Em conferência na Alemanha, representantes de países que aderiram ao acordo climático buscam maneiras de viabilizar compromissos. "É preciso acelerar medidas de combate ao aquecimento global", diz secretária da ONU.
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Representantes dos países signatários do Acordo de Paris contra as mudanças climáticas deram início nesta segunda-feira (16/05) à primeira reunião convocada para tornar realidade os compromissos firmados.
O objetivo da conferência em Bonn, na Alemanha, é começar a definir os instrumentos que permitam alcançar a meta definida na capital francesa em dezembro passado: de que o aumento da temperatura média global ao fim do século se situe abaixo de 2º C graus em relação à era pré-industrial.
Após a adoção do acordo em dezembro por 195 países e pela União Europeia (UE) e a cerimônia de assinatura do texto em Nova York, em abril, começou o processo de ratificação em nível nacional. Até o momento, 17 países já deram tal passo.
O Acordo de Paris, com compromissos "ambiciosos, equilibrados e justos", fixou a base da luta global contra as mudanças climáticas, mas agora é preciso construir sobre ela, afirmou a ministra francesa do Meio Ambiente, Ségolène Royal, ao inaugurar a conferência em Bonn. Ela apontou ser fundamental avançar com a fixação dos preços para as emissões de CO2.
"Delicado equilíbrio"
Representantes de países emergentes e em desenvolvimento reiteraram no início na reunião a necessidade de respeitar o "delicado equilíbrio" alcançado. Eles instaram as nações industriais e desenvolvidas a liderar a luta contra o aquecimento global, por sua "responsabilidade histórica" e maior capacidade.
Christiana Figueres, secretária-geral da Convenção do Clima da ONU, elogiou o tom comprometido com que começou a reunião em Bonn, que se estende até 26 de maio. É cada vez maio a evidência científica do impacto do aquecimento global, e cada vez mais países veem uma oportunidade na luta contra o aquecimento global, apontou.
"Não temos outra opção além de acelerar" as medidas para limitar o aquecimento global, reiterou Figueres.
Neste fim de semana, a Nasa revelou que o mês passado foi o mais quente nos registros que datam do século 20, sendo o sétimo mês consecutivo em que as temperaturas superam níveis recordes.
LPF/rtr/efe
Dez ações contra as mudanças climáticas
Três quartos dos gases estufa são produzidos pela combustão de carvão, petróleo e gás natural; o resto, pela agricultura e desmatamento. Como se podem evitar gases poluentes? Veja dez dicas que qualquer um pode seguir.
Foto: picture-alliance/dpa
Usar menos carvão, petróleo e gás
A maioria dos gases estufa provém das usinas de energia, indústria e transportes. O aquecimento de edifícios é responsável por 6% das emissões globais de gases poluentes. Quem utiliza a energia de forma eficiente e economiza carvão, petróleo e gás também protege o clima.
Foto: picture-alliance/dpa
Produzir a própria energia limpa
Hoje, energia não só vem de usinas termelétricas a carvão, óleo combustível e gás natural. Há alternativas, que atualmente são até mesmo mais econômicas. É possível produzir a própria energia e, muitas vezes, mais do que se consome. Os telhados oferecem bastante espaço para painéis solares, uma tecnologia que já está estabelecida.
Foto: Mobisol
Apoiar boas ideias
Cada vez mais municípios, empresas e cooperativas investem em fontes energéticas renováveis e vendem energia limpa. Este parque solar está situado em Saerbeck, município alemão de 7,2 mil habitantes que produz mais energia do que consome. Na foto, a visita de uma delegação americana à cidade.
Foto: Gemeinde Saerbeck/Ulrich Gunka
Não apoiar empresas poluentes
Um número cada vez maior de cidadãos, companhias de seguro, universidades e cidades evita aplicar seu dinheiro em companhias de combustíveis fósseis. Na Alemanha, Münster é a primeira cidade a aderir ao chamado movimento de desinvestimento. Em nível mundial, essa iniciativa abrange dezenas de cidades. Esse movimento global é dinâmico – todos podem participar.
Foto: 350.org/Linda Choritz
Andar de bicicleta, ônibus e trem
Bicicletas, ônibus e trem economizam bastante CO2. Em comparação com o carro, um ônibus é cinco vezes mais ecológico, e um trem elétrico, até 15 vezes mais. Em Amsterdã, a maior parte da população usa a bicicleta. Por meio de largas ciclovias, a prefeitura da cidade garante o bom funcionamento desse sistema.
Foto: DW/G. Rueter
Melhor não voar
Viajar de avião é extremamente prejudicial ao clima. Os fatos demonstram o dilema: para atender às metas climáticas, cada habitante do planeta deveria produzir, em média, no máximo 5,9 toneladas de CO2 anualmente. No entanto, uma viagem de ida e volta entre Berlim e Nova York ocasiona, por passageiro, já 6,5 toneladas de CO2.
Foto: Getty Images/AFP/P. Huguen
Comer menos carne
Para o clima, também a agricultura é um problema. No plantio do arroz ou nos estômagos de bois, vacas, cabras e ovelhas é produzido o gás metano, que é muito prejudicial ao clima. A criação de gado e o aumento mundial de consumo de carne são críticos também devido à crescente demanda de soja para ração animal. Esse cultivo ocasiona o desmatamento de florestas tropicais.
Foto: Getty Images/J. Sullivan
Comprar alimentos orgânicos
O óxido nitroso é particularmente prejudicial ao clima. Sua contribuição para o efeito estufa global gira em torno de 6%. Ele é produzido em usinas de energia e motores, mas principalmente também através do uso de fertilizantes artificiais no agronegócio. Esse tipo de fertilizante é proibido na agricultura ecológica e, por isso, emite-se menos óxido nitroso, o que ajuda a proteger o clima.
Foto: imago/R. Lueger
Sustentabilidade na construção e no consumo
Na produção de aço e cimento emite-se muito CO2, em contrapartida, ele é retirado da atmosfera no processo de crescimento das plantas. A escolha consciente de materiais de construção ajuda o clima. O mesmo vale para o consumo em geral. Para uma massagem, não se precisa de combustível fóssil, mas para copos plásticos, que todo dia acabam no lixo, necessita-se uma grande quantidade dele.
Foto: Oliver Ristau
Assumir responsabilidades
Como evitar gases estufa, para que, em todo mundo, as crianças e os filhos que elas virão a ter possam viver bem sem uma catástrofe do clima? Esses estudantes estão fascinados com a energia mais limpa e veem uma chance para o seu futuro. Todos podem ajudar para que isso possa acontecer.