentou uma grave pane no software instalado em modelos novos, gerando desconfiança entre os consumidores.

Fabricação sob responsabilidade taiwanesaFoto: dpa - Bildfunk

De janeiro a março deste ano, a participação do maior conglomerado alemão de aparelhos eletrônicos no mercado mundial de celulares caiu de 8% para meros 5,5%, despencando para o sexto lugar. Na liderança estão a Nokia (com cerca de 30%), seguida pela Motorola, Samsung, LG Eletronics e Sony Ericsson.

Fábrica de Manaus na negociação

O setor de celulares da Siemens emprega atualmente seis mil funcionários, sendo que mais de quatro mil trabalham na fábrica de Kamp-Lintfort, no Estado da Renânia do Norte-Vestfália. "Os postos de trabalho serão mantidos nas atuais condições", assegurou um porta-voz da Siemens, frisando ainda que este foi um fator decisivo para a escolha do comprador.

A filial de Manaus, que também entrou na negociação, será mantida pela BenQ com todos seus departamentos: desenvolvimento, produção, marketing e vendas. A empresa de Taiwan manterá a sede da nova firma em Munique, um lugar estratégico para os negócios internacionais.

Duplicar o faturamento

Sede da BenQ em Taipé, TaiwanFoto: AP

A BenQ surgiu da terceirização de um setor da fabricante de computadores Acer e existe há 20 anos. Além de telefones móveis, a empresa taiwanesa produz, entre outros, telas planas, laptops e unidades gravadoras e leitoras de CD-ROM. Pouco mais de 30% dos celulares saem de fábrica com a marca BenQ. A produção dos demais aparelhos atende a encomendas de outras empresas, como a Nokia.

Com a compra da Siemens, a direção da fábrica asiática almeja estar entre as 4 maiores fabricantes de celulares do mundo, superando a venda de 50 milhões de celulares, segundo informou um porta-voz da empresa em Taipé. A BenQ também espera duplicar seu faturamento, ultrapassando os dez bilhões de dólares. Um bom negócio para ambas as partes.

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